quarta-feira, dezembro 21, 2022

Quando o segundo sol chegar...

Caramba, esse ano passou voando! Com tanta coisa acontecendo no trabalho, e a vida, com seus shows, eventos e churrascos voltando ao normal, eu mal parei pra escrever. Na verdade, mal tive tempo de ler. Ainda bem que leitura é uma necessidade básica que combina muito bem com, bom, outra necessidade fisiológica muito básica. Mas não queria que o ano acabasse sem que eu comentasse um pouquinho pelo menos da viagem pra Maceió que fiz com a Amanda em novembro. Foi uma semaninha intensa, em que conhecemos muitos lugares incríveis e diferentes, que valem a pena a recordação, não só em imagens, mas também em palavras.

Fomos pra lá dia 22 de novembro, saindo de São Paulo umas 15h e chegando em Alagoas perto das 19h. Correu tudo bem com o voo, mas o transfer que havíamos contratado pra nos levar do aeroporto pro hotel foi mega cansativo e demorou quase o mesmo tempo do percurso do voo. Chegamos acabados, deixamos as coisas no quarto e descemos pro restaurante ali do Ibis mesmo e eu tava com a cabeça tão longe que derrubei o primeiro chopp que o garçom trouxe e pedi um lanche de consume. Consume era uma sopa, nem era um lanche de verdade, apesar de estar do lado do xsalada no cardápio e eu me senti tão otário de descobrir isso na hora que acabei nem pedindo mais nada.

Felizmente, no dia seguinte, já tinhamos um passeio agendado e a viagem finalmente começou a fazer sentido. Fomos pra tradicional praia do frances, um lugar bonito porem lotado demais (tanto de turistas, quanto de vendedores ambulantes). Boa parte da praia está cercada por uma barreira de corais, que durante a maré baixa faz com que a praia se pareça com uma piscina de tão tranquila. Já deu pra pular no mar, que mal tinha ondas, e tomar uns bons drinks no abacaxi na barraca do grande Clenion. Um nome difícil de esquecer, já que no dia seguinte a gente realmente estava indo ver um canyon.

Na quinta feira, madrugamos pra pegar o busão da excursão, que passou pouco depois das 5h da manhã nos buscar no hotel. A viagem seria longa, mas com certeza valeria a pena. Localizado no sertão à 300km de Maceió, na divisa de Piranhas-AL com Canindé do São Francisco-SE, o passeio do dia consistia em visitar a cidade histórica de Piranhas, cidade a qual foi palco de diversos combates entre o bando de Lampião e as autoridades nordestinas. Dali pegamos um catamarã, que navegou entre os paredões de rochas do rio São Francisco. E como se a vista dos canyos já fosse incrível, ela ainda conta com um banho ali no rio, em uma grande piscina natural (cercada por redes artificiais), onde todos podem descer do barco e nadar bem no meio de umas das paisagens mais bonitas que já vi na vida. Voltamos de barco até a cidade mais próxima, petiscamos alguma coisa num restaurante ali perto e voltamos pra capital, num trajeto que levou cerca de 5h. Pra mim, viajar de onibus é  muito tranquilo. Ele começa a andar, eu começo a dormir. Simples assim. Mas pra Amanda, que passa o tempo todo acordada é um suplício. E isso nos fez desistir do outro passeio mais longo que havíamos planejado, no qual iríamos até Porto de Galinhas. Nesse dia rolou o primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo, mas foi enquanto a gente ainda estava no ônibus e eu estava dormindo.

Na sexta, era hora de finalmente conhecer Maragogi, "o caribe brasileiro", que era desde o começo um dos principais focos da nossa viagem. Outro lugar inesquecível. Nenhuma foto faz juz a beleza do lugar. O azul esverdeado da água, em contraste com as pedras é tão bonito que parece até artificial. Tanto que quando fomos assistir "Avatar: O caminho da água", a primeira coisa que pensei quando eles chegam la na tribo dos corais foi "caralho, eles fugiram pra Maragogi!). As piscinas naturais são incríveis e a grande dica do dia é: leve seu próprio pão. Os fotógrafos usam bolinhos de pão molhado pra atrair os peixes, então se você estiver sem isso (ou sem um fotógrafo!), você até vai poder curtir a paisagem, mas não vai conseguir um contato mais próximo com a vida marinha, que é grande parte da atração. 

Sábado fomos pra praia do Gunga, outro destino famoso ali perto da cidade, onde o ponto alto foi o passeio de quadriciclo. Eu já tinha dirigido quadriciclos antes (em Monte Verde e Natal, por exemplo), mas nunca em uma estrada como essa, que começa com uma trilha na sombra de centenas de palmeiras e desemboca em uma praia, que de um lado tem um mar azul-piscina e do outro enormes falésias, cenário do filme "Paraísos Artificiais". O único problema da praia (e de Maceio como um todo) era o sol. Parecia que alguem tinha aumentado a intensidade dele. A piada dos guias, inclusive, é que na cidade existe um sol pra cada habitante. Pra quem é turista, a sensação é de que são pelo menos uns três. Estava tão quente que mal conseguimos pisar na areia e acabei comprando uma camiseta com proteção UV porque fiquei cansado de tanto ter que retocar o protetor solar. Voltando pra Maceio, paramos no Cheiro da Terra, um restaurante incrível que descobrimos próximo do hotel, onde provei o tradicional "chiclete de camarão" e a Amanda pegou um prato bem bom também de carne de sol na nata.

Já no domingo, foi dia de conhecer São Miguel dos Milagres, mais um destino da Costa dos Corais. Passamos de buggy conhecer o santo que deu nome à cidade (que veio por conta de uma estátua de madeira de São Miguel Arcanjo que foi encontrada por um pescador, que o curou/ou sua mulher, dependendo de quem conta a história, de um problema de saúde; a fama desse milagre concedido pelo santo se espalhou e alterou o nome do povoado), paramos em uma praia quase deserta, com mar tão calmo que realmente mais parecia piscina mesmo e em seguida pegamos um barquinho até as famosas piscinas naturais da praia do Patacho, tão bonitas e coloridas quanto as de Maragogi. Ali fiz o melhor mergulho de snorkel do passeio, onde consegui ver uma variedade bem maior de peixes, já que a região parece ser menos explorada e denifitivamente tinha menos turistas e fotógrafos oportunistas por perto.

Segunda-feira, decidimos tirar o dia pra descansar direito, já que a gente mal tinha parado desde que havíamos chegado. Finalmente tivemos tempo pra tomar o café da manhã do hotel (que era cobrado a parte, mas muito honesto) e dar uma volta pelas lojinhas da cidade. A seleção jogou a 13h da tarde, então sentamos no Cheiro da terra (nosso novo restaurante local favorito) pra tomar uns frozens e comer alguma coisa enquanto assistimos o jogo. O Brasil ganhou, a comida estava ótima e o frozen de maracujá excelente. A noite saimos comer uma pizza e assim tivemos nosso dia mais tranquilo da viagem.

Terça de manhã saímos dar uma volta ali na praia mais próxima do hotel mesmo, na praia de Pajuçara, fizemos o check out, deixamos nossas coisas na portaria e  tomei um chopp de saideira acompanhado de uma porção de dadinho de tapioca com carne de sol. Pegamos o voo no início da noite, e só porque a Amanda tem medo de voar, pegamos a pior turbulência que eu já experimentei. O avião tremeu o tempo todo, pra ajudar eu estava sem fone de ouvido pra assistir a alguma coisa no celular e o único jogo que eu baixado era Pokemon TCG pro emulador de gameboy, mas muita leitura 8bit enquanto sua cadeira está tremendo não é nada agradável. Felizmente chegamos bem em São Paulo, eu ainda estava de férias e na quinta-feira já era dia de Comic Con!