segunda-feira, novembro 10, 2014

O ladrão sem rosto

Sábado, a caminho do apartamento que um dia já foi nosso, mas hoje é só da minha irmã, fui assaltado. Estava carregado de mochilas com presentes pra familiares, hqs e roupas que queria deixar em Jau e mais concentrado no que estava em minhas costas, acabaram levando o que havia em um de meus bolsos enquanto estava no ônibus. 
Como sou malandro, não tinha nenhum documento e só alguns de meus cartões na carteira (e como não tenho dinheiro, só carregava algumas moedas). Ainda assim, teve a dor de cabeça do susto e do fato de que eu e a Amanda tivemos que perder quase meia hora cancelando tudo junto aos bancos.Mas o que mais me irritou foi não ver a cara do filho da puta. Não poder dar um rosto pro qual eu poderia direcionar meu ódio, xingamentos e mil e uma maneiras de assassiná-lo mentalmente. A carteira simplesmente sumiu, como num passe de mágica. 
Ironicamente, no período da manhã, eu tinha visto uns caras perto da estação da Luz fazendo aquele velho golpe dos três copos. Ache em qual está a bola, e você ganha seu dinheiro em dobro. Tinha uma fila enorme de gente só esperando sua vez de ser tapeada. O mágico escondia a bolinha, fora de qualquer um dos copos, e em seguida fazia de conta que ela estava em qualquer recepiente que não fosse apontado pelo participante. Cheguei até a comentar com a Amanda, o quanto era ironico que eles ganhassem mais dinheiro com esse único truque, do que com uma apresentação completa, na qual ele dependeria de esmolas e boa vontade.
Pois é, horas depois, a mágica foi no meu bolso.
Tudo bem, não deu nem tempo do fella tentar usar qualquer cartão e no final, e voltei pra casa com mais do que esperava (presentes atrasados de aniversário =]), mas ficou aquele vazio. 
Sempre que algúem sacar uma carteira no ônibus, e vou dar uma boa olhada pra ver se não é a minha, mesmo que essa informação, assim como o talento dos mágicos honestos, não vá servir pra nada. 



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