sexta-feira, fevereiro 26, 2010
Meu, voces tem noção que em janeiro o blog completou SEIS anos de existência??? Entre idas e vindas, eu nunca o abandonei completamente e ele está comigo desde janeiro de 2004 (cliquem ao lado de vez em quando pra reviver o passado, eu era ainda mais bobo e gostava ainda mais de super-heróis). Meu, como o tempo passa...
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Chegamos no final de tarde em Copacabana e nos hospedamos em um alberguezinho bom e barato, onde sério, só tinham jovens argentinas hospedadas, e que eu apelidei de Isla Paradizo (a Mulher-Maravilha vem de uma ilha onde só vivem mulheres, chamada Ilha Paraíso). Demos uma volta pelo píer (a Bolívia não tem mar, mas o Titicaca é tão grande que é meio que tratado como mar) e compramos passagens pro dia seguinte pra Isla del Sol. Demos uma deitada no hotel e saímos pra jantar. Em Copacabana eles vendem um puta pratos de truta (com batata frita, arroz, salada) por 20 bolivianos (algo em torno de cinco reais)! E isso porque estávamos em um bom restaurante de um cara parecido com o Zidane e que teve até música ao vivo, de uns caras que tavam tocando pra bancar o próprio mochilão. Ficamos sabendo que nosso albergue tinha toque de recolher e que se não voltássemos ate a meia noite, teríamos que dormir na rua porque ninguém abriria a porta pra gente. Então, lá pelas dez e pouco fomos beber no restaurantezinho do albergue mesmo. Pedimos umas paceñas e tudo bem, o lugar ta cheio de argentinas, podemos ficar por aqui mesmo. Mas eis que chega o dono do hotel e meia noite, simplesmente apaga a luz do restaurante mandando todo mundo pra fora! Pouco filho da puta¿ Ainda bem que dái voltamos pra cama e putos, já vazamos cedo no dia seguinte, esquecendo de pagar as cervejas, que também esqueceram de nos cobrar.
O barco pra Isla Del Sol (´tudo começou, há um tempo atrás, na ilha do soool, destino te mandou de volta....´) era muito, muito, muito lento. E eu me arrenpendi demais de não estar com um livro à mão. Depois de uma hora, chegamos nesta pequena ilha no meio do Titicaca. Ai era hora de procurar um hotel e com nossas mochilas de 20kg nas costas começamos a subir milhares de degraus (que pra ajudar, toda hora ainda passavam uns burros pelo caminho, tomando toda a passagem) montanha acima até um hotel que tivesse vagas. Era só uma amostra do que a trilha inca ainda nos proporcionaria (mas pelo menos na trilha eu tava com uma mochila bem mais singela). Deixamos as mochilas no quarto, dormimos um pouco e almoçamos umas bolachas. Depois o Guto saiu pro topo da montanha pra ver a vista e eu e meu irmão saímos atrás dele mas acabamos encontrando uns argentinos pelo caminho, com quem conversamos sobre política internacional (-´te gusta lula¿, - ´prefiro pollo´) e parando em outro lado da ilha, onde tinha umas antigas ruínas Twanaka, de uma civilização anterior à Inca. Eu e meu irmão tomamos pito porque estávamos escalando lugares das ruínas que não eram permitidos e quando fomos sair de lá, o guardinha tinha nos deixado trancados pra dentro do sítio. Uma velhinha típica, até vestida a caráter nos viu e mostrou um buraco na cerca por onde fomos embora. Na volta, achamos uma pequena vendinha perdida no meio do caminho e paramos pra tomar uma cerveja estorando de quente. Foi um belo momento de brisa. Só eu e meu irmão, no meio do nada, curtindo a linda vista do Titicaca e de umas ilhas ainda menores que ele abrigava a nossa frente e conversando sobre a vida, o universo e tudo mais. Voltamos pro apartamento, onde o Guto até que tava menos puto do que a gente esperava, por termos deixado ele sozinho. Tomamos uns banhos gelados (o Guto ainda teve que consertar o chuveiro, que tava todo entupido, usando partes da lanterna dele) e mais tarde saímos pra jantar. Comemos umas trutas em um pequeno restaurante montanha acima, que demorou uma eternidade pra nos servir. E quando descíamos de volta pro hotel, encontramos um maluco parado no meio no nada, no escuro e na chuva, balançando sua lanterninha de um lado pro outro, era ninguém menos que o Pedro (o ´Pode cre´dele (MG) é ´Boto fé!´), que eu já citei anteriormente. Em outro encontro, ele contaria que tava lá perdidaço e sozinho porque estava acabando com todo o estoque dele de marijuana e coca porque no dia seguinte iria pro Peru e não queria ter que passar com drogas pela fronteira. Batemos um papinho com ele, compramos chocolates (na Bolívia Toblerone e Snickers são muito baratos) e fomos dormir.
Acordamos cedo no dia seguinte, tiramos umas fotos e descemos (a descida foi tão rápida comparada a subida, que eu nem conseguia acreditar que na verdade estávamos tão próximos da costa) pegar um barco de volta pra Copacabana. Demos muita sorte pois tinha um barco saindo exatamente na hora em que chegamos no píer.
Em Copacabana, achamos uma agencia que nos levasse a Cusco, com direito a uma visita a Puno, onde ficam as Islas Flotantes no caminho. Na agencia, conhecemos dois paulistas, uma gostosa que tinha comprado um cachorro em Coxabamba (quem vai pra Bolívia e compra um cachorro no meio da viagem¿) com seu namorado Roots. Gastamos nossos últimos bolivianos, já que agora iríamos pro Peru, em chocolates e porcariadas e fomos pro busão. Foi um puta rolo, a velha maldita da agencia nos vendeu passagens pra um ônibus que não tinha lugar pra gente e tivéssemos que ir em outro, que no começo também não queria nos aceitar. E mesmo quando aceitou, só tinha 4 lugares, dos 5 que a velha tinha vendido. O Guto quis ser meninão e foi de pé, pra ceder lugar pro namorado roots da gostosa só pra fazer uma moral com ela. Antes de ceder o lugar, umas velhas argentinas ainda tinham arrumado briga com o Guto porque disseram que os lugares que ele e meu irmão sentaram elas tinham tentado comprar mas não queriam vender pra elas (era só uma fileira na frente...). Ai o bom menino pomba falou que trocava de lugar com elas se elas quisessem. Esse gesto de gentleman, deu brecha que a mais velha das velhas puxasse moh papo com o Guto, que disse pra elas que era advogado (eu só falei que estudava publicidade, como sempre na viagem, ia ser meio estranho explicar um advogado de moicano). A velha até ofereceu as netas dela pra ele! Bão, passamos pela fronteira do Peru, onde meio irmão tinha perdido um papelzinho que tinham dado na entrada da Bolívia e teve que deixar uma propina de 20 bolivianos pelo ocorrido. Nem revistaram nossas malas, o Pedro devia ta puto...Passei pelo arco que separa a Bolívia do Peru, correndo e gritando ´Até nunca mais, Bolívia!´, mas sabendo que duas semanas depois eu estaria de volta a La Paz.
O barco pra Isla Del Sol (´tudo começou, há um tempo atrás, na ilha do soool, destino te mandou de volta....´) era muito, muito, muito lento. E eu me arrenpendi demais de não estar com um livro à mão. Depois de uma hora, chegamos nesta pequena ilha no meio do Titicaca. Ai era hora de procurar um hotel e com nossas mochilas de 20kg nas costas começamos a subir milhares de degraus (que pra ajudar, toda hora ainda passavam uns burros pelo caminho, tomando toda a passagem) montanha acima até um hotel que tivesse vagas. Era só uma amostra do que a trilha inca ainda nos proporcionaria (mas pelo menos na trilha eu tava com uma mochila bem mais singela). Deixamos as mochilas no quarto, dormimos um pouco e almoçamos umas bolachas. Depois o Guto saiu pro topo da montanha pra ver a vista e eu e meu irmão saímos atrás dele mas acabamos encontrando uns argentinos pelo caminho, com quem conversamos sobre política internacional (-´te gusta lula¿, - ´prefiro pollo´) e parando em outro lado da ilha, onde tinha umas antigas ruínas Twanaka, de uma civilização anterior à Inca. Eu e meu irmão tomamos pito porque estávamos escalando lugares das ruínas que não eram permitidos e quando fomos sair de lá, o guardinha tinha nos deixado trancados pra dentro do sítio. Uma velhinha típica, até vestida a caráter nos viu e mostrou um buraco na cerca por onde fomos embora. Na volta, achamos uma pequena vendinha perdida no meio do caminho e paramos pra tomar uma cerveja estorando de quente. Foi um belo momento de brisa. Só eu e meu irmão, no meio do nada, curtindo a linda vista do Titicaca e de umas ilhas ainda menores que ele abrigava a nossa frente e conversando sobre a vida, o universo e tudo mais. Voltamos pro apartamento, onde o Guto até que tava menos puto do que a gente esperava, por termos deixado ele sozinho. Tomamos uns banhos gelados (o Guto ainda teve que consertar o chuveiro, que tava todo entupido, usando partes da lanterna dele) e mais tarde saímos pra jantar. Comemos umas trutas em um pequeno restaurante montanha acima, que demorou uma eternidade pra nos servir. E quando descíamos de volta pro hotel, encontramos um maluco parado no meio no nada, no escuro e na chuva, balançando sua lanterninha de um lado pro outro, era ninguém menos que o Pedro (o ´Pode cre´dele (MG) é ´Boto fé!´), que eu já citei anteriormente. Em outro encontro, ele contaria que tava lá perdidaço e sozinho porque estava acabando com todo o estoque dele de marijuana e coca porque no dia seguinte iria pro Peru e não queria ter que passar com drogas pela fronteira. Batemos um papinho com ele, compramos chocolates (na Bolívia Toblerone e Snickers são muito baratos) e fomos dormir.
Acordamos cedo no dia seguinte, tiramos umas fotos e descemos (a descida foi tão rápida comparada a subida, que eu nem conseguia acreditar que na verdade estávamos tão próximos da costa) pegar um barco de volta pra Copacabana. Demos muita sorte pois tinha um barco saindo exatamente na hora em que chegamos no píer.
Em Copacabana, achamos uma agencia que nos levasse a Cusco, com direito a uma visita a Puno, onde ficam as Islas Flotantes no caminho. Na agencia, conhecemos dois paulistas, uma gostosa que tinha comprado um cachorro em Coxabamba (quem vai pra Bolívia e compra um cachorro no meio da viagem¿) com seu namorado Roots. Gastamos nossos últimos bolivianos, já que agora iríamos pro Peru, em chocolates e porcariadas e fomos pro busão. Foi um puta rolo, a velha maldita da agencia nos vendeu passagens pra um ônibus que não tinha lugar pra gente e tivéssemos que ir em outro, que no começo também não queria nos aceitar. E mesmo quando aceitou, só tinha 4 lugares, dos 5 que a velha tinha vendido. O Guto quis ser meninão e foi de pé, pra ceder lugar pro namorado roots da gostosa só pra fazer uma moral com ela. Antes de ceder o lugar, umas velhas argentinas ainda tinham arrumado briga com o Guto porque disseram que os lugares que ele e meu irmão sentaram elas tinham tentado comprar mas não queriam vender pra elas (era só uma fileira na frente...). Ai o bom menino pomba falou que trocava de lugar com elas se elas quisessem. Esse gesto de gentleman, deu brecha que a mais velha das velhas puxasse moh papo com o Guto, que disse pra elas que era advogado (eu só falei que estudava publicidade, como sempre na viagem, ia ser meio estranho explicar um advogado de moicano). A velha até ofereceu as netas dela pra ele! Bão, passamos pela fronteira do Peru, onde meio irmão tinha perdido um papelzinho que tinham dado na entrada da Bolívia e teve que deixar uma propina de 20 bolivianos pelo ocorrido. Nem revistaram nossas malas, o Pedro devia ta puto...Passei pelo arco que separa a Bolívia do Peru, correndo e gritando ´Até nunca mais, Bolívia!´, mas sabendo que duas semanas depois eu estaria de volta a La Paz.
quarta-feira, fevereiro 24, 2010
Só um adendo, esqueci de dizer que no ônibus pra Sucre, uma hora quando estávamos falando do Pântano das Lamentações e me mandaram assistir ´Sons do Inferno´ no youtube, o Guto citou `La Morsa´e um garotinho boliviano até virou pra trás e falou `La Morsa¿ La Morsa es horrible!´...fim do adendo.
Bom, no segundo dia do passeio que compramos em Uyuni, acordamos, tomamos café na hospedagem San Juan e saímos visitar um deserto (agora não de sal, de areia mesmo). Logo que chegamos o Guto ficou desesperado pra cagar e protagonizou uma das cenas mais lindas da viagem. Estávamos num lugar que só tinha areia, pedras e alguns turistas (tah, essa é a definição de deserto, eu sei...) e só dava o Guto correndo pelo deserto com um papel higiênico rosa na mão, que ele tinha arranjado com nosso guia atrás de um lugar onde pudesse cagar. A sorte do Guto, foi que a câmera não estava comigo e meu irmão em vez de filmar, tirou uma seqüência de fotos, por isso essa cena não foi parar no youtube. Depois visitamos algumas lagunas coloradas (verdes, vermelhas), vimos alguns flamingos e subimos em algumas formações rochosas altas o suficiente pra fazer nossas mães surtarem se estivessem vendo. Paramos pouco antes da janta, em um outro hotelzinho podrera de banho gelado. A essa altura eu já tava com dor de cabeça, dor de barriga, cansado pra cacete e tive que pedir umas folhas de coca pro nosso guia pra mascar e sobreviver. Tomamos uma sopa, comemos uma macarronada, tomamos um vinho (foda-se a dor de cabeza) e jogamos Testa, dessa vez em espanhol, com os irmãos bolivianos antes de dormir.
No terceiro dia, eu me senti um traficante colombiano de coca que recebe uma informação de que a polícia está chegando e tem que sair correndo do cafofo o quanto antes. Nós acordamos lá pelas quinze pras quatro da manhã pra arrumar nossas mochilas (no escuro!porque de madrugada a hospedagem fica sem energia elétrica...) correndo porque nosso guia queria sair cedo pra nos levar aos geisers, que são mais altos de madrugada. Eu tava achando a vida ruim, até que uma americana perguntou se não podia usar nossas camas enquanto saíamos porque a hospedagem não tinha mais quartos quando ela chegou e então ela teve que dormir em uma cadeira tremendo de frio....
Meia hora de carro e chegamos aos geisers, que devo admitir, realmente valeram a pena toda a merda porque passamos. A visão daqueles enormes jatos de fumaça saindo da terra era uma visão infernal, linda de se ver. Depois mais um pouco de estrada e chegamos nas piscinas termais naturais (fotos no orkut do Guto). Tava um frio do caralho que dava até medo, mas não dava pra deixar de pular. Era fenomenal estar numa puta água quente com uma porrada de gente vestindo casacos e gorros do lado de fora. Saímos correndo da água direto pros nossos abrigos e tomamos um café da manhã até que firmeza na traseira da caminhonete (onde geralmente nossas refeições eram servidas). Ainda nesse vida, vimos mais algumas vicuñas (tipo llamas), viscatchas (quando eles pronunciam, parece biscate) do deserto, que são tipo coelhos, subimos em mais algumas pedras, contemplamos a natureza, e levamos o Diego até a fronteira do Chile, de onde ele seguiria viagem pra Santiago. Pulamos no deserto chileno só pra dizer que pulamos, tiramos algumas fotos e passamos mais longas horas na viagem de volta para Uyuni, onde havia começado nossa jornada de três dias pela natureza boliviana. No caminho, almoçamos aprendendo malas palavras (palavrões) em espanhol (pode-se dizer Miercoles pra disfarçar um Mierda)e sueco (Fan em sueco significa demônio, creepy! Já que eu sempre me considerei um grande fanboy) e ensinando palavrões em português (com direito até a `Vai enfiar a dentadura no cu e rir pro caralho´) e depois fomos até o deserto de Dali, que tem várias formações rochosas em formas muito loucas e subimos em mais algumas pedras, numa paisagem que lembra a do planeta natal do Luke Skywalker (eu não lembro agora o nome, acho que é Naboo, mas não tenho certeza, sou nerd, mas nem tanto). Daí surgiu o nome da musica dos baratas Star Llama (postarei uma lista com todos os nomes que surgiram durante a viagem depois).
Chegamos em Uyuni por volta das seis da tarde e já tínhamos passagens compradas antecipadamente para La Paz em um ônibus que sairia as oito da noite. Achamos um restaurante legalzinho pra passar esse tempo, onde o Guto acertou as câmeras, usamos o banheiro e comemos uma pizza (com três rodelas de pepperoni na pizza inteira) e tomamos uma limonada (temperatura ambiente, ou seja, calliente). A Natalia e o Sebastian, que também iam pra La Paz, onde ela morava, foram na pizzaria com a gente, e ela nos indicou comidas, lugares, boliches (que é como eles chamam as baladas, boliches mesmo são bowlings) e principalmente bares legais pra visitarmos quando chegássemos a capital. Passamos a noite dormindo no busão na estrada de Uyuni a La Paz. Esse busão, diferente da maioria dos ônibus bolivianos até tinha banheiro, mas como não podia deixar de ser, também tinha overbook, então eu sofri do mesmo jeito pois sempre que queria usar o banheiro tinha que pular dois americanos que estavam dormindo no corredor (incrível como esse povo gosta de sair de um país que presta pra virar mendigo num país podrera).
Chegando em La Paz, na manha do dia seguinte, nos despedimos da Natalia e do Sebastian, e pegamos um táxi para o centro. Lá, passamos horas procurando por um hostel que tivesse vagas (e nessa hora, eu já tava com sono, dor de cabeça e precisando cagar e já tinha amaldiçoado até a quarta geração do Guto. Se eu não fosse mais pão duro do que fresco, teria voltado pra São Paulo nessa hora mesmo, o foda eh que eu já tinha gasto 500 reais pagando a trilha inca antecipadamente). Finalmente acabamos achando um hotelzinho bacana e bem localizado, por um preço justo e com banheiro privado. O dono era bem gente fina e até agendou pra gente um passeio pro Chacaltaya no dia seguinte. Só de ver o banheiro meu animo já melhorou. Eu dei uma deitada pra ver se as dores passavam enquanto o Guto e meu irmão saíram pra explorar a cidade. Depois saímos pra almoçar num restaurante bom e barato nas proximidades e visitamos o centro, onde passando pela banca, só achei gibis do Condorito e Muy Interrantes (a Superinteressante deles), várias igrejas, a praça Murillo e o Mercado das Bruxas, onde se pode comprar feitiços, facas, lembranças da bolívia, fetos de llama morta e chá alucinógeno de cacto de velhinhas bruxas mal encaradas. Fizemos algumas compras, tomamos uma cerveja num barzinho bem jeitado (fotos no meu Orkut) e voltamos pro apartamento. A noite, pegamos uma condução pra praça Avaroa, onde a Natália tinha dito que era bão pra se tomar umas. Na verdade, era uma terça feira, então nenhum lugar era muito bão pra tomar umas, mas valeu a pena pois vimos um pessoal ensaiando uma dancinha pro carnaval deles (parece que lá ainda tem guerrinha de bexigas dágua nessa data, você pode acertar um policial e sair de boa!) e visitamos uma porrada de bares, entre eles o Juan Sebastian Bar (adorei o nome!), um barzinho de decoração, musica e ambiente rock n roll, e o Utopia, uma espécie de Santo, que servia vários drinks diferentes em canecões de dois litros por um preço acessível (35 bolivianos, algo em torno de 8 reais) que dava pra dividir em bastante gente.
No dia seguinte, acordamos cedo pra seguir uma guia até a agência de onde sairia o ônibus para o Chacaltaya. Lá encontramos pela primeira vez o Pedro, um maluco viajante de Minas e os goianos Marco e David, que ainda veríamos muito até o final da viagem. O busão atravessou o transito caótico da capital boliviana e afastando-se da cidade, subiu a montanha por estradas lazarentas, sempre beirando a morte e ficamos decepcionados de ver que o maldito aquecimento global tinha derretido a maior parte da neve da tão esperada montanha, que já abrigou um dia a mais alta estação de esqui do mundo. Com muito esforço, subimos até o topo e demos muita sorte, porque assim que chegamos, começou a nevar! Primeira vez na vida que a maioria dos brasileiros presentes via neve na vida, alegria geral e muitas fotos com a bandeira nacional salpicada de branco nas mãos. Voltamos ao busão e fomos levados até o Valle de La Luna, um lugar onde o magma vulcânico criou uma paisagem peculiar que lembra muito a superfície da Lua e onde qualquer escorregão pode ser fatal. Foi la que a guia nos ensinou que só os cactos com mais de seis pontas são realmente alucinógenos. Jantamos no Burger King e supostamente íamos só dar uma deitada pra depois sair, mas queimamos a largada e dormimos até o dia seguinte.
Nesse dia, o Guto foi fazer um percurso de bicicleta e eu e meu irmão fomos curtir uma civilização. Comemos no fast food local Mega Burger (horrível, hambúrguer gigante porém horroroso), procuramos um cinema (mas só tava passando 2012, então desistimos), visitamos o Museu e tentamos visitar o Valle de Los Animales, que é tipo o Valle da Luna, mas com formações que lembram animais. O problema foi que o taxista entendeu por Valle de los Animales, que queríamos ir ao zoológico, e acabamos ficando por lá mesmo. O zôo de La Paz deve ser o menos seguro do mundo. As raposas (zorros) não são cercadas por grades, as grades das onças e tigres parecem os portões da Cia. Do Espetinho e uma hora saíram cinco funcionários do zoológico correndo desesperados em direção a zona onde ficam as cobras, o que não pode significar boa coisa. A noite, jantamos no Burguer King (again), assistimos um pouco de tv em español (sempre tem Simpsons passando na Bolívia, o Homer chama Homero) e mais a noitinha saímos em busca de uma balada. Tavamos quase entrando em uma aparentemente miada que nos tinham indicado, quando meu irmão lembrou que ainda não tínhamos ido no Hard Rock Café. Na hora, pegamos um táxi e tocamos pra lá. O lugar já tinha até mudado de nome (se não me engano, agora chama Ibanez), mas ainda era rock n roll e tava cheio de gente. Logo eu e meu irmão chapamos e o Guto realizou uma de suas maiores proezas da viagem. Uma hora vimos chegando uma mina boliviana (sem comentários a respeito de sua beleza, só porque eu falei pro Guto que ia ser bonzinho) de mãos dada com um carinha de terno e óculos. Na hora, pensamos ´é puta!´. O Guto começou a mexer com a safadinha, que simplesmente dispensou o banana (banana em espanhol se diz platano, a fruta, não o homem de pouca dignidade) pra ficar com o Guto! Rolaram até umas minas dançando em cima do balcão atrás da gente, que tava em chamas porque ocasionalmente os garçons jogavam bebida na bancada e tacavam fogo nela. Mais uma bela visão infernal (e o Guto que o diga!heheh, foi mal, não deu pra perder essa deixa...)
No dia seguinte, almoçamos no Burger King (só pra variar) e pegamos um ônibus pra Copacabana.
Bom, no segundo dia do passeio que compramos em Uyuni, acordamos, tomamos café na hospedagem San Juan e saímos visitar um deserto (agora não de sal, de areia mesmo). Logo que chegamos o Guto ficou desesperado pra cagar e protagonizou uma das cenas mais lindas da viagem. Estávamos num lugar que só tinha areia, pedras e alguns turistas (tah, essa é a definição de deserto, eu sei...) e só dava o Guto correndo pelo deserto com um papel higiênico rosa na mão, que ele tinha arranjado com nosso guia atrás de um lugar onde pudesse cagar. A sorte do Guto, foi que a câmera não estava comigo e meu irmão em vez de filmar, tirou uma seqüência de fotos, por isso essa cena não foi parar no youtube. Depois visitamos algumas lagunas coloradas (verdes, vermelhas), vimos alguns flamingos e subimos em algumas formações rochosas altas o suficiente pra fazer nossas mães surtarem se estivessem vendo. Paramos pouco antes da janta, em um outro hotelzinho podrera de banho gelado. A essa altura eu já tava com dor de cabeça, dor de barriga, cansado pra cacete e tive que pedir umas folhas de coca pro nosso guia pra mascar e sobreviver. Tomamos uma sopa, comemos uma macarronada, tomamos um vinho (foda-se a dor de cabeza) e jogamos Testa, dessa vez em espanhol, com os irmãos bolivianos antes de dormir.
No terceiro dia, eu me senti um traficante colombiano de coca que recebe uma informação de que a polícia está chegando e tem que sair correndo do cafofo o quanto antes. Nós acordamos lá pelas quinze pras quatro da manhã pra arrumar nossas mochilas (no escuro!porque de madrugada a hospedagem fica sem energia elétrica...) correndo porque nosso guia queria sair cedo pra nos levar aos geisers, que são mais altos de madrugada. Eu tava achando a vida ruim, até que uma americana perguntou se não podia usar nossas camas enquanto saíamos porque a hospedagem não tinha mais quartos quando ela chegou e então ela teve que dormir em uma cadeira tremendo de frio....
Meia hora de carro e chegamos aos geisers, que devo admitir, realmente valeram a pena toda a merda porque passamos. A visão daqueles enormes jatos de fumaça saindo da terra era uma visão infernal, linda de se ver. Depois mais um pouco de estrada e chegamos nas piscinas termais naturais (fotos no orkut do Guto). Tava um frio do caralho que dava até medo, mas não dava pra deixar de pular. Era fenomenal estar numa puta água quente com uma porrada de gente vestindo casacos e gorros do lado de fora. Saímos correndo da água direto pros nossos abrigos e tomamos um café da manhã até que firmeza na traseira da caminhonete (onde geralmente nossas refeições eram servidas). Ainda nesse vida, vimos mais algumas vicuñas (tipo llamas), viscatchas (quando eles pronunciam, parece biscate) do deserto, que são tipo coelhos, subimos em mais algumas pedras, contemplamos a natureza, e levamos o Diego até a fronteira do Chile, de onde ele seguiria viagem pra Santiago. Pulamos no deserto chileno só pra dizer que pulamos, tiramos algumas fotos e passamos mais longas horas na viagem de volta para Uyuni, onde havia começado nossa jornada de três dias pela natureza boliviana. No caminho, almoçamos aprendendo malas palavras (palavrões) em espanhol (pode-se dizer Miercoles pra disfarçar um Mierda)e sueco (Fan em sueco significa demônio, creepy! Já que eu sempre me considerei um grande fanboy) e ensinando palavrões em português (com direito até a `Vai enfiar a dentadura no cu e rir pro caralho´) e depois fomos até o deserto de Dali, que tem várias formações rochosas em formas muito loucas e subimos em mais algumas pedras, numa paisagem que lembra a do planeta natal do Luke Skywalker (eu não lembro agora o nome, acho que é Naboo, mas não tenho certeza, sou nerd, mas nem tanto). Daí surgiu o nome da musica dos baratas Star Llama (postarei uma lista com todos os nomes que surgiram durante a viagem depois).
Chegamos em Uyuni por volta das seis da tarde e já tínhamos passagens compradas antecipadamente para La Paz em um ônibus que sairia as oito da noite. Achamos um restaurante legalzinho pra passar esse tempo, onde o Guto acertou as câmeras, usamos o banheiro e comemos uma pizza (com três rodelas de pepperoni na pizza inteira) e tomamos uma limonada (temperatura ambiente, ou seja, calliente). A Natalia e o Sebastian, que também iam pra La Paz, onde ela morava, foram na pizzaria com a gente, e ela nos indicou comidas, lugares, boliches (que é como eles chamam as baladas, boliches mesmo são bowlings) e principalmente bares legais pra visitarmos quando chegássemos a capital. Passamos a noite dormindo no busão na estrada de Uyuni a La Paz. Esse busão, diferente da maioria dos ônibus bolivianos até tinha banheiro, mas como não podia deixar de ser, também tinha overbook, então eu sofri do mesmo jeito pois sempre que queria usar o banheiro tinha que pular dois americanos que estavam dormindo no corredor (incrível como esse povo gosta de sair de um país que presta pra virar mendigo num país podrera).
Chegando em La Paz, na manha do dia seguinte, nos despedimos da Natalia e do Sebastian, e pegamos um táxi para o centro. Lá, passamos horas procurando por um hostel que tivesse vagas (e nessa hora, eu já tava com sono, dor de cabeça e precisando cagar e já tinha amaldiçoado até a quarta geração do Guto. Se eu não fosse mais pão duro do que fresco, teria voltado pra São Paulo nessa hora mesmo, o foda eh que eu já tinha gasto 500 reais pagando a trilha inca antecipadamente). Finalmente acabamos achando um hotelzinho bacana e bem localizado, por um preço justo e com banheiro privado. O dono era bem gente fina e até agendou pra gente um passeio pro Chacaltaya no dia seguinte. Só de ver o banheiro meu animo já melhorou. Eu dei uma deitada pra ver se as dores passavam enquanto o Guto e meu irmão saíram pra explorar a cidade. Depois saímos pra almoçar num restaurante bom e barato nas proximidades e visitamos o centro, onde passando pela banca, só achei gibis do Condorito e Muy Interrantes (a Superinteressante deles), várias igrejas, a praça Murillo e o Mercado das Bruxas, onde se pode comprar feitiços, facas, lembranças da bolívia, fetos de llama morta e chá alucinógeno de cacto de velhinhas bruxas mal encaradas. Fizemos algumas compras, tomamos uma cerveja num barzinho bem jeitado (fotos no meu Orkut) e voltamos pro apartamento. A noite, pegamos uma condução pra praça Avaroa, onde a Natália tinha dito que era bão pra se tomar umas. Na verdade, era uma terça feira, então nenhum lugar era muito bão pra tomar umas, mas valeu a pena pois vimos um pessoal ensaiando uma dancinha pro carnaval deles (parece que lá ainda tem guerrinha de bexigas dágua nessa data, você pode acertar um policial e sair de boa!) e visitamos uma porrada de bares, entre eles o Juan Sebastian Bar (adorei o nome!), um barzinho de decoração, musica e ambiente rock n roll, e o Utopia, uma espécie de Santo, que servia vários drinks diferentes em canecões de dois litros por um preço acessível (35 bolivianos, algo em torno de 8 reais) que dava pra dividir em bastante gente.
No dia seguinte, acordamos cedo pra seguir uma guia até a agência de onde sairia o ônibus para o Chacaltaya. Lá encontramos pela primeira vez o Pedro, um maluco viajante de Minas e os goianos Marco e David, que ainda veríamos muito até o final da viagem. O busão atravessou o transito caótico da capital boliviana e afastando-se da cidade, subiu a montanha por estradas lazarentas, sempre beirando a morte e ficamos decepcionados de ver que o maldito aquecimento global tinha derretido a maior parte da neve da tão esperada montanha, que já abrigou um dia a mais alta estação de esqui do mundo. Com muito esforço, subimos até o topo e demos muita sorte, porque assim que chegamos, começou a nevar! Primeira vez na vida que a maioria dos brasileiros presentes via neve na vida, alegria geral e muitas fotos com a bandeira nacional salpicada de branco nas mãos. Voltamos ao busão e fomos levados até o Valle de La Luna, um lugar onde o magma vulcânico criou uma paisagem peculiar que lembra muito a superfície da Lua e onde qualquer escorregão pode ser fatal. Foi la que a guia nos ensinou que só os cactos com mais de seis pontas são realmente alucinógenos. Jantamos no Burger King e supostamente íamos só dar uma deitada pra depois sair, mas queimamos a largada e dormimos até o dia seguinte.
Nesse dia, o Guto foi fazer um percurso de bicicleta e eu e meu irmão fomos curtir uma civilização. Comemos no fast food local Mega Burger (horrível, hambúrguer gigante porém horroroso), procuramos um cinema (mas só tava passando 2012, então desistimos), visitamos o Museu e tentamos visitar o Valle de Los Animales, que é tipo o Valle da Luna, mas com formações que lembram animais. O problema foi que o taxista entendeu por Valle de los Animales, que queríamos ir ao zoológico, e acabamos ficando por lá mesmo. O zôo de La Paz deve ser o menos seguro do mundo. As raposas (zorros) não são cercadas por grades, as grades das onças e tigres parecem os portões da Cia. Do Espetinho e uma hora saíram cinco funcionários do zoológico correndo desesperados em direção a zona onde ficam as cobras, o que não pode significar boa coisa. A noite, jantamos no Burguer King (again), assistimos um pouco de tv em español (sempre tem Simpsons passando na Bolívia, o Homer chama Homero) e mais a noitinha saímos em busca de uma balada. Tavamos quase entrando em uma aparentemente miada que nos tinham indicado, quando meu irmão lembrou que ainda não tínhamos ido no Hard Rock Café. Na hora, pegamos um táxi e tocamos pra lá. O lugar já tinha até mudado de nome (se não me engano, agora chama Ibanez), mas ainda era rock n roll e tava cheio de gente. Logo eu e meu irmão chapamos e o Guto realizou uma de suas maiores proezas da viagem. Uma hora vimos chegando uma mina boliviana (sem comentários a respeito de sua beleza, só porque eu falei pro Guto que ia ser bonzinho) de mãos dada com um carinha de terno e óculos. Na hora, pensamos ´é puta!´. O Guto começou a mexer com a safadinha, que simplesmente dispensou o banana (banana em espanhol se diz platano, a fruta, não o homem de pouca dignidade) pra ficar com o Guto! Rolaram até umas minas dançando em cima do balcão atrás da gente, que tava em chamas porque ocasionalmente os garçons jogavam bebida na bancada e tacavam fogo nela. Mais uma bela visão infernal (e o Guto que o diga!heheh, foi mal, não deu pra perder essa deixa...)
No dia seguinte, almoçamos no Burger King (só pra variar) e pegamos um ônibus pra Copacabana.
terça-feira, fevereiro 23, 2010
So fucking cool, man!
Sim, Senhor (Yes Man) eh um filme que mudou minha vida. Eu adorei a idéia de dizer sim pra tudo que te convidarem sem pensar e depois ver no que dá. Você pode acabar fazendo coisas tão diferentes quanto pular de páraquedas ou ficar ilhado em Aguas callientes. E mesmo quando dá merda, sempre acaba valendo a pena e ou voce acaba tirando alguma lição de tudo. Graças a esse filme, sábado eu fui com o Frodo no sítio dele brincar de pedreiro, pra desmanchar um chiqueiro. Eu sempre quebrei tanta coisa na casa do Frodo sem poder, foi muito bom poder destruir coisas com a permissão dele pra variar. Primeiro nós destelhamos, depois carregamos umas telhas de carriola e tiramos umas madeiras do telhado. Enquanto destelhávamos, até rolou uma guerrinha de ovos de lagartixa, entre os lados do telhado (olha como eu mudei, antigamente eu nem pensaria em tocar em ovos de lagartixa!). E o melhor, claro: destruímos algumas paredes com uma marreta (me senti o poderoso Thor!)! Uma manhã de muito exercício, onde não só tunamos os músculos como também pegamos uma corzinha (não que o Frodo precisasse)...E ainda saimos tomando umas merecidas cervejas, com laranja recém colhida espremida nas latas pra dar uma azedada. Foi muito legal, afinal não é todo mundo que tem a oportunidade de ser pedreiro na vida...
Aí o Shaolin convidou pra ir assistir a um jogo do XV no domingo, e como eu diria não? Foi um clássico entre o XV de Jaú e o Penapolense (!), time de Penápolis. Quando chegamos no estádio (exagerei,né?)...quando chegamos no Campinho, uns cinco minutos atrasados, o jogo já estava dois a zero pro XV. Enquanto procurávamos um lugar pra sentar, o Penapolense marcou dois gols sem eu nem perceber, eu só fui ver depois que sentamos e eu olhei pro placar e achei que ja tavam prevendo o final do jogo. Fora isso, o craque do XV, Douglas Richard deu com a cara na trave e foi levado embora de ambulancia. Como eles só tem uma ambulancia, o jogo ficou parado por uns 15 minutos até que a ambulancia voltasse pro campo...da pra acreditar nisso?O jogo simplesmente parou, do nada. Acho que isso nao acontece nem no campeonatinho da terceira idade do Caiçara. Bão, mais uns minutos de várzea depois que a ambulancia voltou, chegou o intervalo e a entrada do Shao foi sorteada e ele ganhou uma camiseta oficial do XV. Quando ele vai retirar, tem umas 52 pessoas com o mesmo numero de bilhete, mas no final o vencedor era ele mesmo. Eis que volta o segundo tempo e lá pelo final o XV toma mais um. Levantamos pra ir embora sem nem esperar o jogo terminar e no caminho da saída o XV toma outro, de penalti, perdendo de virada por 4 a 2, com o XV fazendo valer a pena o dinheiro do ingresso (10 pila!mais caro que cinema) e nós termos acordado cedo...
Sim, Senhor (Yes Man) eh um filme que mudou minha vida. Eu adorei a idéia de dizer sim pra tudo que te convidarem sem pensar e depois ver no que dá. Você pode acabar fazendo coisas tão diferentes quanto pular de páraquedas ou ficar ilhado em Aguas callientes. E mesmo quando dá merda, sempre acaba valendo a pena e ou voce acaba tirando alguma lição de tudo. Graças a esse filme, sábado eu fui com o Frodo no sítio dele brincar de pedreiro, pra desmanchar um chiqueiro. Eu sempre quebrei tanta coisa na casa do Frodo sem poder, foi muito bom poder destruir coisas com a permissão dele pra variar. Primeiro nós destelhamos, depois carregamos umas telhas de carriola e tiramos umas madeiras do telhado. Enquanto destelhávamos, até rolou uma guerrinha de ovos de lagartixa, entre os lados do telhado (olha como eu mudei, antigamente eu nem pensaria em tocar em ovos de lagartixa!). E o melhor, claro: destruímos algumas paredes com uma marreta (me senti o poderoso Thor!)! Uma manhã de muito exercício, onde não só tunamos os músculos como também pegamos uma corzinha (não que o Frodo precisasse)...E ainda saimos tomando umas merecidas cervejas, com laranja recém colhida espremida nas latas pra dar uma azedada. Foi muito legal, afinal não é todo mundo que tem a oportunidade de ser pedreiro na vida...
Aí o Shaolin convidou pra ir assistir a um jogo do XV no domingo, e como eu diria não? Foi um clássico entre o XV de Jaú e o Penapolense (!), time de Penápolis. Quando chegamos no estádio (exagerei,né?)...quando chegamos no Campinho, uns cinco minutos atrasados, o jogo já estava dois a zero pro XV. Enquanto procurávamos um lugar pra sentar, o Penapolense marcou dois gols sem eu nem perceber, eu só fui ver depois que sentamos e eu olhei pro placar e achei que ja tavam prevendo o final do jogo. Fora isso, o craque do XV, Douglas Richard deu com a cara na trave e foi levado embora de ambulancia. Como eles só tem uma ambulancia, o jogo ficou parado por uns 15 minutos até que a ambulancia voltasse pro campo...da pra acreditar nisso?O jogo simplesmente parou, do nada. Acho que isso nao acontece nem no campeonatinho da terceira idade do Caiçara. Bão, mais uns minutos de várzea depois que a ambulancia voltou, chegou o intervalo e a entrada do Shao foi sorteada e ele ganhou uma camiseta oficial do XV. Quando ele vai retirar, tem umas 52 pessoas com o mesmo numero de bilhete, mas no final o vencedor era ele mesmo. Eis que volta o segundo tempo e lá pelo final o XV toma mais um. Levantamos pra ir embora sem nem esperar o jogo terminar e no caminho da saída o XV toma outro, de penalti, perdendo de virada por 4 a 2, com o XV fazendo valer a pena o dinheiro do ingresso (10 pila!mais caro que cinema) e nós termos acordado cedo...
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
Primeiro, a depressão já passou, a tv gato voltou a funcionar, achei um livro do Gaiman que eu tinha perdido sem terminar (Dias da Meia-Noite) pra ler e comprei uma hq do Aranha (que ta numa fase muito boa, unica revista que ainda compro na banca) pra me acalmar...nada melhor pra acabar com um vício, do que substituí-lo por vários...agora, as novidades:
Terminus é o novo curta (em breve vai virar filme) do diretor de Distrito 9, locura pura, tá sem legendas mas também nem tem falas...
Zelig é um filme bom e engraçado, mas o mais cansativo que eu já vi até hoje do Woody Allen. É um falso documentário sobre um homem camaleão, que assume
as personalidades das pessoas que estão perto dele. Tipo, se ele está perto de advogados, vira advogado, se está perto de negros, vira negro, se está perto de gordos, engorda. Puta idéia, o foda é que ele é basicamente uma sucessão de fotos em preto e branco, só com o narrador contando a história, da forma mais séria possível, o que, na real, é tão original quanto pé no saco...mas que vale a pena ser assistido, vale (talvez não no carvanal, mas fazer o que...)
Links pro download da película:
http://rapidshare.com/files/283240887/BANANAOAZALIGGSFAF_8171616152.part1.rar
http://rapidshare.com/files/283251399/BANANAOAZALIGGSFAF_8171616152.part2.rar
Senha: http://farra.clickforuns.net
Algumas considerações
2010: O ano em que eu não pulei carnaval, eu pulei O carnaval...direto pra 4a feira de cinzas...
Eu acho incrível que na quarta feira de cinzas, os católicos fazem jejum só de carne e ainda comem peixe (que nesse dia é considerado um vegetal)...
Agora, de volta pra narrativa do mochilão...
Bom, em Santa Cruz de La Sierra, alugamos um quarto por algumas horas só pra tomar um banho e recarregar as baterias (sério, não em sentido figurado, pra recarregar as baterias dos celulares, mp3s e máquinas fotográficas) enquanto esperávamos o ônibus para Sucre. No hotel, o Diego contou que na noite anterior tinha sonhado com o Guto no topo de uma montanha, nos liderando, então a partir daí começamos a chama-lo de líder e deixa-lo a cargo de tomar decisões chatas. Lá almoçamos num hotelzinho aparentemente firmeza, uma sopa de vomito com osso e um bife nervoso (novamente, não no sentido figurado, era um bife cheio de nervos mesmo). A viagem de ônibus levava mais umas 12 horas, então passamos essa noite dormindo no busão.
Chegando em Sucre, compramos passagens para Uyuni e nos despedimos de nosso amigo Bernardo, que pretendia passar uns dias na cidade, virando um quarteto. Enquanto esperávamos o ônibus para Uyuni, eu, o Guto e meu irmão (o Diego ficou na internet) pegamos um táxi (muito barato na Bolívia) visitar um sítio arqueológico, que na verdade só tinha algumas pegadas de dinossauros, um esqueleto e muitas réplicas (uma de brontossauro gigantesca que até que valeu a pena). Tiramos zilhões de fotos e comemos uma Hamburguesauria (em espanhol, hambúrguer se diz hamburguesa), a melhor refeição que fizemos em dias.
Pegamos o ônibus voltando do sítio, por volta do meio dia. Mais algumas horas de sono e mp3 depois e o busão parou no terminal rodoviário de Potosi, uma das cidades mais altas do mundo, localizada a 3.967 metros de altitude, pra deixar alguns passageiros. Eu achei que era uma parada oficial, pra galera usar o banheiro e desci pro baño do terminal (já que os malditos ônibus da Bolívia, quase nunca tem banheiro, e quase sempre tem overbook – vendem mais passagens do que eles tem de assentos disponíveis, ai toca alguém ir no corredor). Quando sai do banheiro, encontrei um Guto afobado gritando que o ônibus ta indo embora. Aí toca sair correndo atrás do busão, sem fôlego nenhum por causa da altitude. Ae entramos de volta no ônibus, e logo depois ele pára, em outro ponto da cidade, dizendo que a viagem só seguiria pra Uyuni horas depois. Filhos da puta, custava parar na rodoviária? Então, eu, o Guto, meu irmão e o Dyego pegamos uma lotação pra visitar a casa da moeda. Lá encontramos umas argentinas, que nos convidaram pra tomar um te (chimarrão) na praça da cidade. Engolimos aquela água quente por educação e voltamos correndo pegar o busão pra Uyuni. No busão, estavam um grupo de brasileiros, 3 minas e 3 caras que encontraríamos por todo o resto da viagem. Jogamos testa (o joguinho que os soldados jogam em Bastardos Inglórios) com eles e depois dormimos.
Chegamos em Uyuni de madrugada. A cidade tava lotada de gente e ficamos um puta tempo procurando em vão por um hotel. Já tavamos quase dormindo no busão em que chegamos (como fariam os 3 brasileiros que conhecemos), quando um taxista passou e se ofereceu pra nos ajudar, dando um role pela cidade atrás de um hotel. Achamos um meio carinho, onde a água quente acabou depois de alguns minutos e a água acabou logo depois. Mas tudo bem, já que só tínhamos algumas horas de sono pra acordar cedo e marcar um passeio pelo Salar. Demos muita sorte e conseguimos marcar um passeio que começava no mesmo dia, tomamos o café da manhã (onde eu tive o insight de que chá de coca só daria barato se eu tomasse pelo nariz), imaginando como seria um ex-daimista (religiosos que usam chás de cipós e maconha para se encontrar com Deus) em uma reunião de Narcóticos Anônimos (Oi, meu nome é João, e eu estou tentando parar com Deus...) e logo saímos pra agência de turismo.
Chegando na agencia compramos um fardinho de águas de dois litros (afinal, estávamos a caminho do deserto) e conhecemos os irmãos bolivianos radicados na Suécia, Sebastian e Natalia, que nos acompanhariam em nosso 4x4 pelos 3 dias de passeio no Salar. Nosso guia, Juan, colocou nossas mochilas na caminhonete, ligamos meu mp3 no rádio do carro e ao som de um bom e velho rock n roll, seguimos viagem. Passamos pelo cemitério de trens, mas não tem muito o que se fazer por lá, além de tirar fotos e algumas horas depois chegamos no tão esperado Salar. Caralho, é provavelmente o lugar mais bonito que eu já vi na vida. A imensidão branca do mar de leite coberta pelo perfeito céu azul forrado de algodão...tá, parei com a boiolice...O salar é muito divertido, como ele é plano, dá pra brincar bastante com perspectiva e quando o guia quer ir embora, dá vontade de mandar ele a merda e ficar lá pra sempre. Rodamos mais um pouco e paramos numa “ilha” que fica no meio do salar, uma isolada porção de terra, revestida de cactos gigantescos (cujos espinhos parecem palitos de dentes), em cujo topo podemos ter uma visão de 360 graus do salar. Lá, nosso guia cozinhou pra gente um bife, com quinoa (um “arroz” comum na região, feito duma planta que dá no deserto) e salada. Pra acompanhar, uma “Cueca-Cuela” fervendo e maionese que passou o dia todo fritando no sol. De barriga cheia, visitamos outra parte do Salar, ainda mais bonita, que retém uma fina camada de água acima do deserto de sal, criando um “espelho”, que reflete o céu e as nuvens na superfície, dando a impressão de que você está pisando no céu. É fabuloso, sem brincadeira. Visitamos também um hotel feito de sal e um lugar pra comprar quinquilharias de sal e então chegamos no hotel hiper-fuleira onde passaríamos a noite, a hospedagem San Juan (foto do orkut), que tem sal no chão de alguns quartos e um quarto que fica no meio! de uma escadinha capenga na qual eu com certeza me mataria se bebesse. Em frente a hospedagem, tinha um campo com uma grande criação de llamas (que já tínhamos visto na estrada, mas nunca tão de perto), onde deu até pra perseguir algumas (vídeo em www.youtube.com/gusttman2). Guardamos as mochilas nos quartos e fomos com a Natalia e o Sebastian num hotel bem melhor que ficava lá perto (quem chega primeiro fica, e demoramos mais que outros grupos no Salar), tomar umas cervejas quentes (temperatura ambiente, mas estávamos no deserto) atrás desse hotel, vendo o sol indo embora até que começasse a ventar muito e a areia começasse a nos irritar. Entramos então no hotel, tomamos outras nas mesas de sal e depois voltamos pro nosso próprio hotelzinho fuleira, que tinha um banheiro só, unisex, pra todos os hóspedes, jantar uma janta até que de cara agradável (mas que nos dias seguintes ainda me faria muito mal), uma sopa de legumas e um frango gorduroso assado. Quando eu ia subir pra dormir, vi eles preparando a sopa, ao pé da cama de um gordo nojento e descalço, em um balde de lavar roupa, com a cozinheira cortando as batatas no chão (e eu tinha nojo da caipirinha que o Shao e o Rosseto faziam na praia, no chão do banheiro...). Já fui dormir com dor de cabeça, por causa da altitude, e no dia seguinte, acordaríamos cedo....
Terminus é o novo curta (em breve vai virar filme) do diretor de Distrito 9, locura pura, tá sem legendas mas também nem tem falas...
Zelig é um filme bom e engraçado, mas o mais cansativo que eu já vi até hoje do Woody Allen. É um falso documentário sobre um homem camaleão, que assume
as personalidades das pessoas que estão perto dele. Tipo, se ele está perto de advogados, vira advogado, se está perto de negros, vira negro, se está perto de gordos, engorda. Puta idéia, o foda é que ele é basicamente uma sucessão de fotos em preto e branco, só com o narrador contando a história, da forma mais séria possível, o que, na real, é tão original quanto pé no saco...mas que vale a pena ser assistido, vale (talvez não no carvanal, mas fazer o que...)
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Algumas considerações
2010: O ano em que eu não pulei carnaval, eu pulei O carnaval...direto pra 4a feira de cinzas...
Eu acho incrível que na quarta feira de cinzas, os católicos fazem jejum só de carne e ainda comem peixe (que nesse dia é considerado um vegetal)...
Agora, de volta pra narrativa do mochilão...
Bom, em Santa Cruz de La Sierra, alugamos um quarto por algumas horas só pra tomar um banho e recarregar as baterias (sério, não em sentido figurado, pra recarregar as baterias dos celulares, mp3s e máquinas fotográficas) enquanto esperávamos o ônibus para Sucre. No hotel, o Diego contou que na noite anterior tinha sonhado com o Guto no topo de uma montanha, nos liderando, então a partir daí começamos a chama-lo de líder e deixa-lo a cargo de tomar decisões chatas. Lá almoçamos num hotelzinho aparentemente firmeza, uma sopa de vomito com osso e um bife nervoso (novamente, não no sentido figurado, era um bife cheio de nervos mesmo). A viagem de ônibus levava mais umas 12 horas, então passamos essa noite dormindo no busão.
Chegando em Sucre, compramos passagens para Uyuni e nos despedimos de nosso amigo Bernardo, que pretendia passar uns dias na cidade, virando um quarteto. Enquanto esperávamos o ônibus para Uyuni, eu, o Guto e meu irmão (o Diego ficou na internet) pegamos um táxi (muito barato na Bolívia) visitar um sítio arqueológico, que na verdade só tinha algumas pegadas de dinossauros, um esqueleto e muitas réplicas (uma de brontossauro gigantesca que até que valeu a pena). Tiramos zilhões de fotos e comemos uma Hamburguesauria (em espanhol, hambúrguer se diz hamburguesa), a melhor refeição que fizemos em dias.
Pegamos o ônibus voltando do sítio, por volta do meio dia. Mais algumas horas de sono e mp3 depois e o busão parou no terminal rodoviário de Potosi, uma das cidades mais altas do mundo, localizada a 3.967 metros de altitude, pra deixar alguns passageiros. Eu achei que era uma parada oficial, pra galera usar o banheiro e desci pro baño do terminal (já que os malditos ônibus da Bolívia, quase nunca tem banheiro, e quase sempre tem overbook – vendem mais passagens do que eles tem de assentos disponíveis, ai toca alguém ir no corredor). Quando sai do banheiro, encontrei um Guto afobado gritando que o ônibus ta indo embora. Aí toca sair correndo atrás do busão, sem fôlego nenhum por causa da altitude. Ae entramos de volta no ônibus, e logo depois ele pára, em outro ponto da cidade, dizendo que a viagem só seguiria pra Uyuni horas depois. Filhos da puta, custava parar na rodoviária? Então, eu, o Guto, meu irmão e o Dyego pegamos uma lotação pra visitar a casa da moeda. Lá encontramos umas argentinas, que nos convidaram pra tomar um te (chimarrão) na praça da cidade. Engolimos aquela água quente por educação e voltamos correndo pegar o busão pra Uyuni. No busão, estavam um grupo de brasileiros, 3 minas e 3 caras que encontraríamos por todo o resto da viagem. Jogamos testa (o joguinho que os soldados jogam em Bastardos Inglórios) com eles e depois dormimos.
Chegamos em Uyuni de madrugada. A cidade tava lotada de gente e ficamos um puta tempo procurando em vão por um hotel. Já tavamos quase dormindo no busão em que chegamos (como fariam os 3 brasileiros que conhecemos), quando um taxista passou e se ofereceu pra nos ajudar, dando um role pela cidade atrás de um hotel. Achamos um meio carinho, onde a água quente acabou depois de alguns minutos e a água acabou logo depois. Mas tudo bem, já que só tínhamos algumas horas de sono pra acordar cedo e marcar um passeio pelo Salar. Demos muita sorte e conseguimos marcar um passeio que começava no mesmo dia, tomamos o café da manhã (onde eu tive o insight de que chá de coca só daria barato se eu tomasse pelo nariz), imaginando como seria um ex-daimista (religiosos que usam chás de cipós e maconha para se encontrar com Deus) em uma reunião de Narcóticos Anônimos (Oi, meu nome é João, e eu estou tentando parar com Deus...) e logo saímos pra agência de turismo.
Chegando na agencia compramos um fardinho de águas de dois litros (afinal, estávamos a caminho do deserto) e conhecemos os irmãos bolivianos radicados na Suécia, Sebastian e Natalia, que nos acompanhariam em nosso 4x4 pelos 3 dias de passeio no Salar. Nosso guia, Juan, colocou nossas mochilas na caminhonete, ligamos meu mp3 no rádio do carro e ao som de um bom e velho rock n roll, seguimos viagem. Passamos pelo cemitério de trens, mas não tem muito o que se fazer por lá, além de tirar fotos e algumas horas depois chegamos no tão esperado Salar. Caralho, é provavelmente o lugar mais bonito que eu já vi na vida. A imensidão branca do mar de leite coberta pelo perfeito céu azul forrado de algodão...tá, parei com a boiolice...O salar é muito divertido, como ele é plano, dá pra brincar bastante com perspectiva e quando o guia quer ir embora, dá vontade de mandar ele a merda e ficar lá pra sempre. Rodamos mais um pouco e paramos numa “ilha” que fica no meio do salar, uma isolada porção de terra, revestida de cactos gigantescos (cujos espinhos parecem palitos de dentes), em cujo topo podemos ter uma visão de 360 graus do salar. Lá, nosso guia cozinhou pra gente um bife, com quinoa (um “arroz” comum na região, feito duma planta que dá no deserto) e salada. Pra acompanhar, uma “Cueca-Cuela” fervendo e maionese que passou o dia todo fritando no sol. De barriga cheia, visitamos outra parte do Salar, ainda mais bonita, que retém uma fina camada de água acima do deserto de sal, criando um “espelho”, que reflete o céu e as nuvens na superfície, dando a impressão de que você está pisando no céu. É fabuloso, sem brincadeira. Visitamos também um hotel feito de sal e um lugar pra comprar quinquilharias de sal e então chegamos no hotel hiper-fuleira onde passaríamos a noite, a hospedagem San Juan (foto do orkut), que tem sal no chão de alguns quartos e um quarto que fica no meio! de uma escadinha capenga na qual eu com certeza me mataria se bebesse. Em frente a hospedagem, tinha um campo com uma grande criação de llamas (que já tínhamos visto na estrada, mas nunca tão de perto), onde deu até pra perseguir algumas (vídeo em www.youtube.com/gusttman2). Guardamos as mochilas nos quartos e fomos com a Natalia e o Sebastian num hotel bem melhor que ficava lá perto (quem chega primeiro fica, e demoramos mais que outros grupos no Salar), tomar umas cervejas quentes (temperatura ambiente, mas estávamos no deserto) atrás desse hotel, vendo o sol indo embora até que começasse a ventar muito e a areia começasse a nos irritar. Entramos então no hotel, tomamos outras nas mesas de sal e depois voltamos pro nosso próprio hotelzinho fuleira, que tinha um banheiro só, unisex, pra todos os hóspedes, jantar uma janta até que de cara agradável (mas que nos dias seguintes ainda me faria muito mal), uma sopa de legumas e um frango gorduroso assado. Quando eu ia subir pra dormir, vi eles preparando a sopa, ao pé da cama de um gordo nojento e descalço, em um balde de lavar roupa, com a cozinheira cortando as batatas no chão (e eu tinha nojo da caipirinha que o Shao e o Rosseto faziam na praia, no chão do banheiro...). Já fui dormir com dor de cabeça, por causa da altitude, e no dia seguinte, acordaríamos cedo....
terça-feira, fevereiro 16, 2010
Acho que não existe um nome pra doença que eu tenho. Eu sou viciado em sair. Sempre fui, mesmo quando namorava. É uma modalidade de alcoolismo, só que pior. Entro em depressão se eu ficar em casa num final de semana ou feriado (e ultimamente mesmo durante a semana). Eu TENHO que sair. Mesmo que o dia anterior tenha sido bom (o que não é o caso de hoje) ou que eu tenha passado o dia inteiro fora me divertindo (que é o caso de hoje). Eu tenho que sair. Sempre. Mesmo se minha tv a cabo estivesse funcionando. Sempre. E isso é uma merda, porque vc depende de outras pessoas pra sair. E de dinheiro. Ficar em ksa faz com que eu fique pensando em me suicidar e procurar no google remédios que possam ser usados pra esse fim, como o Gabitril ou o Topamax...
segunda-feira, fevereiro 15, 2010
Soh pq faz mto tempo que nao posto nada de downloads, vae ae uma lista com 1001 discos (que supostamente são aqueles que vc deveria ouvir antes de morrer) pra o6 baixarem os que melhor os aprouverem:
http://nobrasil.org/1001-discos-para-ouvir-antes-de-morrer/
Agora vamos ao que interessa...
Demorou, mas eu finalmente criei coragem pra começar a escrever de verdade sobre a viagem. Vai levar um tempo, já que tenho dezenas de páginas de anotações sobre nossas 720 horas viajando por terra, céu e mar, utilizando todos os meios de transporte possíveis (onibus, trem, barco, avião, helicóptero, bote), passando por dezenas de lugares entre a Bolivia e o Peru, com uma puladinha na fronteira do Chile.
Bom, depois de muito planejamento (por parte do Guto) o mochilão pra Machu Pichu acabou realmente acontecendo. Era pra termos saído de Jau no dia 02, mas as passagens pra Campo Grande estavam esgotadas nessa data (primeiro contratempo), então tudo acabou começando no dia 03 de janeiro de 2010. Arrumei as malas, almocei com a família que ainda teria muita dor de cabeça por minha causa, passei no Ney pro Frodo me fazer um moicano, enchi minha mochila de barrinhas de cereal e la pelas 7 da noite, eu e meu irmão fomos encontrar o Guto na rodoviária de Jaú. O onibus estava atrasado quase uma hora, então só saimos depois das oito. O confortável onibus brasileiro (depois seria mto difícil achar um bom desse jeito e esse nem era dos melhores) nos possibilitou dormir a viagem toda até Campo grande, no dia seguinte, lá pelas 8 da manhã.
Chegando em Campo Grande, já compramos passagens pra Corumbá, um onibus que sairia em poucas horas. Enquanto esperávamos, conhecemos o cuspidor de fogo/malabarista/evangélico/Don Juan Diego que estava viajando sozinho a caminho de evangelizar alguns jovens no chile, mas pretendia passar um tempo na Bolivia no caminho. Ele ia pegar o mesmo onibus que a gente, não sabiamos ainda, mas nosso grupo ja tinha virado um quarteto. Na primeira (e que me lembre, única) parada que o onibus fez a caminho de Corumba, achamos outro mochileiro viajando sozinho, o Daimista Bernardo, que também pretendia dar um role pela bolivia e acabou nos tornando um quinteto, pelo menos pelos primeiros dias da viagem. Chegando em Corumbá, o Diego foi procurar um posto onde tirasse um certificado de que tinha tomado vacina contra febre amarela e eu, o Guto, o Gui e o Bernardo tomamos um onibus até a fronteira com a Bolivia, cidade de Puerto Quijarro. O Bernardo tb não tinha o certificado, mas 20 dólares fizeram os guardas da fronteira fazerem vista grossa. No posto, encontramos um pessoal que confirmou a informação que nao tinhamos gostado de escutar na rodoviária de corumba, de que soh haviam passagens pro trem da morte dois dias depois e nos indicaram um hotel fulera pra nos hospedarmos. Carimbados os passaportes, fomos andando (o que é bem chato com uns 15 kg nas costas!) até a estação de trem comprar as passagens. Era mais longe do que esperávamos, mas uma boa alma boliviana de pick up, nos deu uma carona até a estação, onde reencontramos o Diego – que foi mto mais rápido pq não tentou ir andando... Compramos as passagens pra “melhor” classe do pior trem, mas infelizmente teríamos de dormir duas noites em Puerto Quijarro, uma cidadezinha pequena e tosca, cuja única atração é um Free Shop onde tudo que vale a pena comprar são bebidas (mas estávamos de mochilas, que não são um ótimo local pra carregar garrafas e num país que não sabe o que é gelo). Na primeira noite, bebemos com o pessoal hospedado no Hostel (R$7,50, as duas noites) nossas primeiras paceñas (cerveja de La Paz, provavelmente a mais consumida na Bolivia). No dia seguinte, visitamos o Free Shop, que tinha ar condicionado pra nos salvar do calor infernal que tava fazendo e onde ouvi pela primeira vez Outra Cerveja, uma musiquinha do “AC/DC local” que eu curti mto, comemos feijão pela ultima vez nos restaurantezinho Self-Service careiro e visitamos uma loja de um alemão (puro, como ele mesmo fez questão de dizer) que vendia itens usados por soldados na guerra. Como era o começo da viagem, acabei deixando de comprar mta coisa legal que tinha la pra economizar, ainda era cedo demais pra gastar com gosto. A tardezinha, eu, meu irmão, o Guto e Bernardo saímos procurar um barzinho fuleira pra passar o tempo. Tomamos uma cerveja no que parecia os fundos da ksa de uma perrenga, com direito a galinha passando solta por perto da mesa. Depois o Guto foi embora e nós três achamos um outro bar, mais pro meio da cidade, ainda mais fuleira, porem, mais barato (três latas de cerveja, Colônia, custavam 10 bolivianos, R$2,50). Sentou até um bêbado local pra conversar com a gente. Ele ficou enchendo o saco do meu irmão pra ele ficar com a atendente gorda do bar (“bolivianas são feas, pero las bocetas são buenas”) e tentou nos ensinar espanhol (eu: “como se fala ontem”? ele: ontem? Ontem, martes!, eu: não, eu sei que terça-feira é martes, quero saber como se fala ONTEM! Ele: Ontem? Ontem, martes!). Voltamos pro hotel, onde tomamos mais umas cervejas com o Guto e o Diego, entre conversas profundas sobre o Santo Daime e religião. O banheiro do albergue era compartilhado, mas como nos fundos, onde era o quarto meu e do meu irmão, não tinha mta gente, não tive grandes problemas.
No dia seguinte, o trem saiu meio dia e meio, então eu e meu irmão comemos umas empanadas e uma pratada do self-service. O guto comprou meio kilo de mortadela e comeu sem nem mesmo usar um prato ou uma faca, como um bom troglodita. Chegando no trem, o Guto fez 125874 videos da paisagem, tirou 216489 fotos do trem, do mato, do pessoal e dele na janelinha, e claro, gravou o já consagrado “vídeo mais radical já gravado por um brasileiro no trem da morte”
Já de cara, uns 30 minutos depois que o trem saiu, ele foi invandido pela primeira vez (de muitas) por milhares de crianças vendendo limonada fria (em garrafas velhas de fanta, coca), empanadas (muito barato, 50 centavos) e pollo frito (não deu coragem...). Na parada do trem criamos o “No hay bunda”, frase que descrevia todas as bolivianas que tínhamos visto até agora (e as que veríamos depois só confirmariam o bordão), feito em cima da frase “No hay banda”, cena porraloca do filme malucaço “Cidade dos Sonhos” que tínhamos comentado no dia anterior. O trem da morte era o inferno na terra. Ele era lento, cheio de libélulas do tamanho de cachorros, gente feia, animais domésticos, quente, dava preferência pra todos os outros trens (então, ele não só parava, como dava ré...), tinha crianças berrando “POLLO FRITO” me acordando de madrugada, quando eu finalmente conseguia dormir, passava por uns pântanos onde tinha umas rans que faziam um barulho infernal que pareciam almas de crianças sendo torturadas (q eu apelidei de Poço das Lamentações) e não chegava nunca. Pra ajudar um pouco, o banco do meu irmão nem reclinava. Ainda bem que o bernardo cedeu o dele pro meu irmão e foi dormir no bagageiro.
Eis que então, quase doze horas depois, no dia seguinte, chegamos em Santa Cruz de La Sierra, que fica pra próxima pq não agüento mais digitar...
http://nobrasil.org/1001-discos-para-ouvir-antes-de-morrer/
Agora vamos ao que interessa...
Demorou, mas eu finalmente criei coragem pra começar a escrever de verdade sobre a viagem. Vai levar um tempo, já que tenho dezenas de páginas de anotações sobre nossas 720 horas viajando por terra, céu e mar, utilizando todos os meios de transporte possíveis (onibus, trem, barco, avião, helicóptero, bote), passando por dezenas de lugares entre a Bolivia e o Peru, com uma puladinha na fronteira do Chile.
Bom, depois de muito planejamento (por parte do Guto) o mochilão pra Machu Pichu acabou realmente acontecendo. Era pra termos saído de Jau no dia 02, mas as passagens pra Campo Grande estavam esgotadas nessa data (primeiro contratempo), então tudo acabou começando no dia 03 de janeiro de 2010. Arrumei as malas, almocei com a família que ainda teria muita dor de cabeça por minha causa, passei no Ney pro Frodo me fazer um moicano, enchi minha mochila de barrinhas de cereal e la pelas 7 da noite, eu e meu irmão fomos encontrar o Guto na rodoviária de Jaú. O onibus estava atrasado quase uma hora, então só saimos depois das oito. O confortável onibus brasileiro (depois seria mto difícil achar um bom desse jeito e esse nem era dos melhores) nos possibilitou dormir a viagem toda até Campo grande, no dia seguinte, lá pelas 8 da manhã.
Chegando em Campo Grande, já compramos passagens pra Corumbá, um onibus que sairia em poucas horas. Enquanto esperávamos, conhecemos o cuspidor de fogo/malabarista/evangélico/Don Juan Diego que estava viajando sozinho a caminho de evangelizar alguns jovens no chile, mas pretendia passar um tempo na Bolivia no caminho. Ele ia pegar o mesmo onibus que a gente, não sabiamos ainda, mas nosso grupo ja tinha virado um quarteto. Na primeira (e que me lembre, única) parada que o onibus fez a caminho de Corumba, achamos outro mochileiro viajando sozinho, o Daimista Bernardo, que também pretendia dar um role pela bolivia e acabou nos tornando um quinteto, pelo menos pelos primeiros dias da viagem. Chegando em Corumbá, o Diego foi procurar um posto onde tirasse um certificado de que tinha tomado vacina contra febre amarela e eu, o Guto, o Gui e o Bernardo tomamos um onibus até a fronteira com a Bolivia, cidade de Puerto Quijarro. O Bernardo tb não tinha o certificado, mas 20 dólares fizeram os guardas da fronteira fazerem vista grossa. No posto, encontramos um pessoal que confirmou a informação que nao tinhamos gostado de escutar na rodoviária de corumba, de que soh haviam passagens pro trem da morte dois dias depois e nos indicaram um hotel fulera pra nos hospedarmos. Carimbados os passaportes, fomos andando (o que é bem chato com uns 15 kg nas costas!) até a estação de trem comprar as passagens. Era mais longe do que esperávamos, mas uma boa alma boliviana de pick up, nos deu uma carona até a estação, onde reencontramos o Diego – que foi mto mais rápido pq não tentou ir andando... Compramos as passagens pra “melhor” classe do pior trem, mas infelizmente teríamos de dormir duas noites em Puerto Quijarro, uma cidadezinha pequena e tosca, cuja única atração é um Free Shop onde tudo que vale a pena comprar são bebidas (mas estávamos de mochilas, que não são um ótimo local pra carregar garrafas e num país que não sabe o que é gelo). Na primeira noite, bebemos com o pessoal hospedado no Hostel (R$7,50, as duas noites) nossas primeiras paceñas (cerveja de La Paz, provavelmente a mais consumida na Bolivia). No dia seguinte, visitamos o Free Shop, que tinha ar condicionado pra nos salvar do calor infernal que tava fazendo e onde ouvi pela primeira vez Outra Cerveja, uma musiquinha do “AC/DC local” que eu curti mto, comemos feijão pela ultima vez nos restaurantezinho Self-Service careiro e visitamos uma loja de um alemão (puro, como ele mesmo fez questão de dizer) que vendia itens usados por soldados na guerra. Como era o começo da viagem, acabei deixando de comprar mta coisa legal que tinha la pra economizar, ainda era cedo demais pra gastar com gosto. A tardezinha, eu, meu irmão, o Guto e Bernardo saímos procurar um barzinho fuleira pra passar o tempo. Tomamos uma cerveja no que parecia os fundos da ksa de uma perrenga, com direito a galinha passando solta por perto da mesa. Depois o Guto foi embora e nós três achamos um outro bar, mais pro meio da cidade, ainda mais fuleira, porem, mais barato (três latas de cerveja, Colônia, custavam 10 bolivianos, R$2,50). Sentou até um bêbado local pra conversar com a gente. Ele ficou enchendo o saco do meu irmão pra ele ficar com a atendente gorda do bar (“bolivianas são feas, pero las bocetas são buenas”) e tentou nos ensinar espanhol (eu: “como se fala ontem”? ele: ontem? Ontem, martes!, eu: não, eu sei que terça-feira é martes, quero saber como se fala ONTEM! Ele: Ontem? Ontem, martes!). Voltamos pro hotel, onde tomamos mais umas cervejas com o Guto e o Diego, entre conversas profundas sobre o Santo Daime e religião. O banheiro do albergue era compartilhado, mas como nos fundos, onde era o quarto meu e do meu irmão, não tinha mta gente, não tive grandes problemas.
No dia seguinte, o trem saiu meio dia e meio, então eu e meu irmão comemos umas empanadas e uma pratada do self-service. O guto comprou meio kilo de mortadela e comeu sem nem mesmo usar um prato ou uma faca, como um bom troglodita. Chegando no trem, o Guto fez 125874 videos da paisagem, tirou 216489 fotos do trem, do mato, do pessoal e dele na janelinha, e claro, gravou o já consagrado “vídeo mais radical já gravado por um brasileiro no trem da morte”
Já de cara, uns 30 minutos depois que o trem saiu, ele foi invandido pela primeira vez (de muitas) por milhares de crianças vendendo limonada fria (em garrafas velhas de fanta, coca), empanadas (muito barato, 50 centavos) e pollo frito (não deu coragem...). Na parada do trem criamos o “No hay bunda”, frase que descrevia todas as bolivianas que tínhamos visto até agora (e as que veríamos depois só confirmariam o bordão), feito em cima da frase “No hay banda”, cena porraloca do filme malucaço “Cidade dos Sonhos” que tínhamos comentado no dia anterior. O trem da morte era o inferno na terra. Ele era lento, cheio de libélulas do tamanho de cachorros, gente feia, animais domésticos, quente, dava preferência pra todos os outros trens (então, ele não só parava, como dava ré...), tinha crianças berrando “POLLO FRITO” me acordando de madrugada, quando eu finalmente conseguia dormir, passava por uns pântanos onde tinha umas rans que faziam um barulho infernal que pareciam almas de crianças sendo torturadas (q eu apelidei de Poço das Lamentações) e não chegava nunca. Pra ajudar um pouco, o banco do meu irmão nem reclinava. Ainda bem que o bernardo cedeu o dele pro meu irmão e foi dormir no bagageiro.
Eis que então, quase doze horas depois, no dia seguinte, chegamos em Santa Cruz de La Sierra, que fica pra próxima pq não agüento mais digitar...
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