quinta-feira, fevereiro 03, 2022

Meia vida

Caramba, quanto pó por aqui hein? Nem lembrava mais a senha pra entrar nesse site que já foi um dia parada obrigatória pra mim toda semana. Acho que nunca fiquei tanto tempo sem postar desde o começo do blog. Em parte, me sinto até um pouco arrependido por não ter mantido um histórico da minha incrível rotina de quarentena. Acho que eu realmente não esperava que essa situação fosse durar tanto. Em março vai fazer 2 anos que eu sai da agência levando o computador pra casa pra ficar quinze dias de home office.

Pouca coisa aconteceu nesse meio tempo. 2021 foi um ano realmente estranho. Eu passei mais tempo em Hyrule do que em Jaú. Estive caçando pokemons por todo Kanto virtual existente, mas mal sai de casa. Minha sala e meu quarto se tornaram praticamente extensão do meu corpo aqui em São Paulo e a Luna minha sombra branca.

Pela primeira vez na vida eu tive tempo pra sentir que o tempo tava passando. Ou seja, nunca me senti tão velho e tão cansado. A pandemia tirou da minha rotina os bares, os amigos, os colegas de trabalho, os restaurantes, as bancas, a Comic Con, os cinemas, os teatros, os shows e as exposições (basicamente tudo que eu tinha pra contar de novidade aqui no blog). Levou tudo que fazia com que o tempo passasse tão rápido (e de forma tão divertida), que eu mal lembrava que ele estava aí. Ao invés disso, o ano passado deixou de legado 3 novos videogames, e uns 10 kilos a mais na balança.

Teve coisa boa sim, uma viagem pra Socorro (na qual levamos até a Luna!), lançamento de conto novo em coletânea de terror, pós-graduação online, o casamento da minha irmã, viagem pra Natal com a Amanda  (o ponto alto do ano, com passeio de buggy nas dunas, rolet de dromedário, mergulhos com peixes, quadriciclo na beira da praia e muita lagosta) e é claro: a chegada da tão esperada vacina!

Não foi uma perda total, mas também faltou muita coisa pra que eu sentisse que o ano foi completo. O medo da doença ainda pairou por nossas cabeças o tempo todo (e inclusive poucas semanas atrás eu mesmo e a Amanda pegamos Covid,  felizmente com poucos sintomas, o pior deles sendo eu ter passado alguns dias com o sentimento androide de ter perdido o olfato e o paladar). 

E como se um vírus mortal não fosse o bastante, ainda teve a queda absurda no nosso potencial de compra. Dólar lá nas alturas fazendo com que eu diminuísse a quase zero minhas comprinhas internacionais, editoras lançando quadrinho que custa quase R$500, gasolina com preço absurdo (voltar pra Jaú deve ter ficado pelo menos 40% mais caro), e o sentimento de que se eu sair pra comer um hambúrguer aqui na cidade vou gastar pelo menos uns R$200. Até delivery ficou caro demais ultimamente. Sério, tudo subiu de preço de uma forma muito absurda e eu acho incrível de verdade que isso não tenha gerado ainda revolta generalizada nas ruas. 

Bom, acho que vou parar por aqui antes que o texto comece a ficar (ainda mais) depressivo. Até a próxima!



Um comentário:

lakylejachim disse...
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