segunda-feira, janeiro 02, 2012

Esse ano vou tentar postar com mais frequência no blog, e para tanto, ele vai deixar de ser apenas meu diário virtual e vou passar a postar também mais notícias interessantes. Espero que gostem!

Clicando na Vaquinha - e pagando por isso (ou "o que eu acho de jogos online")

Ian Bogost é um curioso pesquisador da área de games que desenvolveu uma estratégia que ele chama de carpintaria. Ela consiste numa tentativa de destilar o gênero social games até a sua essência e depois trazê-lo de volta, vejam só, na forma de um game! O resultado disso é o Cow Clicker, um jogo de Facebook sobre jogos de Facebook. Ele define seu game como parte sátira, parte uma teoria jogável (playable theory) e parte um honesto exemplo do gênero (sei...).
O funcionamento do jogo é o seguinte, a cada seis horas você pode dar um clique na sua vaca, cada clique faz com que você ganhe mais cliques e você pode também clicar nas vacas dos seus amigos. Além disso, você pode comprar vacas premium através de micropragamentos chamados “mooney” e publicar todas suas atividades para seus amigos.
Pra clicar mais vezes que o permitido, as pessoas tem que pagar com dinheiro de verdade. E tem gente que paga. Muita gente. Tem gente pagando pra clicar numa porra duma vaca virtual. Eu não quero viver num mundo assim.
Pra continuar zoando os jogadores, Ian decidiu criar o Cowpocalipse, dia em que todas as vacas seriam mortas. Então teve gente que pagou! pra que esse dia fosse adiado. E depois de encher o bolso com mais um pouco do dinheiro dos idiotas, ele matou todas as vacas do mesmo jeito. E hoje, quem entra no jogo (que ainda tem 7.000 usuários mensais, tive que entrar no FB pra ver o jogo) clica no nada. Sério, tem gente jogando um jogo onde se clica em uma paisagem vazia. Véi, na boa, véi.Tenho pena do futuro da humanidade.
A única pergunta que fica no final é "Deus, porque não pensei nisso antes?"



Em outra notícia cretina, um cara pagou 16 mil dólares de uma espada virtual de um jogo que nem foi lançado ainda:
http://omelete.uol.com.br/games/homem-gasta-us-16-mil-em-espada-virtual-para-game-que-ainda-nao-foi-lancado/

Outra coisa que eu tinha que compartilhar eh essa mensagem de Ano Novo do Alan Moore:
"Olá a todos. Meu nome é Alan Moore e eu ganho a vida criando histórias sobre coisas que nunca existiram. Quanto às minhas crenças espirituais, elas remontam a um deus-serpente com cabeça humana do século II chamado Glycon, que foi revelada como sendo, na verdade, um boneco de ventríloquo, há quase dois mil anos. Encontrado em todo o Império Romano, Glycon foi a criação de um empresário conhecido como Alexander, o Falso Profeta, um nome terrível para se começar qualquer negócio. O boneco tinha corpo de jiboia de verdade, viva, e sua cabeça artificial tinha olhos grandes e um longo cabelo loiro. Glycon se parecia bastante, na verdade, com Paris Hilton, mas talvez mais adorável e com um corpo biologicamente mais verossímil. Visual à parte, meu interesse pelo deus-serpente é puramente simbólico. Na verdade, esse é um dos símbolos mais antigos da humanidade, que significa sabedoria, ou, de acordo com o etno-botânico Jeremy Narby, o próprio formato da espiral de DNA. Mas eu também estou interessado em ter um deus que é assumidamente um boneco de ventríloquo. Afinal de contas, não é assim que usamos a maioria das novas divindades? Podemos ler nossos livros sagrados e escolher uma passagem ambígua específica e uma interpretação em detrimento de outra e podemos fazer nossos deuses justificarem assim qualquer desejo imediato. Podemos fazê-los dizer o que quisermos. A maior vantagem de endeusar um boneco de meia de verdade e que, se as coisas começarem a fugir do controle, ou parecerem injustas, você pode jogá-lo na gaveta. E ele não tem opção a não ser ir para a gaveta. Bom, em nome de Glycon e eu, tenham todos um Ano Novo muito feliz".

Pra mais sabedoria do mestre: http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/alan-moore-discute-ciencia-e-religiao-assista/

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