Segunda feira fui pra uma entrevista em uma gráfica na capital do
calcado feminino as 7h30 da manha. Depois de duas perguntas desinteressadas,
fui prontamente contratado pra uma “semana de teste”, na qual testariam meu ‘ritmo’
como assistente de arte. Fui alertado de que as coisas tinham que acontecer
muito rápido num lugar desse tipo, e que não seria como a vida em uma agencia,
com a qual eu estava acostumado.
Mas como bom pequeno leão que sou, ri na cara do perigo e aceitei começar
imediatamente o teste. Fiz um folder no primeiro dia, um catalogo no segundo e no
terceiro uma peça de email marketing, um formulário pra um hospital e um
panfleto. Em São Paulo eu levaria pelo menos uns três dias pra fazer cada uma
dessas coisas, e não faria nada disso sozinho. Geralmente varias pessoas
trabalham juntas num projeto em SP, uma planeja, a outra cria a arte e a outra
escreve o texto. Aqui eu teria que fazer tudo sozinho e ainda disseram “tema
livre, use a criatividade”.
Ow, tanta liberdade não eh tão
legal quanto parece... Eu mal sabia por onde começar. E mal tinha tempo de
pesquisar benchmarks e ferramentas em aplicativos que pouco usava pra
trabalhar. No primeiro dia, apanhei mas gostei do resultado. No segundo dia, não
gostei do que fiz, cheguei em casa e fiquei ate meia noite fazendo versões alternativas
do meu trabalho para apresentar no dia seguinte. E na quarta, tirei de letra.
Eu já estava entrando no ritmo, e orgulhoso de meus resultados. Mas não foi o
suficiente. Ao final do dia, sem nem querer saber de tudo que eu tinha feito
naquele tempo, meus possíveis empregadores me chamaram de canto e disseram que
meus serviços não eram mais necessários. Sai de lá frustrado, mais pelo fato de
quem nem quiseram olhar o que eu tinha feito, do que realmente de ter perdido o
emprego. Não era o trabalho dos meus sonhos, mas seria legal treinar por um
tempo de ser uma agencia de um homem só. Vi muita coisa nova nesses três dias, e
realmente gostaria de ter visto um pouco mais.
O chato foi que motivo da “demissão”, ficou meio obscuro, já que nem
olharam as coisas que eu fiz no terceiro dia, mas que calculo que pode ser o salario que eu pedi (que
eu julguei baixo e justo, mas pros padrões da cidade provavelmente foram considerados altos) ou o pessoal la não gosta mesmo de muita gente (eu fui o terceiro que "foi reprovado" nos testes das ultimas semanas). #savida. Pelo menos, me
animei um pouco de ter uma resposta inicialmente positiva e considerei uma vitória,
ainda que de curta duração. Saindo de la, afundei as magoas em álcool e anchovas ao lado de meus pais e do meu irmão e me apoiei nos abraços da Manda pra me reerguer. Já na manha do dia seguinte, fiz outra entrevista e consegui um
trampo novo. Afinal, savida continua...
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