terça-feira, janeiro 13, 2009



PLANETA DOS BOVINOS
Parte2
Horas depois fui guiado junto com os outros humanóides obesos a uma espécie de refeitório. Uma sala aberta e ampla que tinha várias mesas compridas espalhadas mas nenhuma cadeira as cercando.Os alienígenas jogavam uns blocos brancos que tinham o aspecto de bolos direto sobre as mesas, e os humanóides os despedaçavam com as mãos e comiam feito loucos. Servi-me de um pedaço com medo de que demorasse para que servissem outra refeição. Era a coisa mais doce e gordurosa que eu já tinha experimentado na vida, parecia que eu tinha colocado na boca um pedaço de manteiga. Cuspi fora o alimento, segurando a vontade que ele me deu de vomitar. Na volta para o galpão, paramos em um pequeno lago onde os outros humanos abaixaram-se para beber da sua água. Vendo que era seguro, também tomei alguns goles. Passei o resto do dia trancado no escuro galpão. Na manhã seguinte, um forte búfalo apareceu vestindo um casaco que parecia ser feito de pele humana. Confirmei minha teoria quando ele virou de costas e eu vi a tatuagem de dragão que o capitão tinha me mostrado alguns dias atrás na viagem. Ele provavelmente se mostrou rebelde demais às novas condições e os alienígenas preferiram matá-lo.
Fui levado a uma sala branca que tinha pequenas poças de sangue formadas aqui e ali espalhadas pelo chão. O búfalo vestido com a pele do capitão me entregou a uma grande vaca malhada e saiu voltando para a o galpão. A alienígena me encarou de cima a baixo e jogou uma pílula no chão. Apontou para ela e ante minha indiferença, pisou com seu casco em meu pé, provavelmente quebrando alguns de meus dedos. Entendi que ela continuaria me machucando caso eu não ingerisse a pílula então acabei o fazendo. Ela me encarou alguns instantes até que meu pênis ficou ereto. Então ela enfiou uma agulha de metal nele e começou a coletar meu sêmen enquanto eu sentia uma dor terrível.
Alguns dias depois encontrei no refeitório a geóloga da nave. Demorei para reconhece-la porque ela havia engordado bastante desde a ultima vez que eu a tinha visto. Gritei para ela, mas ela ignorou meu chamado. Quando me aproximei dela vi que seus peitos estavam roxos e inchados e sua barriga parecia mais a de uma mulher grávida do que a de uma mulher gorda. Ela me viu e começou a chorar, não um choro histérico mas um choro calmo de quem não tem mais esperança. Ela me contou que estava em outro galpão, muito parecido com o meu, mas que tinha apenas mulheres grávidas com as quais ela também não conseguiu estabelecer nenhuma comunicação. Disse que tinham a inseminado artificialmente logo no dia em que eles foram capturados, que ocasionalmente a faziam ingerir remédios estranhos e que todo dia a ligavam seus peitos a doloridos aparelhos de sucção que sugavam todo o leite que produzia. Quando chegou a hora de voltarmos cada um para o seu galpão, ela simplesmente olhou nos olhos e disse:
- Talvez nós mereçamos...depois de tudo que fizemos com elas...

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