segunda-feira, janeiro 26, 2015

Marasmo no aniversário da cidade

A Manda passou o sábado num Congresso de dentistas, então aproveitei pra ler muitas hqs que estavam na minha fila de leitura, joguei um pouco de Metal Gear Rising (coisa linda!) e desenhei um pouco mais do projeto que pretendo postar aqui em breve, minha visão pessoal do Asilo Arkham. A Manda chegou só no final da tarde, quando eu já estava acordando do meu cochilo, com milhares de brindes (talvez não precisemos mais comprar pasta de dente até o final do ano rs). Assistimos Sherlock, jantamos na padoca top do Arouche e tentamos  assistir um filme (mas ela dormiu depois dos 10 primeiros minutos), então acabei partindo sozinho pra aparição do porco aranha (Peter Porker, o Spider-Ham) no novo desenho do teioso, que você pode conferir na íntegra aqui:
No domingo, a Manda voltou pro Congresso. Limpei a casa, li mais umas hqs e desenhei mais um pouco. Na hora do almoço, fomos com o Edu até uma feirinha gastronômica que ia rolar no minhocão por causa do aniversário de São Paulo. Graças a um erro de cálculo, acabamos tendo que andar pra cacete, o que não foi de todo mal, afinal a gente morava ali do lado e nenhum dos dois andou tanto comigo no minhocão hehe. Ainda assim, as filas nos espantaram, e acabamos indo comer no Ponto Chic, lar do bauru original, que graças aos santos paulistanos também estava em promoção graças ao aniversário sampaulino. Tomamos umas cervejas, comemos baurus com dose ignorante de queijo e uma porção linda de Pernil (na qual eu usei doses ignorantes de pimenta), o que tomou boa parte da tarde e depois só cochilando por algumas horas pra continuar vivo. Acordamos, tomamos um sorvete, coloquei novamente uma segunda tentativa de Birdman (ou "A inesperada virtude da ignorância"). A manda assistiu mais dez minutos e capotou, e eu acabei vendo até o final. Filme bem feito, mas não é exatamente pra mim (já que é uma crítica aos filmes de super-heróis), postarei uma crítica sobre ele em breve. Pra fechar, deixo aqui uma musiquinha linda de uma banda country alemã que descobri há pouco tempo:

Foo Fighters! #eufooy

Depois de uma semana cheia (encontrei o pessoal do Mackenzie na terça, e o pessoal da antiga república na quinta, ambas as vezes no SeuSilva), fui direto do trabalho pro estádio do Morumbi curtir um show do Foo Fighters, que passou por São Paulo na nova turnê de divulgação do Sonic Highways. Sexta feira é foda, não dá pra chegar então, então quando finalmente entrei no estádio e me dirigi até as cadeiras inferiores (coisa que não repetirei, já que fiquei muito longe do palco e tomei chuva do mesmo jeito), o Kaiser Chiefs já estava tocando. Comprei uma capa de chuva superfaturada (10 pila!), uma breja (com refil de chuva) e curti a clássica Ruby (guaraná, guaraná rs) e várias outras que eu não conhecia mas que acabei gostando bastante (We´re the angry mob!). Pelo menos deu pra esperar sentado a chegada da atração principal. E poucos minutos depois Dave e cia. entraram no palco tocando Something from Nothing. Aí só clássicos do caralho, nada de musiquinhas paradas, no show os caras são pesados pra caralho! Breakout, Pretender, Monkey Wrench, Walk. Aí pra banda descansar um poquinho, Skin and Bones e Times like These, com o frontman sozinho na passarela no meio da galera. Ocasião na qual um maluco (que chamava Vinicius, mas ficará lembrado pra sempre como Vesuvius) pediu sua mina em casamento na frente de todo o estádio. 

A banda voltou, toda apertadinha na passarela, e tocou vários covers, de Detroit Rock City a Under Pressure (com o baterista se alternando com o Dave nos vocais e na batera, e rolando até um cover do caralho de "Stay with me" na voz do Taylor). E quando eu achei que eles não teriam mais fôlego, voltaram pro palco principal com All My Life, que é provavelmente a música que mais ouvi/curti deles na vida, do tempo do colegial em que eu ainda gravava minhas coletâneas chamadas "Piratas do MP3".Depois disso ainda rolaram mais quatro músicas, e fecharam com Everlong. Quase três horas de show, que do caralho! Valeu a pena pra cacete! Diria que foi até mesmo melhor que o "Live at Wimbledon", que eu tinha assistido antes na Netflix pra me preparar. Coisa que o próprio Dave Grohl admitiu (não é sempre que eu entro escorregando no palco, alguém se casa, as pessoas ficam cantando uma música depois de ela terminar (Best of You) e tem quase 60 mil pessoas num show do Foo Fighters). O cara basicamente garantiu aquilo que já pensava dele: ele é o ultimo grande rockstar, que realmente ama o que faz (sendo a prova disso que ele toca covers, troca de instrumentos sempre que pode, tem o cabelo cada vez mais longo cobrindo o rosto e só para de tocar quando a banda inteira realmente não aguenta mais). Simplesmente FODA!    


segunda-feira, janeiro 19, 2015

No qual é realizado um recuerdo da última quinzena e uma singela homenagem é Mandada

Final de semana passado, eu e a Manda ficamos em SP pra dar uma relaxada. Ficamos muito no apartamento, saindo ocasionalmente só pra comer um crepe ou o já rotineiro balde de frangos da KFC no Domingo. No sábado, visitamos a exposição "O mundo segundo Mafalda", mas eu ainda tava com muita raiva de argentinos pra dar todo o valor que a genialidade do Quino merecia. Já a semana seguinte foi pura correria, tive que passar na PF pegar meu novo passaporte (e caralho, como é impossível fazer alguma coisa sem filas e pegar um trem rápido nesse país!), quarta comemoramos o aniversário da Manda no Bar Brahma (e choveu até granizo no exato momento em que pisei na floricultura) e quinta minha sister e seu namorado nos visitaram em nosso apê pela primeira vez (comemos pizza, bolopudim, tomamos cerveja e jogamos videogame). Ou seja, puta semana corrida, com eventos diferentes quase todo o dia, daqueles do tipo que fazem a vida valer a pena.

Reproduzo aqui uma pequena mensagem que mandei pra Amanda algum tempo atrás no Facebook, Feliz Aniversário Mandalenaaaa!:

Se eu fosse o Aquaman
Você seria o mar, porque eu não consigo viver longe de você
Se eu fosse o Homem Aranha
Você seria minha teia
Porque eu vivo grudado em você
Se eu fosse o Batman
você seria minha Batcaverna
porque você eh com você que me sinto seguro
Se eu fosse o Lanterna Verde
você seria minha bateria
porque eh você quem recarrega minhas energias
Se eu fosse o Superman
você seria minha fazenda no Kansas
porque você me lembra de quem eu realmente sou
Se eu fosse o Homem de Ferro
Você seria a bateria da minha armadura
Porque eu não consigo viver sem você
Se eu fosse o Thor
Você seria a ponte do arco-iris
Porque eh você quem me leva pra casa
Se eu fosse o Arqueiro Verde
Você seria a ponta da minha flecha
porque você esta sempre na minha mira
Se eu fosse o Capitão América
Você seria o meu escudo
Porque com você eu me sinto protegido
Meu vício
Minha heroína

Anyway, voltamos pra Jau sexta com o ex-roomie Edu e chegando em Jaú tomei uma cerveja e comi um lanche com meus pais e o casal V (se lê Viii). Sábado relaxei absurdo poitado no meu quarto ouvindo discos do Bob Dylan, lendo hqs do Capitão América e mais um pouco de Shada. Resolvi antigas pendências rippers, almocei no Polaco, sai tomar umas brejas com Amendoim na companhia do Sustinho no El Puerto e comer um lanche no Pedré. Domingo, imprimi uns contos, ajeitei umas fotos, terminei de assistir Naked Lunch (viagem total, mas acredito que seja melhor ler o clássico livro antes de ver o filme), li mais umas hqs, almocei peru recheado com a família no almoço, passamos no mercado pegar mantimentos pra trazer pra cidade do presunto caro e tomamos paletas mexicanas. E num ritmo que pareceu mais rápido do que o tempo que você levou pra ler esse texto, o Edu ja tava buzinando na frente de casa, nos acordando de volta pra realidade paulistana.

quinta-feira, janeiro 15, 2015

Batman 66´

O Batman é um herói estranho. Parece que não importa qual seja o tom que dão pra ele, fica bom. Se você fizer algo completamente ridículo, como o seriado dos anos 60 ou o desenho "Os bravos e os destemidos" fica bom. Se você faz algo sombrio e realista, fica bom também. E isso é muito foda. Nas hqs, desde que o Morrison deixou os títulos do Morcego, não sobrou muita coisa que valha a pena ser lida (basicamente, só presta o que é escrito pelo Snyder no título principal). Então foi uma bela surpresa quando lançaram "Batman 66", uma hq do Batman paspalhão do seriado. Uma puta histórinha colorida, divertida e mais inteligente que muitas das hqs supostamente mais sérias por aí. E que ainda saiu por aqui no Brasil encadernada a preço justo pela Panini! Coisa linda!


segunda-feira, janeiro 12, 2015

(Operação) Big Hero 6

A Disney comprou a Marvel e nesse pacote estão inclusos todos os heróis da editora. Ou seja, se a Disney quiser fazer uma animação dos Vingadores e passar no cinema, ela pode. Se ela quiser fazer dos X-Men ou do Quarteto, só pra cutucar a Fox, ela pode. Mas a Disney é foda. E ela sabe que é tão foda, que pode transformar os heróis mais babacas da Marvel num puta entretenimento bacana. O que é exatamente o caso de Big Hero 6. Novo filme da Marvel/Disney com cara de Pixar, no qual eles pegaram um grupo de heróis com os quais ninguém se importava (e toda a liberdade criativa que isso proporciona) e transformaram em um sucesso pro cinema!Da hq que originou o filme, meio que só sobrou o nome mesmo e um ou outro personagem secundário. Mas o resultado final ficou muito bom! É divertido, engraçadinho e tem apelo tanto junto à crianças quanto aos adultos (no cinema, quando fui com a Manda, tava cheio de marmanjo só esperando o Stan Lee aparecer). Ou seja, não precisa ter dezenas de conhecidos heróis Marvel pulando por aí, mas precisa de heróis ou vilões, podem ser novos, a gente até gosta! É isso que falta nos seriados, vontade de inovar, coragem de criar algo com "cara de Marvel", ainda que não exista nas hqs. Porque não criar um novo vilão só pro seriado Agents of Shield, por exemplo? O Baymax das hqs, por exemplo, era um monstro lagarto. E o da Disney ficou bem melhor! Eles souberam usar um temperinho Marvel mas pra fazer sua própria receita e deu certo pra caralho!  Que venham mais projetos como esse!

sexta-feira, janeiro 09, 2015

Agent Carter

Essa semana estreiou nos EUA, Agent Carter, novo seriado da Marvel que trás como protagonista a mina do Capitão América da segunda guerra, em suas aventuras solo na agência que um dia se tornaria a Shield. Temos o pai do Tony agindo como o Tony, uma boa atriz no papel principal e o Jarvis, antes dele se tornar apenas uma vozinha irritante no peito do Homem de Ferro, MAS parece que a Marvel não manjou ainda que não adianta ficar "economizando personagens" nos seriados. Falta sal, falta emoção, falta originalidade, ou seja, tudo que tem de sobra nas hqs. Um episódio piloto tem que ser foda, tem que mostrar a que veio pra cativar o público logo de cara. E a rede ABC ter lançado dois episodios logo de cara já meio que prova que eles não manjam muito o que estão fazendo. Porra, essa podia ser a chance demostrar tudo o que rolava nas hqs dos anos 40, o Tocha Androide, vilões nazistas, o Comando Selvagem! Mas fica só ali no mimimi "ah, eu sou uma mulher que tem que se provar superior aos homens" o episódio todo, combatendo inimigos ao estilo "Alias" e não ao estilo Marvel. Assim como Agents of Shield (que já abandonei), fizeram mais um seriado que não é pra mim. Talvez até funcione pra quem gosta de coisas mais corriqueiras e clichês, mas não é tão marvete quanto eu gostaria. Talvez seja como Flash, e ainda me surpreenda um dia, mas por ora, duvido muito. O jeito é esperar Demolidor estreiar na Netflix em abril e torcer pra que nesse, a galera saiba o que está fazendo.

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Paraty Paranozes

Dia 28 voltei da argentina, dia 29 viajei pra Jaú e dia 30 já estava pegando estrada novamente. Junto com meus pais, a Manda e meu bro, saímos cedo em direção ao Rio de Janeiro! Mais especificamente, a cidade histórica de Paraty, capital nacional do mergulho e primeiro lugar carioca que visito (não foi dessa vez, Cristo Redentor!).

Meus pais, cansados de passar o ano novo sozinhos, já que os filhos sempre "fugiam para outras bandas", decidiram fazer algo tão divertido que nenhum Picagova poderia negar comparecer: alugaram uma casa grande o bastante pra toda família e agregados (Mandy, Vyctoryo e as mujeres de meu irmão - a namorada, que naõ tem autorização pra viajar sozinha e a irmã, supostamente mais responsável) passar o reveillón!

Depois de sete horas na estrada (nas quais eu devo ter dormido umas cinco), chegamos na casa, que superou minhas expectativas: três quartos de casal, cozinha e sala grandes, bem bacanuda, apesar dos donos quererem extorquir um pouquinho mais meus pais quando ficaram sabendo que nove pessoas ficariam hospedadas lá. 

Descarregamos as malas e logo fomos pra praia (que ficava muito perto, menos de 500 metros de distância da casa). A areia não era das melhores, e o fundo do mar era meio lodoso, mas ainda assim, praia! Cerveja! Academia municipal! Meu irmão até achou um cachorro Marley pra jogar frisbee com ele e com a Darla! Deu pra curtir o finalzinho da tarde por ali e era tudo que eu faria no dia, já que nem consegui curtir a janta (lombo!) que meus pais (que diga-se de passagem, precisaram da ajuda da Manda pra ligar o fogão, não negando que são mesmo meus pais) haviam preparado, porque estava passando mal da barriga (ok, o sushi com maionese do posto de gasolina não ajudou).

Mas dia 31, já acordei novinho em folha, leve como um comercial de Activia e estava pronto pra curtir a praia. Acordei e já fui conhecer o centro histórico com a Manda, a procura de chapéus, créditos pra celular, caixas eletrônicos e obviamente, cerveja. E voltando, toda a família ja estava no Pontal, curtindo um sol, areia e mar, até sermos expulsos de uma dita barraquinha por motivos de farofagem (queríamos cadeiras, e consumiríamos as coisas da barraca, mas também queríamos coisas que eles não tinham e cervejas que levamos de casa, afinal, o Vyctoryo tinha levado litrões de Stella!) Voltamos pra casa, descansamos, e por volta de oito da noite, a ceia estava pronta. Como no natal, todos os casais estavam separados, foi muito bom poder ter a oportunidade de estar todo mundo junto ao redor de um peru recheado e champanhe, a luz de velas, não por opção, mas porque a cidade não suportou todos os turistas que recebeu. Isso só deixou o momento ainda mais mágico. Faz tempo que não vejo em uma mesma mesa todos meus irmãos, muito menos com suas devidas companhias, e terminar 2014 e começar 2015 dessa forma foi muito legal pra mim. 

Depois da janta, vestimos nossas roupas brancas (no meu caso pijama, já que essa é uma cor que eu geralmente ignoro) e saímos pra cidade (tinha um palco a poucos metros de casa), onde tavam rolando vários shows e tinha centenas de pessoas do mundo todo comemorando. 

Dia 1o, fomos todos pra Trindade, conhecer a praia do Rancho. Essa cidade ficava a uns 30 min de distância, mas compensava demais. A água era mais azul, a areia mais limpa (e quente) e achamos uma boa árvore que cobrisse nove pessoas pra descansar. Encontrei até o Ta-ta-ta-ta por lá =b Comemos umas porções de peixe e batata frita, tomamos cerveja e curtimos a segunda vista mais bonita do rolê. A noite, minha mãe fez tender (fiquei muito orgulhoso dela comandando a cozinha, faz mais de vinte anos que espero algo do tipo) e a Manda fez danoninho caseiro de sobremesa. Um ótimo começo de ano!

No dia 02, a Very e o Vyc foram pra Caraguá ver a família dele, e meu irmão partiu com suas mulheres pra ver os amigos em Ubatuba, e eu e a Manda acompanhamos meus pais até a praia de São Gonçalo, de onde pegamos uma lancha até a Ilha do Cedro, provavelmente a praia mais bonita que já vi na vida (foto ao lado, sem photoshop). Isolada, limpa, com a água transparente, variando de verde pra azul (foto ao lado, #nofilter). Foi o lugar favorito de meus pais na primeira visita deles a Paraty, e com certeza se tornou também meu local favorito. Fora ser a praia mais linda, tinha uma das melhores barracas, com caipirinhas deliciosas a 13 reais cada (mais barato que em Jaú)! Passamos um dia bem agradável por ali, até dormimos na areia e voltamos com um lancheiro que até lembrou que meus pais haviam passado por ali no carnaval. Dessa vez, foi a Amanda quem não estava muito boa da barriga, então ela descansou um pouco enquanto eu lia hqs, e quando acordou pra darmos um role na cidade, não deu pra ir muito além de uma barraquinha de churros porque logo começou a chover e tivemos que voltar pra casa. 

Dia 03 chegou o esperado dia do batismo de mergulho. Meus pais me deixaram com a Manda (sim, ela também mergulhou e pior, melhor do que eu!) na Marina (o porto, não a pessoa), de onde sairia o barco que nos levou até a Ilha dos Ratos. Vestimos nossos trajes de super-heroi e esperamos nossa vez pulando ao lado do barco e brincando com snorkels. Aí eu já senti que tava ferrado. Respirar pela boca não é tão fácil quanto parece. Primeiro porque não é natural. E o instinto básico de qualquer um que está com os narizes tampados é entrar em pânico. O segundo é porque eu nado de desde criança, não estou acostumado a ter limites dentro d´água nem a depender de terceiros. E por último, meu instinto básico ao ver uma câmera fotográfica é sorrir. Fui treinado por uma mãe viciada em fotografias desde sempre a fazer isso. A combinação de todos esses fatores fez com que minha primeira experiência submarina quase se tornasse a última. Rolava U2 no barco pra acalmar a galera, serviram hot dogs, chegou nossa vez de mergulhar. Na hora H, a Amanda surtou e não queria mergulhar. Mas acabou sendo convencida (principalmente pelo medo de que seria zoada por mim se não mergulhasse). E eu que acabei dando vexame =b. Botei o respirador na boca, entrei na água, começamos a afundar, me senti o Aquaman sendo guiado através das rochas e dos peixes. Me levaram até a Amanda pra que tirássemos uma foto. Olhei pra câmera...e sorri. Primeira grande idiotice. Comecei a engolir água. Estávamos a uns 7 metros de profundidade. Achei que ia morrer. Imagina o pânico da Amanda ao assistir a cena. E então fiz a coisa mais babaca do mundo: tirei o respirador da boca e deixei o mar entrar. Comecei a nadar pra cima (pressão de profundidade?fodasse), com o meu instrutor fazendo sinal pra eu recolocasse o respirador? Que jeito? tinha muito mar no caminho, porra! Botei a cabeça pra fora, respirei ar puro, arrotei mar e ouvi as broncas do instrutor: "Jamais, em hipótese alguma, tire o respirador!" Ok, entendi a mensagem. Recuperei o fôlego. Mergulhei novamente. Demos mais um rolê submarino, tiramos algumas fotos, mais peixes, algas, pedras. Encontramos a Manda uma segunda vez, tiramos algumas novas fotos. E senti que tava engolindo água de novo. Fiz sinal que queria subir (que nem gente comportada dessa vez) e acabei saindo sem completar todo o trajeto (que incluía cavalos marinhos e estrelas do mar, não só os peixes toscos que eu acabei vendo). Me senti derrotado. A Amanda emergiu três minutos depois, tendo conseguido completar todo o mergulho. Mas apesar dos pesares, gostei da experiência. A sensação de ficar sem ar é horrível, mil vezes pior do que eu imaginava. Pior do que pular de pára-quedas, pior do que entrar na jaula de um leão, pior do que a sensação de fodeo de quando o carro em que você está começa a capotar. Mas a vista lá embaixo é incrível e não vou desistir tão fácil. Já encomendei um snorkel e agora o jeito é treinar a respiração pela boca. E me preparar para o próximo mergulho. =)  

Na volta, o capitão do barco pegou uma lancha e nos deixou no centro. Comemos alguns pedaços sensacionais de bolo de aipim com coco, fizemos umas comprinhas e voltamos pra casa. Meu pai fez pizzas pra janta (com muito presunto de parma!) e a noite, demos um rolê pelo centro com meus pais, o casal V e as Valvetes (ainda tavam rolando alguns shows pelo centro e eu precisava de mais um pedaço de bolo de Aipim). Voltamos pra casa, tomamos mais cervejas e fui deitar enquanto a Veri fofocava com as mulheres (que de alguma forma se tornaram maioria no rolê). 

Dia 04, domingo, já era nosso último dia na casa. Demos uma última tostada na praia mais próxima, mas nem entramos na água depois que o casal VV viu num Guia 4Rodas que ela estava imprópria para banho, tirei umas fotos com a Manda no porto-ponte e no centro e voltamos almoçar um lombo recheado! E funçando na coleção de livros do quarto no qual fiquei com a Manda, notei que vários deles eram autografados pra uma tal Carmen. Tinha até hq do Angeli autografada e um exemplar de "Cem dias entre o céu e o mar", do Amyr Klink (um maluco de Paraty mesmo que foi da África até Bahia num bote a remo), que automaticamente já entrou pra minha próxima lista de leituras (não, não furtei o livro, vou pegar na biblioteca mesmo, em respeito a coleção da grande Carmen, que aparentemente gostava tanto quanto eu de colecionar assinaturas). As quatro da tarde, voltamos pra São Paulo com os V´s, enquanto meus pais voltavam pra Jahu. Era hora de voltar pro trânsito, pra geladeira vazia e pras aventuras somente na televisão, mas com uma bagagem muito maior de viagens e experiências. Foram só alguns dias, mas ter todo mundo junto sob o mesmo teto foi uma experiência com certeza muito boa. =)

terça-feira, janeiro 06, 2015

Buenos Aires

Dia 24 de janeiro, 13h30 da tarde, começou a maior viagem de família que já fizemos. Nossa primeira viagem internacional juntos. Encontrei minha irmã no Airport Bus (que sai propiciamente a pouco mais de 300m de casa) e pouco mais de meia hora depois cheguei no aeroporto de Guarulhos, onde meus pais e meus irmãos nos aguardavam para que tomássemos um voo para Buenos Aires (diferentes voos, na verdade, ja que os 4 foram em um avião e eu em outro, já que demorei demais pra confirmar se ia ou não). Demos um rolê pelo aeroporto, fiz o check-in da minha bagagem, eles embarcaram, li um pouco de "Los 4 Fantasticos" (hq argentina que achei no sebo e levei pra ja ir entrando no clima) e logo chegou minha hora de embarcar. Voei de Qatar Airways, uma companhia indiana meio diferente (filmes de Bollywood no assento, entrega de meias para os passageiros), mas bem boa (refeições parrudas, champanhe e cerveja a vontade mesmo pra classe econômica) e duas horas e meia depois o avião estava pousando. Meu irmão tinha ficado no aeroporto me esperando, já que a Tam é uma merda e não providenciou o meu transfer pro hotel, como havíamos contratado. Sendo assim, tivemos que pegar um táxi até o centro, pela bagatela de 400 pesos argentinos. O preço do táxi foi minha primeira decepção com o país, que está com uma inflação cretina de mais de 300% e ridiculamente caro. Chegando ao hotel, encontramos os demais e saímos procurar um lugar que estivesse aberto na noite de natal e acabamos achando uma pizzaria chamada "La rey", na qual supostamente o "fogo nunca dorme". Lá jantamos e tomamos nossa primeira cerveza em terras argentinas. Ao lado, a bandeira de lego que estava exposta no aeroporto.

No dia 25, conhecemos o café da manhã do NH Florida (que tinha até churros!) e como boa parte da cidade estava fechada pro feriado, então aproveitamos pra visitar o Zoo de Lujan, famoso por deixar seus visitantes o mais próximo possível dos animais. Lujan fica a uns 70km de BA, e como estávamos em cinco, não é todo taxista que aceita uma farofada brasileira, então foi bem difícil de conseguir uma boa alma que fizesse essa viagem. Com insistência, achamos um maluco que se prontificou a nos levar. Mas com toda malandragem, ele a princípio disse que o faria por 600 pesos, mas no meio do caminho, depois que já estavamos no carro, mudou de ideia e quis 700. Pra ajudar, o taxi ainda ficava falhando e dando umas explodidas no motor, o motorista tendo que parar no acostamento, com toda aquela situação superagradável.#savida Admito que também esperava mais do zoológico. Em parte, ele cumpre o que promete. Andei lado a lado com um leão (e vi que sua juba, que por algum motivo eu imaginava ser sedosa era toda encrespada), botaram uma arara na minha cabeça, e me senti o Rafiki (macaco do rei leão) ao segurar um filhote leonino nos braços. Mas o resto é bem decepcionante. Animais (ursos, chimpanzés) irritados ou sedados (tigre branco), que aparentemente não tem uma vida muito boa (enquanto o dono do zoo coleciona motos, carros e tratores antigos). Mais triste e abusivo do que uma grande experiência. O ponto alto foi o fotógrafo ter registrado o momento exato da minha cara de "Fudeu!" quando pisei na cauda do leão, enquanto minha mãe estava abaixada ao seu lado. Felizmente, nada aconteceu rs

A noite, conhecemos um lugar chamado "Il Gato", provando que em qualquer lugar do mundo, restaurantes felinos são a pedida da família, um restaurante bacanudo, onde comemos massas ou um bom bife (meu caso) e tomamos mais algumas cervezas. Sempre uma alegria se embebedar em família. =]

Dia 26 saímos para um suposto "Tour de compras". A guia supostamente nos levaria pra lojas onde o preço compensasse mais que no Brasil. Quem sabe um dia, antes da inflação argentina e da reeleição da vaca da Dilma deixar o dólar 50% mais caro, três reais mano, que absurdo! Tudo estava caríssimo (600 reais uma jaqueta de couro sem marca, replica do Dr. House, 300 uma polo da Lacoste - que em SP pode sair por até metade do preço) e a própria guia foi se chateando já que ninguém da van comprava nada. Até que na última parada, sob a chuva, ela achou melhor dispensar o motorista e nos deixar por ali mesmo, sem garantir nossa volta (seca) pra casa. Pareceu mais uma picaretagem argentina, mas pelo menos na volta pra casa achamos uma boa loja de vinhos, que tinha inclusive uma marca chamada Aristides, cujo logo era um AV (de A. Valvasori) e uma boa loja de  cashmere argentino, uma mistura de lã da ovelha merino com a lã angorá. Almoçamos no "La Barra", uma cervezaria perto do hotel, onde o preço era justo, tinha grande variedade no cardápio e empanadas com ovos picados o suficiente pra se passarem por palmitos.

Descansamos um pouco no apartamento e chegou a hora do City Tour, que nos levaria conhecer rapidamente diversos dos pontos turísticos mais conhecidos de Buenos Aires, como Plaza Cinco de Mayo (se lê "macho"), a casa rosada, o estádio do Boca Junior (que achei bem meia boca - #badumtss), la Ricoleta e "El Caminito", uma ruazinha colorida, cheia de feirinhas e bugigangas artesanais e mais argentinos querendo nos enganar. Antes de sentar em um barzinho, meu pai, eu e meu irmão perguntamos a um garçom quanto era a cerveja. 70 pesos ele respondeu. Mas na hora da conta, quis cobrar 110 pesos por uma Patagônia! Fellas! Sempre dizendo um preço e cobrando outro no final! Na volta, pedimos pro busão nos deixar em Puerto Madero, visitamos o interior de um barco/museu e caminhamos pela Ponte da Mulher. E de lá, caminhamos pelo centro de volta pra casa. 

Dia 27 fizemos um passeio que primeiro nos deixou em San Isidro, onde tem uma estação de trem e várias feirinhas (onde tinha uma barraquinha particularmente interessante de esculturas feitas em giz! tipo, giz de escola, branco e talz de bandas e personagens da cultura pop, como Star Trek ou Star Wars) e depois saímos andar de barco pelo Rio Tigre, que tem várias casinhas em volta e é utilizada pela galera como se fosse praia (tipo um rancho nos 3 rios). O barco era legal, tinha uma boa brise e uma bela vista e serviu alfajores de lanchinho e passou por um parque de diversões chamado de "Terra do Nunca Jamás", que nunca jamais saberei porque tem essa repetição no nome. Na volta, ficamos no bairro da Recoleta, onde visitamos o cemitério que tem os restos da Evita (não da Madonna) e diversas esculturas. Passamos no shopping, nos dividimos na turma dos garotos e das garotas pra pegar 2 táxis e voltamos pro "La Barra", o boteco da esquina do hotel NH Florida, que já tínhamos tomado como nossa principal fonte de alimento e álcool.  Stella Artrois Noire, Quilmes 1890, Patagonias: esse foi o dia em que mais bebemos. E mesmo com o cochilo rápido entre passeios, estávamos bem cansados no dia do melhor programa da noite: a ida ao Señor Tango!

Quiça a mais tradicional casa de tango argentina, esse lugar tem um show criado, dirigido e produzido por Fernando Soler, cantor e showman do espetáculo, que é basicamente uma mistura de "Silvo Santos" com "Dom Juan" das senhoras de idade. O show tem várias músicas clássicas, dezenas de números com diferentes danças, standup do malandrão dono da casa pra integrar a galera e tantas mujeres semidesnudas que mesmo quem não gosta de tango não se importaria se o show de mais de duas horas não fosse um pouco mais longo. O jantar também foi incrível, com mais vinho argentino do que conseguíamos consumir depois da bebedeira da tarde e o melhor bife que comi por lá. Alto, grande, e no ponto (eu geralmente não sou muito fã de sangue na minha carne, mas admito que essa tava maravilhosa).


O show acabou tarde e chegamos em casa mais de duas da manhã, então bem no último dia acabamos acordando tarde, só mesmo a tempo de nos despedirmos do suculento café da manhã do hotel e dar um último rolezinho pelo centro, entrar na catedral e almoçar mais uma vez empanadas no "La Barra" (carne> ramon y queso > pollo). As duas da tarde, o transfer já levou todo mundo pro aeroporto (o que era uma pena, que meu voo saia só as 23h, ou seja, mais um dia bancando o Tom Hanks no terminal, lendo muito, comendo um McDonalds e andando de um lado pro outro enquanto esperava meu aviãozinho indiano chegar). O voo pra casa foi tranquilo, tomei cerveja, assisti a versão inglesa de The Office e ainda dei muita sorte de conseguir pegar um bus pra praça da Republica, chegando no ponto exatemente as 2:55 e pegar o bus das 3:00 (depois disso, só as 4:30). E na manhã seguinte, mais estrada, hora de voltar pra Jaú. E recuperar as forças pra próxima viagem. =)
Abaixo algumas das esculturas de giz que a inflação não me deixou trazer pra casa:

No geral, fiquei um pouco decepcionado com o país, tudo mais caro do que eu esperava, pessoas mais mal educadas ou malandras do que eu imaginava. Muitos mendigos pelas ruas. Mas sei que não escolhemos também o melhor momento deles pra fazer esse julgamento. Quem sabe numa próxima (afinal ainda preciso visitar a Patagônia!) eu não saia com uma impressão melhor ^^