segunda-feira, agosto 05, 2013

Circo da Vida

Sábado passado, eu e a Amanda levamos a priminha dela de 4 anos no circo que estava na cidade. Claro que eu não esperava que fosse o maior espetáculo do mundo, mas nas minhas memorias, lembrava-me de já ter ido em alguns circos divertidos em Jau quando era criança.

Este não era o caso. Quando passamos as cortinas vermelhas, não tinha mais do que 100 cadeiras alinhadas na frente do picadeiro. O show começou. O mestre de cerimonias, que não sabia usar o plural deu as boas-vinda pras poucas pessoas que não ocupavam nem metade das cadeiras e entrou em cena o homem de quatro-pernas, seguido de um homem aranha gordo que se enrolava em cortinas, uma assistente gorda de uma magica gorda que não cabia em suas próprias roupas, e uma torturante imitação fajuta de “Galinha Pintadinha”. Foi triste, dava pra ver claramente que era apenas uma família se esforçando pra ganhar a vida de um jeito inusitado. Vendendo o pouco que tinha de dignidade. Não havia magia, nem animais adestrados, nem grandes números, soh o mundo real, e isso eh deprimente.

O mais legal foi que no começo, quando tudo estava escuro, a priminha da Amanda, estava com medo. Meio que como a gente quando começa a vida, chegamos chorando, mas nos acostumamos com a bosta que ela eh e no final acabamos ateh nos divertindo.Ainda bem que estávamos com uma criança que se divertiu, (e passou o circo todo esperando por um elefante, do qual eu prometi que ela poderia usar a tromba pra me dar um banho, fato que infelizmente ela não esqueceu ateh hoje), porque se fossemos soh eu e a Amanda, eu ficaria muito puto de ter gasto R$ 10 no ingresso. E foi ai que tive outro insight, talvez seja por isso que as pessoas tem filhos. Talvez a felicidade e a ignorância (palavra feia pra ingenuidade) tenham data de validade. E quando as pessoas não conseguem mais alegria por si próprias, tem filhos para que recuperem a alegria através dos olhos de novas pessoas, ainda intocadas pelo feio e pelo triste. The show must go on...


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