Sábado passado, eu e a Amanda levamos a priminha dela de 4 anos no circo
que estava na cidade. Claro que eu não esperava que fosse o maior espetáculo do
mundo, mas nas minhas memorias, lembrava-me de já ter ido em alguns circos
divertidos em Jau quando era criança.
Este não era o caso. Quando passamos as cortinas vermelhas, não tinha
mais do que 100 cadeiras alinhadas na frente do picadeiro. O show começou. O
mestre de cerimonias, que não sabia usar o plural deu as boas-vinda pras poucas
pessoas que não ocupavam nem metade das cadeiras e entrou em cena o homem de
quatro-pernas, seguido de um homem aranha gordo que se enrolava em cortinas,
uma assistente gorda de uma magica gorda que não cabia em suas próprias roupas,
e uma torturante imitação fajuta de “Galinha Pintadinha”. Foi triste, dava pra
ver claramente que era apenas uma família se esforçando pra ganhar a vida de um
jeito inusitado. Vendendo o pouco que tinha de dignidade. Não havia magia, nem
animais adestrados, nem grandes números, soh o mundo real, e isso eh
deprimente.
O mais legal foi que no começo, quando tudo estava escuro, a priminha da
Amanda, estava com medo. Meio que como a gente quando começa a vida, chegamos
chorando, mas nos acostumamos com a bosta que ela eh e no final acabamos ateh
nos divertindo.Ainda bem que estávamos com uma criança que se divertiu, (e passou o circo todo esperando por um elefante, do qual eu prometi que ela poderia usar a tromba pra me dar um banho, fato que infelizmente ela não esqueceu ateh hoje), porque se
fossemos soh eu e a Amanda, eu ficaria muito puto de ter gasto R$ 10 no
ingresso. E foi ai que tive outro insight, talvez seja por isso que as pessoas
tem filhos. Talvez a felicidade e a ignorância (palavra feia pra ingenuidade)
tenham data de validade. E quando as pessoas não conseguem mais alegria por si
próprias, tem filhos para que recuperem a alegria através dos olhos de novas pessoas,
ainda intocadas pelo feio e pelo triste. The show must go on...
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