quinta-feira, outubro 04, 2018

Lua de Gelo e Vinho Dia 05 - Embalse El Yeso


Mais uma vez, acordamos cinco e pouco da manhã pra tomar café da manhã correndo as 6h30 e sair com uma excursão as 6h40. Aliás, por pouco não entramos na van errada. Uns malucos de dreadlocks no cabelo apareceram no hotel perguntando quem ia pras montanhas. Respondi que éramos nós (já que nosso guia tinha acabado de nos avisar por Whatsapp que estava próximo do hotel), e já estávamos quase subindo com eles quando outra van encostou no hotel e perguntou se eu era o Gustabo Pires ("sim, tipo o Alexandre Pires", que agora é bem famoso por lá). Já sentados e com o carro em movimento, o guia Juanito se apresentou e logo disse "com sorte hoje teremos um dia de sol em Valparaíso" e quase nos matou do coração. Ele estava só zoando, dessa vez a gente estava na van certa, mas não podia ter escolhido hora melhor pra nos fazer surtar. Como da outra vez, primeiro passamos em uma loja onde tentaram nos empurrar o aluguel de mais roupas de neve (pegamos só as botas, e mesmo delas talvez a gente não precisasse), um lugar que tinha até um mini zoo, com cervos ("renas de papai noel" brancos de amarronzados), onde aManda teve uma breve conversa com uma ovelha. E de lá seguimos pra uma uma cidade chamada Cajon del Maipo, enquanto o rádio tocava músicas de flauta dos Andes, que nós paulistamos conhecemos como "as músicas dos flautistas de praça", e que quem assiste south park sabe que servem pra afastar os ataques de hamsters gigantes.

Quando a van nos deixou na entrada da represa (a Embalse El Yeso), caminhamos por 1,5km até o lago, com um vento gelado batendo no rosto, até chegar em um dos lugares mais bonitos que eu já vi na vida. Um lago imenso que reflete de forma magnífica várias montanhas que estavam lindamente cobertas pela neve que havia caído na madrugada da segunda feira. Andamos pelo lugar, tirando milhares de fotos enquanto o sol subia e o dia começava a esquentar. Felizmente, não precisávamos mesmo ter alugado nenhuma roupa especial pro passeio. Na descida, nosso motorista nos esperava com uma mesa montada com vinho, queijo, salame, maçãs com vinho, cream cheese coberto com shoyo e quinoa (o que descobrimos ser um aperitivo excelente pra comer com torradas) e marmelo com cebola. Juntamos então as melhores coisas do Chile em um só passeio: tomar vinho na neve! Descemos as montanhas com mais um belo vislumbre das Cordilheiras e cochilamos boa parte do trajeto por conta do vinho. 


Chegando em Santiago, aproveitamos que ainda havia sol pra comer no famoso Restaurante Giratorio, um lugar que ficava a 200m do hotel, que fica no topo de um prédio e que fica sobre uma plataforma que gira em 360 graus, pra que você possa curtir a vista de todos os pontos possíveis. Lá comemos minha a melhor refeição que tivemos na cidade (uma carne perfeitamente no ponto, a minha com bolinhos de arroz empanado com queijo e camarão, a daManda um sanduíche sem pão formado por duas carnes com queijo no meio, acompanhado de batatas fritas, ambas acompanhadas de taças de vinho). Depois, provamos literalmente todas as sobremesas do cardápio. A hora de pagar foi triste, foi a conta mais cara de Santiago (e provavelmente da minha vida), mas relevamos, afinal não é sempre que estamos de lua de mel.

Curiosidade 05 sobre o Chile: Cajon del Maipo pode ser traduzido meio que como "caixotes de terra fértil", e o local tem essa fertilidade toda por conta da alta concentração de vulcões na área (por todo o Chile, são mais de 2mil deles).  

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