sábado, novembro 06, 2010

O assalto

Uma das vezes que eu senti mais raiva na vida aconteceu ha alguns anos atrás. Eu abri o portão da garagem pra sair com o carro pro Jahu Clube, quando do nada parou um caminhão gigantesco tapando toda a minha saída. Eu desci do carro pra ver o que estava acontecendo e dois caras apareceram na frente da garagem. Eu perguntei ´que foi?´ e um deles, o que parecia ser o chefe respondeu ´Isso aqui é um assalto´. Não tem como descrever o q eu senti direito. Acho que eu queria voltar pro carro e atropelar os malditos, ter uma arma embaixo da camiseta e estorar os caras, usar minha visão de calor pra frita-los, mas provavelmente devo ter pensado nessas coisas só depois, na hora mesmo só senti medo. Alguns segundos de tensão depois, que pra mim pareceram durar uma eternidade, o filho da puta abriu um sorriso e falou ´Estou brincando. Eu vim buscar um sofá, sua mãe pediu pra gente trocar o forro´. Meu Deus, como eu fiquei puuuuuuto da vida, tipo puuuto mesmo. Isso é brincadeira que se faça, caralho?

Bom, lembrei disso pq tava relendo esses tempos Transubstanciação do Mutarelli e começa com uma historinha curta onde ele conta do pior aniversario que ele teve na vida. Os amigos dele queriam fazer uma festa surpresa e chamaram uns amigos que ele não conhecia pra se passarem por bandidos. Os caras pegaram ele no meio da rua, vendaram ele e o jogaram no porta malas de um carro como se fosse um sequestro. Usaram até armas de mentira. Ele chegou na festa surpresa literalmente mijado de medo e jamais olhou pros amigos da mesma maneira. Brincadeira tem limite.

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