segunda-feira, março 10, 2014

Um sábado de Natal em março

Sábado a tarde, fui com meu Bro, o Pirata e o Kev na Feira Plana que tavam organizando na frente do MIS (Museu da Imagem e Som). Montaram diversas barraquinhas pra galera das publicações independentes e fanzines vender sua arte, então fomos lá dar uma volta no sábado a tarde. Tinha um zilhão de pessoas, muito mais do que eu imaginava que teria (tanta gente que nem conseguimos entrar no museu pra ver a exposição do Bowie que tá rolando lá dentro), e os stands ficaram tão cheios da galera alterna da Augusta que mal dava ver direito o que tava exposto, então depois de tomar a cerveja mais cara que já tomei numa fila (pagamos 6 dilmas numa lata de Skol, que terminou antes de chegarmos no caixa, graças ao tamanho da fila na lanchonete do MIS), decidimos ficar lá na frente da feira mesmo, onde tinha malucos vendendo Ser Veja da boa (Heineken) e sem fila por cinco dilmas. E para noooossa alegria, enquanto estávamos de boa lá na frente, um anjo, papai noel ou simplesmente um cara que ia mudar e estava se desfazendo de suas coisas, começou a descarregar malas e sacolas cheias de DVDs, CDs, livros e quadrinhos pelo chão. Achei que era um sebo, obviamente e perguntei quanto custava cada encadernado de hq que já atraía minha atenção. E eis que a mulher do cara (unica coisa que ele não tava dando, para infelicidade dos meus amigos) respondeu: É de graça, pode levar o que quiser.
- Aceitamos brejas e cigarros em troca. Mas não é obrigatório doar nada, pega aí, o que não pegarem, vai ficar pra rua.
E assim começamos uma coleta desenfreada por maravilhas! Só eu levei pra casa os 4 primeiros volumes de Y- The Last man, o 4o volume de Supremo do Alan Moore, os 2 primeiros livros de Discworld, o encadernado capa dura de DMZ e o cd (no plástico) de Flight 666. Meu irmão, o Kev e o pirata saíram de lá igualmente abarrotados de hqs, livros e cds fantásticos. Fomos os primeiros a ver a "anti-loja" (Valva, Broda), então meio que conseguimos literalmente tudo o que queríamos. 
Bom, abarrotados de cultura, pegamos um bus e descemos pra Maria Antonia, onde a Manda já me esperava, recém-chegada de Jahu e partimos pra um boteco nas proximidades fechar a noite com muita cerveja e calabresa. Sempre bom poder reunir na mesma mesa tanta gente que eu gosto, e que geralmente só vejo separados. E que rende pérolas do tipo:
Pirata: Meu, ao invés de beber, vamos todos sentar e ler nossos livros.
Gust: Pelados?
Pirata: Não, quietos.
Ou...
Amanda: O que eu mais tiro dos dentes dos pacientes é frango e pêlos.
Pirata: Frango?
Fora isso, tivemos uma ideia pra feira do ano que vem, na qual venderemos Hímens de geladeira. Tirinhas impressas em imã, pras pessoas colocarem onde quiserem. E planejamos uma forma de roubar as escritas do mendigo da esquina que escreve suas ideias freneticamente num caderninho com sua caneta, como um profeta perdido pelas ruas (e talvez, ele seja autor de músicas tipo..."Não tenho carro, não tenho teto...blblabla...Lepo Lepo").
Mais um belo dia, inesperadamente muito lucrativo, em SP. Tem como não amar uma cidade que me dá hamburger, cinema e agora até encadernados de quadrinhos de graça???


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