quarta-feira, maio 15, 2013

Bobby, o Cao Maravilha

Ha pouco mais de 11 anos atras, estava com toda minha familia no shopping quando paramos pra ver uma exposicao de filhotes. Nessse dia meu irmao conseguiu o que eu jamais consegui, e convenceu meus pais de que tinhamos que comprar um cachorrinho. Uma ninhada de mini bassets chamou nossa atencao, em especial o caozinho mais serelepe deles, que pulava de um lado pro outro. Nos gostamos da alegria dele, enquanto minha mae, que sempre gostou de roupas de marca, se encantou com a diferente cor dos pelos que ele vestia, a muito rara Arlequim, um manchado cinza e marrom sobre seu pelo negro (que muita gente perguntava se era Kiboa ou velhice desde que ele era filhote). Um mini cao era o dog perfeito pra casa diminuta na qual moravamos na epoca. E sempre tinha a pracinha na frente pra ele poder se sentir mais livre no meio do mato (com ou sem nossa permissao, ja que ele vivia fugindo de casa pelas grades do portao nessa epoca, foram inumeras vezes em que saia todo mundo que nem louco procurando por ele e toda a vizinhanca o conhecia ja que o portao era vazado e todos passavam e mexiam com ele durante o dia). O Bobby (sugeri na epoca que meu irmao escolhia o nome, os nomes de todos os Xmen possiveis, e o vencedor acabou sendo o homem de gelo) jovem era sensacional, nao parava de correr por todo canto, sempre com a lingua pendendo pra fora da boca e tentava fazer amor com qualquer perna peluda que atravessasse seu caminho. Diz a lenda que em uma semana que passou na casa do Shao quando fomos pra praia, ele estuprou e devorou dezenas de objetos e calcados. Bob teve mais de dez filhos, nas 2 proles que teve (entre seus filhos estao Bob Filho, Bob Dylan, Bob Marley, Bobina, Bob's Milk Shake e muitos outros - um deles pode ser visto no pesqueiro boa vista, pois foi parar por la), mas nunca ficamos com nenhum de seus filhotes, todos hoje espalhados pela cidade. O bob inclusive tentou engravidar a Mini, do Boi, que nao teve nem tempo de preparar um clima quando ja viu meu dog em cima da dog dele, mas acabou nao rolando. Uma coisa incrivel sempre foi andar com o Bob, porque apesar do tamanho pequeno dele, ele puxava a coleira que nem um maluco, correndo sempre, nunca andando, entao eu sempre fazia cooper quando saia com ele mais jovem. Eramos como Batman e Robin, Gusttman e Bobby, o cao maravilha, patrulhando o bairro. Uma vez tentei fazer uma foto hq, sobre um cachorro que queria voar (e no final fica cego, mas feliz, acreditando que finalmente esta voando e que o brilho da cegueira eh porque ele chegou no Sol) e tentei usar o bob como modelo, mas acabou nao rolando porque de nenhum jeito que ele parava queto pra eu tirar as fotos pra montar a hq. Infelizmente, o tempo foi passando, ele perdeu o pique, corria menos, e eu ja nao sentia mais tanto aquela forca me puxando pelo braco. A corda estava mais fraca. Mas ainda era divertido ver ele, ja com a lingua pra dentro da boca, dando check-in em todas as plantas e nas paredes de todos os vizinhos por quais passavamos. Latindo pra cachorros 10x maiores que ele, tentando correr pra cima das cadelinhas ou cagando dando cambalhota e plantando bananeira. Minha alegria era quando meus pais passavam fds fora viajando e eu podia solta-lo dentro de casa, gostava de como era companheiro e se sentava no peh do sofa enquanto eu jogava videogame ou lia gibi. Ou de como ele corria por todo mundo se tinha churrasco em casa. No ultimo final de semana, achei que ele estava muito magro, o veterinario falou que era insuficiencia renal, nao acreditei. E apos nosso passeio, que sempre era a 1a coisa que eu fazia ao acordar nos dias que estava em Jau, dei pra ele 3 salsinhas, 1 filet de frango, 1 esfiha e 1 panqueca. Tudo que tinha de carne na geladeira, e como ele comeu tudo vorazmente, acreditei que o mal era mesmo fome e que estava tudo bem. Nao estava. Terca feira de manha acordo com minha mae chorando no telefone, me dando a noticia de que apos ter sido internado pra tomar soro, a insuficiencia renal causada nele pela velhice, tinha levado o cao maravilha de nos. Minhas voltas pra Jau acabam de ficar mais tristes, mas agora olho pras nuvens imaginando meu amigo babando com a lingua caindo pra fora da boca e correndo por todo lado la em cima, trepando na perna de Deus.

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