A memória é um negócio muito doido. Por algum motivo, parece que ela dá um peso maior pras coisas da infância e da adolescência. Tanto que tem até nome diferente pra elas. Depois, dos 20 ao 60 é tudo um bolo só, a longa fase adulta. Bom, acontece que lá pelos idos tempos do Exupery, mais especificamente entre a terceira e a sexta série, um dos meus melhores amigos era o Danylo. A gente andava junto com o "Digão" (que nem atende mais por esse nome) e o Wella (que nem usava esse apelido ainda). E juntos éramos a turma do desenho, que passava o dia inventando histórias e personagens e desenhávamos nossos próprios quadrinhos (e até albuns de figurinhas desses personagens!). Éramos muito amigos mesmo, mas um dia o pai dele teve que mudar pra outra cidade por conta do trabalho e a gente nunca mais se falou.
Uma década depois chegou o Facebook, passamos a acompanhar a vida um do outro de longe e ele meio que virou o cara que via as fotos da turma e perguntava "então fulano é esse careca aí da esquerda?"
Eis que esses tempos ele mudou pra São Paulo com a mulher e nessa sexta decidimos marcar uma cerveja pra botar o papo em dia, afinal tínhamos só uns 20 anos de atualização pendentes.
Foi louco foi perceber o quanto, mesmo com a distância, seguimos caminhos parecidos. Ele também se formou em publicidade, casou ano passado (depois de morar junto com a namorada por anos), arrisca uns rabiscos de vez em quando e veio parar na capital. E mais doido ainda perceber o quanto, apesar de todo esse tempo, na essência ele continuava sendo a mesma pessoa. Mesmos trejeitos, mesmos gostos, mesmo tipo de piada. Realmente incrível poder sentar pra relembrar de tanta coisa da nossa infância, que sinceramente nem parece ter acabado há tanto tempo assim.
OBS: Posts sobre o Super Vácuo (primeiro personagem que lembro de ter criado) e o Esquadrão Zero (primeiro grupo de super-heróis que desenhei) em breve.
Nenhum comentário:
Postar um comentário