segunda-feira, agosto 24, 2015

Vivendo, desenhando e aprendendo

Sexta feira foi um dia diferente. Ao caminhar pelo Shopping Cidade São Paulo (novo shopping da Paulista) procurando algo pra almoçar, encontrei uma exposição montada pra campanha de lançamento de uma nova série da HBO chamada "O hipnotizador". E lá tinha uma coisa que eu queria muito provar desde que fiquei sabendo que abriria uma casa de diversão dessas em SP: uma escape room. Uma sala onde cheia de pistas, onde você fica trancado e tem um tempo (10min no caso da amostra do shopping) pra tentar descobrir uma senha e se libertar. E é legal pra caralho (ainda mais de graça!)! Segue um pedaço da sala na foto ao lado (tipo, não vem nada fácil ou fica indicado brilhando diferente como num jogo de video game, o negócio é foda mesmo e eu não consegui sair rs). Ainda tirei uma foto num fundo verde e ganhei uma montagem (muito bem feita, por sinal), onde parece que o tal hipnotizador da série está te levitando. Show de almoço! Mal sabia eu que pouco depois veria minha vida levitando realmente na mão de estranhos. Anyway, pouco depois saí de lá e fui encontrar a Manda e algumas amigas do curso de pós dela na Chopperia Opção, atrás do Masp, que eu sempre tinha visto mas nunca visitado (e que é kapsa na verdade, nada demais). Saindo de lá, comemos numa feirinha um crepe de calabresa e cream cheese e depois churros de nutella deliciosos!

Sábado de manhã, fui no centro cultural dos correios conferir uma palestra do Adão Iturrusgarai (criador do Homem-Legenda), famosos por suas tirinhas de jornal. Almocei hot dogs com a Manda, passamos o dia assistindo os incríveis últimos episódios da sétima temporada de Doctor who (Moffat + Matt Smith S2) e passamos no mercado secreto Avanhandava pra comprar coisas pra jantar lanches de mortadela.

No domingo de manhã, corri até o Sesc Pompeia tentar me inscrever numa oficina de quadrinhos ministrada pelo mestre Lourenço Mutarelli, mas assim que botei o pé na sala de inscrição anunciaram que as vagas estavam esgotadas. A Manda fez macarrão com frango no almoço e foundue caseiro com frutas. A tarde, passei quase três horas curtindo um workshop com o Adão (em breve posto as tirinhas que nasceram lá, do Psiquiatra Tubarão - Shark Shrink) que é gente fina pra caramba e até autografou meu moleskine!  A noite, eu e a Manda fomos jantar na Aqueropita (provei o delicioso macarrão e um abacaxi no espeto de chocolate) e pude até dar uns tiros com uma espingarda de rolha (a arma com a qual faltava eu brincar nas férias, obviamente desregulada pra que eu não ganhasse prêmio nenhum), e na volta ainda curtimos o estranhamento com o novo Doutor na oitava temporada de Doctor Who.

Isso tudo sem contar que na quarta eu fiz um curso de mestre cervejeiro, mas esse post é mais complexo então fica pra próxima! :)

segunda-feira, agosto 17, 2015

Férias em Jahu

Como a Manda ia passar o dia todo trabalhando mesmo, passei minha última semana de férias em Jaú, aproveitando tudo que a capital do calçado feminino tem a aproveitar de melhor: corridas na avenida a qualquer hora do dia, almoços da Maria (arroz feijão, virado de milho e bife acebolado), jantas fora com meus pais, botei minha lista da Netflix em dia, e dei uns rolets rippers.

Na segunda feira, continuei colocando minha leitura em dia, e a noite até rolou repeteco da cozinha mexicana caseira.Terça usei o ipad pra aprender a jogar Magic: the gathering (afinal, eu ja tinha nessas férias treinado esgrima e arco e flecha, faltava me tornar um mago), assisti o lixo que é o último filme do quarteto fantástico (baixado mesmo, porque não merece o ingresso, crítica abaixo) e saí tomar umas cervejas com o Guto. Jantamos um lanche excepcional nos Stannis e em seguida, conhecemos um bar onde o preço da cerveja ainda é incrivelmente justo (uns 5 reais o litrão de subzero). Eles também servem espetinhos, ficam ali na Av. do Shopping e como toda a cidade pode te ver por ali, acabamos até tomando uma cerveja junto com antigo ripper desaparecido Tata, que passava de moto por ali. Benefícios de uma cidade pequena =]

Na quarta, cortei o cabelo na nova barbearia pop e badalada de Jaú (impossível achar um horário sem fila, mas é realmente bom e barato), e a noite fui com meus pais curtir a noite da meia na Cachaçaria, onde toda quarta as coisas saem por metade do preço (ou seja, o preço justo) e chegando em casa assistimos ao excelente filme "Ex-machina" (que tem um final realmente surpreendente).
Quinta-feira li um livrinho curto e sensacional do Gaiman sobre Doctor Who chamado "Nothing O´Clock", que faz parte de uma coleção chamada 12 Doctors. E a noite saí mais uma vez pra um rolet ripper com o Gutão. O espetinho estava tão lotado que não conseguimos lugar, o beco estava tão caro (oito reais a cerveja) que estava desanimando, então acabamos parando no Viracopos (um de meus bares favoritos da cidade e que bar mais legal pra tomar umas com um piloto?), pra tomar uns litrões baratões, porções de calabresa a dezlão, e uma incrível porção de salsicha em conserva pela bagatela de TRÊS reais! Muito bom poder encontrar antigos amigos e botar o papo em dia.

Sexta-feira tirei a típica soneca da tarde, bati um cappuchino com gelo no liquidificador, continuei lendo "O poderoso chefão" e a noite saí com meus pais pra jantar no Don Chef pizzas maravilhosas de Aliche e Lombinho e tomar uma cerveja poloneza bizarra.

No sábado, como não arrumamos carona nesse final de semana, acabei voltando pra São Paulo, onde descobri com a Manda um novo mercado secreto (o sacolão Avanhandava) que tem legumes e frutas a preço de feira e cervejas importadas e a noite, fomos conhecer (dessa vez de acordo) a festa da Nossa Senhora da Acheropita (o que nos fez perceber também que moramos a menos de um quilômetro do Bixiga). Provamos o pão com linguiça (kapsa) e uma fogazza sensacional (que lembra bastante o calzone de Jaú, por sinal, só que custando 1/4 do preço). Pra fechar a noite, assistimos ao clássico "Carrie, a Estranha", baseado no livro que alavancou o Stephen King ao sucesso.
Domingo era a despedida das férias, então eu queria um pouco de tudo: terminei de ler o segundo volume de Corporação Batman (sensacional), assisti "Nightmare in Silver", um ótimo episódio de Doctor Who escrito pelo Neil Gaiman, joguei God of War: Ascencion (valeu PsnPlus!), almocei o delicioso estrogonofe caseiro da Amanda,  tirei uma soneca, demos um rolet no Shopping Tatuapé pra comer um balde de frango e depois assistimos mais um pouco de Netflix.

Agora acabou a farra, hora de voltar pra realidade...mas com a sensação de dever cumprido. Encontrei hoje no meu computador do trabalho essa lista que fiz antes de sair de férias com coisas que eu gostaria de fazer:

- Foz do Iguaçu
- Esgrima
- Teatro
- Centro cultural
- Mestre cervejeiro
- Arco e flecha
- Apostar em cavalos

Considerando o que já fiz (e o curso que ainda vou fazer essa semana mesmo), acho que fui bem fiel ao gustt de dois meses atrás. Great Success!

Quatro carinhas sem charme

Desde que começaram a sair notícias sobre o novo filme do Quarteto Fantástico, fiquei com os dois pés atrás. O casting era altamente duvidoso (não havia ninguém realmente parecido com os personagens das hqs ali) e o Dr. Destino podia até ser um bloggueiro maligno. Mas ainda assim, era um filme de super-heróis, então não poderia ser tão ruim, certo?
Infelizmente não. Não conseguindo segurar a vontade de assistir ao filme, por mais que todas as críticas nacionais ou estrangeiras fossem contra o filme, acabei baixando o torrent do mesmo assim que ele apareceu na internet. 
O filme (ou pelo menos a versão que assisti) tem só uma hora e meia, mas parece mais, bem mais. A escolha do elenco é realmente péssima em todos os sentidos: o Tocha Humano é negro, e sua irmã Suzan é branca, Ben Grimm (o coisa) é baixo e magrelo e o Sr. Fantástico tem "cara de peru". Os atores não tem o menor carisma (nesse filme, pelo menos) e não existe o mínimo de engajamento entre os personagens (o que o filme de 2005, ao menos, tinha de sobra).
A atmosfera dark e séria não ajuda em nada. A Fox, assim como a Warner, ainda não entendeu que nem todo filme precisa ser como "Cavaleiro das Trevas" e isso torna o filme um pé-no-saco. 
O design é uma piada. O coisa, além e não usar calças, parece literalmente um monte de bosta. E o Dr. Destino, caralho, o Dr. Destino é uma aula do que não fazer com um design clássico. O vilão não tem motivação nenhuma, tem poderes telecinéticos (que nunca existiram nas hqs) e seu rosto animado tem menos representatividade que o do Ultron. 
O roteiro mal existe, e se tem algo que filmes assim precisam são bons diálogos (vide Homem-Formiga). Bom, não tem. Nada minimamente interessante ou memorável.
A única felicidade que tive quando o filme acabou, foi saber que tinha economizado o dinheiro do ingresso.
Já passou mesmo da hora da franquia voltar pra Marvel...
Excelsior!

sexta-feira, agosto 14, 2015

Férias e o que fazer quando elas vem de surpresa

O que fazer de férias em SP? Bom, praticamente qualquer coisa. São Paulo é uma cidade linda onde você encontra de tudo. Basta procurar.

Foi assim que na segunda feira passada eu me vi fazendo uma aula de esgrima com um professor russo que treina membros da seleção olímpica brasileira. O que eu não esperava era que fosse gostar tanto. O esporte faz maravilhas por coordenação e postura (duas coisas que eu deixo muito a desejar), e obviamente sua dedicação aumenta quando seu professor faz com que você se defenda de seu sabre utilizando as técnicas de defesa que acabou de te ensinar. O local das aulas fica praticamente na rua de casa, mas infelizmente não vou conseguir pagar a mensalidade (bem salgada) por enquanto, bom, quem sabe um dia? ;)

Terça feira, dei um rolet pelo centro, almocei com a Manda numa cafeteria vegetariana (coxinha de palmito e vigarella de pizza) e, cara, se eu trabalhasse onde ela trabalha minha coleção de hqs seria ainda maior. Ali no centro de Sp existem dezenas de sebos com os mais variados tesouros colecionáveis dos quadrinhos. Você pode comprar as primeiras edições brasileiras de Homem-Aranha, encalhe da Editora Mythos e garimpar incríveis hqs importadas. Comprei hqs com mais de 30 ou 40 anos, da Marvel e da DC por preço de banana (dois reais cada edição), uma edição de 1980 do livro "O poderoso chefão" e passei a maior parte do meu dia lendo. Esse sebo secreto (onde comprei "O chefão") fica no segundo andar de um prédio que não tem indicação nenhuma (a não ser o homem-placa na calçada) que demonstre que há alguma loja ali. O dono tem várias salas protegidas com porta anti-fogo e provavelmente tem qualquer livro que eu pudesse precisar em uma delas.

Já na quarta, decidi que ia brincar de arqueiro. Encontrei um lugar em Santana onde você pode pagar por hora pra praticar arco e flecha. Você usa arcos profissionais e aprende que mirar é ainda mais difícil do que parece. Aprende onde e como encaixar sua flecha na corda, até onde puxar a corda e a, com sorte, acertar algumas flechas (pesadas e parecidas com balas de revolver na ponta) no alvo vermelho e amarelo. Gostei muito da experiência e com certeza voltarei lá um dia pra atirar novamente. O único problema é que esse lugar sim fica muuuito longe de casa, e pra treinar uma hora, eu acabaria perdendo 3h só em ir e vir de metrô. O que vale muito a pena pra você se sentir um guerreiro.

Na quinta-feira, consegui uma carona pra Jaú, passei a tarde no centro fazendo compras com minha mãe e tomando sorvete no shopping. Jantei com ela e meu pai no novo restaurante mexicano da cidade e me senti com 15 anos de novo. Na saída, ainda passamos tomar umas deliciosas paletas mexicanas (tudo mexicano nessa noite!), Jaú é revigorante, meu poço de lázaro, e tinha que fazer parte das férias.

Na sexta, li muito ("Sobre a escrita" do Stephen King é sensacional), tirei sonecas, assisti uns filminhos antigos ("Um estranho no ninho", excelente), meu pai me ensinou a comprar frutas no mercado (laranjas e limões tem que ter a casca lisa, maracujás tem que ser pesados e abaxis maduros tem as "penugens" verdes que soltam fácil) - vivendo e aprendendo - e fui jantar com meus pais no Rospinho (clássico!). No final da noite, a Manda chegou e fui buscá-la no McDonalds.

Sábado mais leituras, cooper, almoço no ìtalo, soneca, hqs, mais uma janta no mexicano (lol), pra apresentá-lo pra Veri, e fui com a Manda e o Sustinho e sua mujer na Cachaçaria pra gente se embriagar. Tomamos pinga, e quem passou mal foi a Manda e sua caipirinha de kiwi. 

No domingo, a Veri serviu pra alguma coisa e fez um puta almoço mexicano em casa. Sério, ela conseguiu superar o restaurante da cidade, e eu mal sabia o que escolher. Tinha nachos, tacos, quesadilhas e tudo a vontade. Rolou até cervejinha ipa de maracujá da Baden Baden pra acompanhar (ipa e de maracujá, sim, roubaram minha ideia). A tarde a Manda veio pra casa, assistimos um pouco de Netflix e tomamos mais umas paletas (porque não é do tipo que se encontra em SP, deliciosa e barata!). E as 21h da noite, a Manda e a Veri voltavam pra Sp, enquanto eu ficava pra aproveitar por essas bandas minha última semana de férias.  

domingo, agosto 09, 2015

Foz do Iguaçú, Ciudad del este y Puerto Iguazu

Ah, féeeeerias! Tanta coisa diferente pra fazer que mal tive tempo de escrever o que estava se passando. Bom, vamos ver até onde minha memória alcança. Na segunda-feira passada, primeiro dia de liberdade, encontrei um clube municipal. Sim, em SP esse santo graal existe! Um lugar onde você pode nadar, jogar e aprender esportes totalmente de graça, escondido bem a vista, bem ao lado do metrô (que não vou revelar, pra não popularizar demais hehe). Fiz minha carteira, exame médico e treinei na academia a céu aberto. Visitei uma exposição do Kandisnky no CCBB, Jantei com a Manda, corri no minhocão. Depois de passar a terça lendo, passeando no centro e assistindo TV, quarta de manhã eu já estava na primeira aula de tênis em uns dez anos, e que saudade que eu tinha desse esporte! 

Quinta feira, o negócio começava a ficar sério. Logo cedo, eu e a Manda pegamos um taxi (caríssimo, como tudo na maldita e maravilhosa São Paulo) pro aeroporto de Guarulhos. Demos um rolet por lá, tomamos um café no Starbucks, imprimimos nossos cartões de embarque com ajuda do pessoal da CVC e então era só esperar o embarque no horrível e apertado avião da Gol, que faz com que os ônibus pareçam artigo de luxo. Chegamos em Foz do Iguaçu logo depois no almoço, fomos levados a Premium Churrascaria, onde comemos um delicioso rodízio (bife de ancho e picanha com alho sensacionais), depois conhecemos nosso hotel (o Turrance, muito bom também) e demos uma descansada. As cinco horas da tarde, nosso transporte passava nos buscar para conhecer o Duty Free Shop Puerto Iguazu, na divisa com a Argentina. 

O lugar é gigante, e tem muita coisa boa. Mas o preço não é tão bom assim. Culpa do dólar, ou da dilma, a maioria das coisas estava tão cara que mais compensava comprar no Brasil mesmo. Compramos pouquíssima coisas e saímos de lá um pouco decepcionados. Pelo menos, triste eu não saí, afinal tinha degustação de diversas bebidas sensacionais (vodka grey goose, jack daniels tenesse honey, etc) que eu nunca tinha provado e foi divertido ver a Manda brigando com os cálculos e conversões de dólar pra dinheirinhos (pesos argentinos) pra dólar e de dólar pra real e vice versa.

Pouco depois de 21h já estávamos no hotel, e deu tempo até de passar conhecer a Imperio (também conhecida como "madruguinha"), onde fomos tomar uns sucos (mandys) e cervejas. Um litro de skol, um litro de suco e um x-salada deram uma conta de R$ 21 reais, que com o desconto da garçonete, acabaram ficando por R$ 20! Vinte reais uma conta, caralho, fazia tempo que eu não via isso! Sucesso!

No segundo dia de viagem, madrugamos. Praticamente abrimos o café da manhã do hotel (maravihoso por sinal) e ainda assim não foi cedo o suficiente. Quando o guia passou nos buscar, nem tinha penteado o cabelo ainda. Nossa primeira parada era a usina de Itaipu ("pedra que canta"), que é um passeio bem dispensável, pra dizer a verdade. Lá só tem um vídeo institucional de dez minutos (que puxa o saco da empresa, até o dia em que ela seja exposta como a Petrobras, quebrada em meio a uma piscina de corrupção) e umas paradas pra tirar fotos. Fotos na frente de uma barragem fechada de concreto. Talvez por dentro seja divertido, por fora é Kapsa total. 

Pelo menos saindo de lá, fomos pro Paraguay! Ali sim, um lugar bom pra fazer compras! Tudo muito barato que no Brasil, mesmo com o preço do dólar batendo lá na lua! Dá realmente vontade de voltar um dia que a situação econômica (do país ou a minha) esteja mais favorável.  Altas bebidas, perfumes e quinquilharias. Fellas vendendo meias pelas ruas como se você estivesse numa 25 de março ainda mais pobre e suja! Armas de choque, remédios ilícitos! Lá tem de tuto! Demos um rolet pelas barraquinhas, conhecemos o bom (e caro) Monalisa, e fizemos nossas compras no shopping Del Leste, ali do lado da fronteira mesmo, que tinha os preços mais atrativos e os vendedores aparentemente mais confiáveis. Almoçamos num árabe (shwarma! ficamos sabendo que Foz é a segunda maior colônia de árabes do país, perdendo só pra sampa mesmo), a Manda jogou numa máquina caça-níquéis do cassino, fizemos muitas compras, tomei cerveja importada gelada a preço de banana, agora as coisas legais estavam começando! O pessoal da excursão ainda ia dar um tempo por lá, então pegamos um taxi mesmo e seguimos até o Parque das Aves, tínhamos pouco tempo e muita coisa pra ver!

O parque é realmente um lugar diferente. Não é todo dia que você pode entrar na jaula junto com os animais e ter tucanos, araras e periquitos sobrevoando sua cabeça e pousados bem ao seu lado. Tantas aves, tantas cores. E a Manda conseguiu ser atacada por uma ave estranha do tamanho de um peru. =b

Voltamos de bus pro Hotel (que ficava praticamente na Av. das Cataratas, então tava bem próximo de tudo), economizando uma boa granda de táxi, jantamos mais um vez no "madruguinha" (24 reais!), tomei uma deliciosa paleta mexicana de pão de mel no hotel e depois provamos uns bons drinks do atencioso barman local. Ele tinha uma receita própria de marguerita com curassau, que realmente não dava pra não provar com os preços super baixos do boteco.

No terceiro dia, já estava tão acostumado a acordar cedo, que praticamente acordei sozinho por volta de 6h30 da matina. Tomamos um café da manhã reforçado no hotel (pão de queijo com presunto, bolinhos e hot dog) e logo uma van passava nos buscar pra nos levar até o lado argentino das cataratas, mais especificamente pra dentro do Parque Puerto Iguazu. Nosso guia seguiu pro lado brasileiro (mas optamos pelo argentino por ouvir histórias de que era mais rootz), então quem nos acompanhou foi um chatosão não tão gente fina quanto o primeiro Joseph Luigi, mas o passeio valeu realmente a pena. O parque tinha trilhas, kuatis, macacos e aves passando do nosso lado e até um trenzinho que levava a gente até pontes gigantescas que passavam acima do rio. 

"garganta do diabo" é uma puta vista do caraaaalho! Que lugar lindo do cacete. Daqueles que te faz se sentir um minúsculo nada dentro do pálido ponto azul. Uma queda em forma de U, tem 82 metros de altura, 150 metros de largura e 700 metros de comprimento, é a mais impressionante de todas as cataratas e marca a fronteira entre a Argentina e o Brasil. Ficamos lá quase uma hora sendo banhados pela cachoeira, e observando essa puta queda gigantesca d´água num buraco maior ainda, que também é repleta de centenas de borboletas das mais variadas cores, que obviamente vão escolher pousar nas pessoas que mais tenham nojo delas. Da vontade de pular. Sério mesmo. Vai que tem um mundo encantado mágico e secreto escondido lá em baixo...Bom, voltamos de lá e pegamos um trem até o restaurante (que era caríssimo, então ficamos mesmo só no Freddo, tomando umas batidas de maracujá com morango e comendo uns alfajores de sorvete). Lá dentro do parque também tinha um cara que esculpia rostos de Jesus em pedaços de araucárias muito bonitos. 

Voltamos com o chatosão, tomamos um banho e procuramos por um lugar pra jantar bem (já que tínhamos pulado o almoço) e acabamos encontrando uma das melhores hamburguerias que já visitamos chamada Rockers. Pão de hamburguer crocante, carne recheada com queijo, milkshake de jack daniel´s, coisa linda e com um preço bem mais em conta que São Paulo! Ainda deu pra ir pra lá andando e passar por perto de todas as grandes choperias da cidade, nosso hotel era realmente próximo de tudo! 

Chegando no hotel, fomos nos despedir do bar. Tomamos caipirinhas de limão e kiwi (6 reais mano, muito barato!) e meio litro de pinã colada servida dentro do abacaxi (por pouco mais que dezlão!). Sucesso!

A princípio, pensamos que nem daria pra conhecer nada no quarto dia, já que nosso ônibus sairia na hora do almoço e não sabíamos que horas o traslado da CVC passaria nos buscar. Mas os caras foram tão gente fina que quando dissemos que queríamos conhecer o Museu de Cera, designaram só pra nós dois um novo guia que nos levou de carro até lá, esperou que dessemos um rolet lá dentro e ainda nos deixou depois no aeroporto! Não que o museu seja um lugar que eu recomende. A qualidade de muitas das esculturas é duvidosa, a luz é péssima pra fotografia e as melhores fotos (como por exemplo, um cenário montado de ponta cabeça, pra você sair na foto com o Homem-Aranha) são cobradas a parte do ingresso (que já é caro, R$ 40, ainda bem que pago meia!). De qualquer forma, foi bom aproveitar pra ver mais uma coisa diferente. 

Chegamos 3h antes do horário do nosso vôo e fomos logo tentar despachar as malas, o que nos deu uma puta sorte. Nosso avião estava com overbooking, então ofereceram se a gente não queria sair num vôo mais cedo da Tam. Aceitamos e voltamos pra casa em um avião mais espaçoso, que serviu até lanchinho (bebidas e torradas) e chegamos em casa bem mais cedo, basicamente na hora que nosso vôo programado deveria sair de Foz! Do vôo ainda deu pra ver até uma vista aérea das cataratas e do mar, já que o piloto acabou fazendo um desvio por Santos. Almoçamos no Carl Jr´s do aeroporto (bem mais kapsa do que o do Kansas), pegamos um bus do aeroporto até a praça da república e arrastamos nossas malas até nosso apartamento. Ah, que delícia tomar um banho quente e capotar em nosso próprio sofá! Como é bom viajar!

A nota da loucura

Da primeira vez que alguém te perguntou o que você queria ser quando crescer, duvido que tenha respondido que seu sonho era ficar sentado atrás de uma mesa de madeira, suando sob o ar condicionado, passando dez horas por dia encarando o branco e o vazio de sua tela de computador, certo?
Lá no fundo, você sabe que tem alguma coisa errada. Eu sei, seus colegas sabem, seu chefe sabe, todo mundo sabe. Você quer gritar, jogar o notebook na parede, morder alguma coisa, matar alguém. Faz tempo que sinto a necessidade da selvageria. Antigamente, quando era mais fácil cultivar amigos, algo que me dava muito prazer era gritar. Qualquer coisa, em qualquer lugar, pra todo mundo ouvir. Pelo simples prazer libertador de gritar. Uivar pra lua. Correr e pular. Me fazia bom. Era um alívio pro meu estresse (que mal tinha razão pra existir naquela época.)
Hoje você se estressa e faz o que? Vai tomar um café.Uma bebida que africanos usavam pra aumentar a força de seus guerreiros. Se anima, ganha ânimo pra batalha, e volta a sentar sua bunda suada em uma cadeira giratória desconfortável. Você se sente um babaca. Se não sente, ao menos deveria, afinal somos atualmente uma sociedade de babacas. É bom admitir isso do princípio. Ganhamos dinheiro para ter o luxo de ser mais babaca que nossos coleguinhas. Sonhamos com quem vai ser o mais babaca. Compramos revistas pra saber quem é o babaca do momento. Acordamos babacas, e perdemos o sono preocupados se estamos ou não sendo babacas o suficiente.
Admito que, pelo menos uma coisa, os babacas originais criaram com perfeição. Sua prisão tem o melhor mecanismo de defesa do mundo. A prisão não tem portas nem janelas.Você é bem-vindo a se retirar a qualquer momento. Mas é aí que está o grande lance. Se você sair, estará sozinho. Não obstante, será julgado como um maluco por todos os outros babacas. 
Se todo mundo saísse, e voltasse a viver livremente, a prisão estaria extinta. Mas o genial (e triste) é que o número de babacas é sempre superior ao número de sonhadores. 
E existe um fator mais preocupante ainda: todo sonhador ama pelo menos um babaca. Todos os sonhadores tem pelo menos um babaca na família, em seu grupo de amigos ou está em um relacionamento amoroso com um. Não é um xingamento. Seria o mesmo que eu xingar alguém de nerd. Não é xingamento porque eu também me encaixo na descrição.
Além disso, as prisões são incríveis. Tem paredes com grafiatto, sofás de pena de pato, cerveja com gosto de trigo e notas de canela e até mesmo netflix. A comida então é tão sensacional que te deixa gordo demais pra que tenha vontade de se rebelar, gordo demais até pra que tenha vontade de sair de casa.
Bom, comecei a escrever tudo isso porque terminei recentemente "Clube da Luta" e pouco depois fiz uma visita sufocante a um shopping center burgues de São Paulo, coisas que me fizeram perceber o quanto a babaquice está no auge. "Todo mundo é juiz" é uma das forças principais desse movimento. Toda e qualquer atitude (transgressão ou não) é julgada com ódio e voracidade. Existe uma música tocando incessantemente e ela tem apenas uma nota: mi. 
As redes sociais tiram sua força do ódio. Todo mundo quer palpitar em qualquer coisa, por mais que não façam a menor ideia do que se trata o assunto. É de vital importância palpitar, principalmente se for pra criticar e falar mal.
A gourmetização, é a segunda força. Um conceito que pareceria ridículo para qualquer observador de fora de nossa época está mais forte do que nunca, "que tal pagar por 10x mais caro por esse hamburger que é no máximo 2x superior a um lanche normal? topo! porque não?". Um pão francês custa UM REAL na rua de casa. Um alface custa CINCO REAIS no mercado. Um picolé custa dez reais. Pipoca com canela custa vinte reais a lata. Um ingresso de cinema custa quarenta reais. Tenho certeza de que tem alguma coisa errada por aqui. O país está em crise, os restaurantes continuam cheios. 
Ostentação é a terceira grande força. Me senti completamente perdido ao observar as vitrines das lojas. Tinha jaqueta de cinco mil reais. Um Mickey de cristal de quatro mil reais. Uma tiara de cabelo de mil reais. Um par de brincos de trezentos mil reais. Quer dizer, se essas lojas existem é porque tem gente comprando certo? 
Mas mais que incomode alguém com tanto dinheiro pra gastar desse jeito, o que mais me deixa mesmo com a pulga atrás da orelha é o porque diabos alguém gastaria tanto com uma jaqueta. Se lobos andassem por aí e vissem poodles ou lhasas de fitinha no cabelo e dentes escovados, o que pensariam deles? Acho que sentiriam qualquer coisa menos inveja. Talvez rasgassem suas gargantas e mijassem em suas carcaças, mas aí talvez eu esteja esperando demais dos lobos. Só me pergunto uma coisa: se isso é evolução, deveríamos sentir qualquer tipo de orgulho de nós mesmos? 
A música continua tocando...
Eu continuo enlouquecendo...

Mi...mi...mi...
Mi...mi...mi...
Mi...mi...mi...

PS: Enquanto eu escrevia esse texto, meu Spotify cuspia algumas músicas que ouço faz tempo e que dizem muito sobre o que eu penso desse tema. Entre elas estavam "O Mundo" (Capital Inicial), The fear (Lilly Allen) e Pies Descalços (Shakira). Vai, me julga, fala que essas duas últimas músicas principalmente são uma merda, antes mesmo de se dar ao trabalho de procurar pelas letras, seu BABACA!