segunda-feira, julho 18, 2011

Era pra ser mais um tipico final de semana no rancho shaolin. Um grupo de amigos sem wi-fi, videogames, mmos, pvps e todas essas merdas que os marmanjos gostam tanto hoje em dia. Soh amigos, muita bebida, comida gordurosa e LPs classicos de Pearl Jam, Nirvana, Police, Skid Row e Alice in Chains tocando sem parar (incrivel pensar que as festas tinham que parar a cada cinco musicas pra alguem virar o lado do disco). Ocio criativo rolando solto dando luz a perolas como as novas musicas dos Baratas ‘Recheio de Lagrimas’, ‘Bingo da Comanda’ e ‘@mantega’. Na sexta feira a noite estavamos todos reunidos na varanda apreciando a lua, que parecia uma lanterna apontada na nossa cara por um gigante invisivel. Perto de onze da noite, um pequeno bote a motor com tres caras dentro encostou na beira do rio em frente a chacara. Eles disseram que tinham partido quando ainda fazia sol e acabaram perdidos. Nos perguntaram onde ficava um condominio que nunca ouvimos falar e ficaram alarmados quando respondemos que nao faziamos ideia de onde ficava. Entao eles seguiram em direcao ao leste e dos sofas da varanda os observamos. Todo mundo ja tinha voltado a se preocupar mais com suas proprias fichas de poker, mas eu ainda estava os seguindo com o rabo dos olhos ao longe quando uma cobra gigantesca saiu do rio e puxou o barco pra baixo. Eles ja estavam bem longe e tudo que ouvimos foi um barulho abafado de algo afundando na agua, mas quando comentei aflito com o pessoal o que eu tinha acabado de ver, insistiram que eu estava bebado e como eu estava mesmo, acabei concordando. Entao o Wella levantou e foi la no fundo, procurar umas sobras na churrasqueira. Enquanto procurava por alguma carne que ainda prestasse, terminou seu cigarro e jogou a bituca no mato da casa do vizinho. Nao tinha quase ninguem no condomio, pois era inverno e faz um frio absurdo na beira do rio Nilo (que banha o Egito E o rancho do shaolin). Sem que ele percebesse, acabou acertando um gramado seco. Pouco tempo depois, la da frente sentimos o cheiro da fumaca e quando corremos pra churrasqueira percebemos que tinha uns dois metros quadrados de terreno pegando fogo. Logo improvisamos uns baldes e contivemos o incendio, mas o estrago estava feito. Os bois tatas odeiam quem poe fogo nas matas. O cansaco comecou a bater e fui me deitar. Dormi no quarto dos fundos, que ficava atras da mesa de sinuca porque se fosse dormir no quarto do pessoal algum filho da puta ia querer me acordar pra continuar a bebedeira. Nao sei quanto tempo depois, eu continuava com sono, entao chutava que foram apenas um par de horas, comecei a ouvir os gritos vindos de dentro da casa. Podia ouvir o shao, o wella e o Rosseto berrando coisas sem sentido. Esfreguei os olhos e contornei a casa por tras da churrasqueira e vi que uma cobra gigantesca ameacava dava sequencias de botes em direcao a janela do quarto onde o pessoal estava dormindo. Tirei um espeto direto da churrasqueira, ainda com restos de carne e fui em direcao ao quarto. Quando cheguei la o Wella estava escondido numa fortaleza de colchoes que ele tinha feito pra conter o frio, usando os cantos de um beliche, enquanto o shao e o rosseto atiravam pedras na cabeca do bicho pra ver se ele ia embora. Tentei acertar a cabeca da cobra com o espeto, mas ela pulou na minha direcao e o susto fez com que sem querer eu virasse o espeto pro lado e ele acabou preso entre o canto inferior direito da janeta e o estrado do beliche.A ponta do espeto continuava voltada pra fora, em direcao a janela. Recuei achando que estavamos perdidos, mas o boi tata deu um bote direto na direcao do espeto. Na pressa de achar alguma coisa que pudesse ser usada como arma, eu acabei nao tirando uns cinco coracoezinhos de galinha que ainda estavam na base do espeto. A cobra provavelmente sentiu o cheiro deles e nao pensou duas vezes antes de dar o bote. O espeto perspassou direto o cranio do bicho e depois de agonizar um pouco ela ja estava morta. Saimos pra cozinha (mais do que nunca eu precisava de uma cerveja) pra dar uma respirada e quando voltamos nao havia nem sinal da cobra no quarto (o que eh uma pena pois alguem ouviu dizer que Couraca de boi tata pode render uma boa grana em sites de comercio pela internet). Arrumamos nossas coisas e por volta de seis da manha ja estavamos com tudo nos carros prontos pra voltar pra casa, trazendo pra Jau roupas e sapatos sujos de terra, dezenas de cascos de cerveja vazios e uma historia em que ninguem jamais acreditaria.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em primeiro lugar vc sabe muito bem que eu nao fikei escondido dentro da minha calpsula da N.A.S.A feita de colchoes. Vc me viu sair correndo do rancho com o proposito de pedir ajuda para aqueles garotos perdidos que encontramos horas antes. Estranhamente, quando cheguei, só encontrei roupas espalhadas pelo chao e elas estavam cobertas de vermes palidos que dançavam em cima das vestimentas.Nao me pergunte o que aconteceu ali.
E todos sabem que o grande Nilo banha o Egito e o Vale Verde.