quarta-feira, outubro 22, 2014

Lá Erre Te

Ontem saí do trabalho e fui até o Itaú Cultural, onde rolou uma sessão do "Encontros Poéticos", na qual o entrevistado seria o/a Laerte. Cheguei cedo, então deu pra curtir várias das tirinhas e artes originais expostas na galeria (algumas geniais, caso da história "Alquimistas" e outras que já mostravam a indicação sexual latente do/a artista. Em uma das histórias o protagonista se transforma em uma moto e ao final, chega um motoqueiro, pronto para "montá-la". Durante uma hora, ele/a conversou com o entrevistador a respeito de seus quadrinhos, ativismos, e obviamente, a mudança de sexo que aconteceu depois dele/a completar sessenta anos de idade. Aparentemente, tudo começou com essa tirinha:

Depois de publicada, ele/a recebeu uma ligação de alguém que percebeu seus "desejos interiores" e acabou entrando de cabeça no mundo trans.
A palestra foi bem legal, apesar do entrevistador ser um puta pé no saco, que ficava mais se autopromovendo do que deixando o/a Laerte falar, e ao final ainda consegui um autógrafo de "Muchachas". O problema foi na hora de agradecer o autografo. Eu era o segundo da fila, e na minha frente foi uma senhora. Ela cumprimentou o/a Laerte com um beijo no rosto, e agora o que eu fazia? Se apertasse a mão dele/a poderiam me julgar, se eu beijasse também. Não fiz nada. Agradeci, peguei meu gibi e saí correndo sem saber o que fazer. Não era questão de preconceito, afinal acho as tirinhas dele/a ainda melhores depois da transformação. Sei lá, foi só estranho, eu acho, fazer o que?
De qualquer modo, fica aqui a dica do Manual do Minotauro, que reúne muitas das novas (e sensacionais) histórias:

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