terça-feira, março 29, 2011

Uma coisa que eu estranhei bastante em Los Angeles e depois em San Francisco foram os mendigos. Tah, eu moro em São Paulo, mas aqui em Pittsburg não tem ninguem assim pelas ruas. E é facil desacostumar com coisas desagradáveis. Em LA os finlandeses ficavam até tirando fotos dos mendigos porque nao tinham visto antes. Em San Francisco eram tantos, tanta pobreza que eu ficava até meio assustado (e comecei a ficar bem mais esperto depois do assalto). O hostel era bem localizado, perto de tudo, bem no centro da cidade, mas as ruas ao redor viviam cheias de gente pedindo dinheiro. A primeira noite deixamos até o carro num ´estacionamento publico´, que fica aberto sem ninguem tomando conta e fiquei com um puta medo dos mendigos em volta (que alem de mendigos eram malucos, vestiam uns capacetes com uns garfos e colheres grudados na cabeça) riscarem o carro. Mas nao deu nada e no dia seguinte deixamos o carro no estacionamento de um hotel, bem mais confiável. Bom, na manhã de quinta feira, pegamos o carro e dirigimos direto pra Golden Gate, a ponte vermelha que é sempre destruída em filmes catástrofe (e pra mim, a cena mais memoravel sempre sera a de X-Men 3, quando o Magneto entorta a ponte). Caraleoooooo, a ponte é gigantesca, magnifica, linda. Pena que tava chovendo e as fotos nao ficaram aquela maravilha. Mas da pra ter uma ideia do tamanho do bicho.


Magneto Lifts The Golden Gate Bridge Full Version via Noolmusic.com

Depois demos um role pela Lombard Street, uma rua toda em zigue zague no meio da cidade (que ja é um caralho, só tem subida e descida).

Como a chuva tava irritando absurdo e ainda iamos ter bastante tempo na cidade, guardamos o carro, almoçamos uma pizza no shopping perto do hostel e eu decidi tirar um cochilo (que acabou virando uma puta dormida, acordei só as 7 da noite). Quando acordei, mexi um pouco na internet do hostel e esperei meus amigos voltarem do role que tavam dando por Chinatown. Eles voltaram com um Jack Daniels (uma coisa linda daqui: pra economizar, a gente compra whisky. Uma garrafa de jack custa uns 20 dolares e cada copo de cerveja na balada custa 6, entao bebemos antes no hostel whisky, e economizamos...voce tem que adorar uma vida onde economizar significa tomar whisky) pra gente esquentar, jantei o resto da pizza do almoço e saimos dar uma volta pelas ruas. San Francisco lembra bastante São Paulo, mendigos, cheia de gente, varios restaurantes e bares por todo lado, e exatamente como São Paulo, é dificil saber onde ir tendo tanta opção. Mas no final, depois de dar um role pela cidade inteira, passando por Chinatown, pela rua Broadway, onde ficam os stripclubs e tudo mais, achamos John Fooley´s um pubzinho irlandes firmeza. O problema é que nao tinha muita gente por la, a falta de opção tava tanta que xavequei uma mina que tava no pub com os pais, enquanto meus amigos faziam sala pros pais delas. Mas lógico que nao deu em nada. Voltamos pro hotel umas duas e pouco, meus amigos foram dormir, mas como eu tinha dormido a tarde toda ainda tava pilhado e fiquei jogando poquer com outros hospedes do hostel (um americano dorgado, um tibetano e um venezuelano). Ainda tava no espirito de Vegas e queria apostar e jogar mais um pouco. Foi bem legal pra relembrar todas as regras do jogo, que fazia moh cara que eu nao jogava (e o pessoal jogava serio o bagulho), deu pra passar bem o tempo e no final perdi só um dólar. Peguei uns amendoins com passas na Vending Machine do hostel quando o jogo acabou e subi pro quarto dormir.

Sexta de manhã saimos umas dez da manha do hostel em direçao ao pier pra comprar passagens de barco pra Alcatraz, a famosa ilha prisão, que ja abrigou Al capone, que fica numa ilha a poucas milhas de distancia de San Francisco. No caminho visitamos o museu dos bondes (tem varios bondes ainda funcionando pela cidade), onde fica a central de manutençao dos bondes ativos e tem uns bondes antigos expostos. Nao tinha mais ingressos pro barco desse dia, mas conseguimos uma visita pra manha seguinte. Demos um role pelo pier 39, almoçamos uma sopa de mariscos com vinho californiano e eu e o gaucho decidimos dirigir pra Napa Valley, grande regiao produtora de vinhos, que fica a uma hora de distancia de San Francisco visitar as viniculas e participar de algumas degustaçoes, como no filme Sideways (http://www.megaupload.com/?d=4L5A65KE). Deixamos entao o espanhol dando um role pelo cais e voltamos pro hostel pegar o carro que estava num hotel ali perto. Dirigi pela Bay Bridge, que também é incrível e chegamos na região de Napa Valley, que também é uma vista incrível, quilometros e quilometros, quer dizer, milhas e milhas de vinhedos espalhados por diversas montanhas verdejantes, com várias casas produtoras de vinho pelo caminho. Primeiro dirigi pras mais conhecidas tipo a casa de Sparkling Wine da Chandon, mas vimos que eram luxuosas demais pra gente e acabamos ficando pelas menos conhecidas mundialmente, mas ainda assim fenomenais, Madonna e Mondavi, provamos uns 16 tipos de vinhos diferentes e ao final da degustação ja saimos trançando as pernas dos vinhedos (o que nao era um grande ideia, ja que era a regiao onde mais avistamos policiais pelo caminho). Depois do dia de princesa com os Superpatos foi o dia mais magnata da viagem. Rodopiando taças pra ver o teor alcoolico, cheirando pra tentar descobrir os ingredientes e provando os diversos tipos de vinhos e dirigindo de uma produção a outra. Foi ainda mais divertido do que eu imaginava que seria e no finalzinho da tarde, dirigi de volta pra San Francisco. Estacionei no hotel e jantamos umas quesadillas deliciosas num restaurante mexicano (mexicano da gema, com cozinheiro que nem falava ingles mesmo, fizemos pedidos em espanhol) perto do nosso hostel. Depois voltamos pro quarto encontrar o espanhol, dar uma descansada, tomar um banho e sair dar um rolê. Na noite anterior tinhamos passado pelo Murphy´s, outro pub irlandes que parecia bem movimentado e bem perto do hostel, mas nao tinhamos conseguido entrar porque o porteiro nao aceitou nossas identidades (a gente só tava com as cartas de motorista brasileiras, e como elas sao de papel, tem lugares que afirmam que é facil demais de falsificar, o legal é que nos cassinos em Vegas nao pediram uma vez). Mas agora munidos de nossos passaportes, conseguimos entrar na budega. No subsolo tinha um piano bar! Sempre quis ir num piano bar. Tinha dois pianos, um de frente pro outro e dois pianistas se revezavam pra tocar os pedidos da galera. Tocavam de tudo nos pianos, de Lady Gaga a Elton John, a Time Wrap (minha musica favorita do musical Rocky Horror Picture Show) a musica tema de Family Guy. Muuuito divertido. Tomamos umas guiness e nos divertimos bastante. Mas tavamos ainda bem cansados da degustaçao de vinhos e acabamos voltando pouco antes das duas pra casa.

Sábado de manhã, acordamos, nos aprontamos e saimos em direçao ao pier 39. Comemos tres donuts (os melhores donuts que já comi na vida, sem zuera) cada um de café da manhã e embarcamos em direção a ilha. A visita a Alcatraz foi muito divertida, tipo não é só uma prisao desativada caindo aos pedaços. Voce sente o clima do lugar porque eles te dao na entrada da prisao um fone de ouvido e um radiozinho que voce mesmo vai controlando, que tem varios condenados contando como era mesmo a vida la dentro e a história das grandes fugas e rebeilões (e da pra ouvir até em portugues). Entao voce vai andando pelos corredores da prisão imaginando o que aconteceu mesmo por lá. Tipo, uma hora voce entra na solitária e eles te fecham la por dois minutos. É um puta escuro, que nao da pra ver sua propria mao na sua frente e os caras ficavam presos la por dias, enquanto isso na fita um ex condenado vai contando que ficava jogando um botao da camisa pra cima e depois ficava procurando quando tava preso la na solitaria, pra ter o que fazer e nao enlouquecer. Do patio de recreação da pra ver San Francisco inteira, as pontes e tudo, e os condenados contam como era ainda pior ficar preso vendo toda a vida acontecendo lá fora e que no ano novo o barulho de alegria era insuportável. Passeiozinho firmeza mesmo, curti de verdade. Saindo de lá, mais uma volta pelo Pier 39 e depois uma andada até Chinatown. Comi um burrito de nada de almoço e pegamos o carro pra dirigir até umas casas vitorianas, a Universidade de San Francisco e até uma praia que tambem tinha uma vista bonita da ponte. Tava frio pra cacete de novo e na praia, tava todo mundo vestido, só dando um roles com seus dogs. Meio estranho se acostumar com o pessoal vestido desse jeito na praia. Voltamos pro hostel, guardamos o carro e jantamos uma janta tipicamente americana numa lanchonete local. Asinhas de frango no blue cheese de entrada e um hamburguer gigantesco e delicioso, com bacon e abacate. Compensou o almoço fraco e combinou perfeitamente com os donuts mais que perfeitos do café da manhã. Em seguida, demos mais uma volta pelo shopping e depois demos mais um tempo no hostel, banhos e internet e saimos mais uma vez pro pub perto de onde estavamos hospedados. O espanhol nem saiu e eu e o gaucho acabamos voltando pra casa depois de algumas guiness porque estavamos bem cansados de ficar andando pela ilha o dia todo e eu ia ter que dirigir no dia seguinte.

Domingo acordamos as sete da manhã e pouco depois disso ja estavamos caindo na estrada em direção a Los Angeles, seriam mais umas sete horas de viagem de carro. Almoçamos uns hamburguers no caminho e só paramos de novo no Outlet que tinhamos visitados na ida, mas agora que era volta, e ja tinhamos controlado o maximo possivel nossos gastos, deu pra comprar presentes pra familia inteira pelas diversas lojas que estavam com preços sensacionais (o legal é que nos outlets uma das linguas mais ouvidas por todos os lados é portugues, tem muita gente que viaja pros EUA só pra comprar roupas, é tao barato, que se voce for ficar comprando roupa de marca no Brasil, compensa a passagem). De lá, partimos pro posto de gasolina (não consigo me acostumar a nao ter frentista e eu ter que mexer na bomba sozinho), e do posto pro McDonalds (com tres dolares, um duplo cheeseburguer, um mcchicken sr. e um sundae). Saindo do Mac em direçao a locadora de carros do aeroporto de OC quase bato o carro. Incrível, cinco minutos antes de devolver o carro, atravesso um sinal vermelho e quase bato em dois carros. Mas os carros me viram sendo grosso e pararam antes que algo pior acontecesse. Dirigi entao até o aeroporto e devolvi o carro, em perfeitas condiçoes. Eram umas dez da noite e como tinhamos gasto absurdos no Outlet decidimos dormir no aeroporto mesmo. Debaixo da estátua de John Wayne. As pessoas vinham tirar foto da estatua e tava a gente la dormindo embaixo do cowboy, hehe. Só seria melhor se o espanhol usasse o pijama dele. Depois de dormir em tantos lugares diferentes, eu ja tava chamando qualquer canto de doce lar e fui o primeiro a adormecer logo que chegamos, o mais confortavel que pude no carpete do aeroporto.

Dormi tao bem que quando acordamos na segunda feira ja estava em cima da hora pra pegar nossas passagens. Fazer o check-in sozinho nas maquinas me irrita muito, custa contratarem um puto pra ajudar a galera¿ Bom, beleza, check-in feito, mala enviada pra Kansas City e depois de uma passagem pelos guardas (dessa vez encheram o meu saco por que meu pós-barba tava na bagagem de mão, embarcamos pra Denver. Em Las Vegas da pra pagar um helicoptero pra sobrevoar o Grand Canyon, mas custa por volta de 300 dolares. Sobrevoamos no voo de OC a Denver de qualquer jeito, nem sabia que iamos fazer isso, mas um casal de velhinhos do meu lado me acordou fazendo o maior alvoroço quando passamos por lá. O Grand Canyon é imenso, lindo demais, não ia dar pra visitar em poucas horas nem fudendo, e a vista de cima é simplesmente fantástica. Prometi pra mim mesmo que voltaria pra Vegas e pro GC assim que pudesse no futuro, quando tivesse grana de verdade pra brincar por lá. Em Denver, almoçamos no McDonalds de novo (nada como o dollar menu, varias ofertas incriveis por um mísero dolar, comi dois doblecheeseburguers e um iogurte e gastei de novo só 5 reais) pra economizar, tinha acabado de acordar do voo, mas ja dormi de novo enquanto esperava o aviao pra KC que estava atrasado. Embarcamos, dormi de novo e acordei só no Kansas City Airport. Nossa carona chegou logo em seguida, passamos no Chick-fil-A (tipo KFC, fast food de frango frito, só que muito mais gostoso) e ao som de um bom rock n roll em poucas horas estavamos de volta a Pittsburg. O tempo estava tipicamente pittsburguiano, frio e triste e deu um certo aperto no coraçao de voltar pra ´casa´que não é minha verdadeira casa. Mas a vida eh assim neh, por mais que eu reclame, mesmo durante esses dez dias eu sentia uma certa falta da PSU, quando eu for embora com certeza vou sentir muita falta desse lugar, e agora mais de sessenta por cento do meu tempo aqui já passou. Bom, isso é basicamente tudo que posso contar sobre meu Spring break galera, curti absurdo, foi uma das viagens mais animais que eu ja fiz na vida, espero que tenham curtido. See ya!

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