PLANETA DOS BOVINOS
Parte3
Quase meio ano se passou e agora eu já pesava três vezes o peso que tinha quando colidimos com esse planeta infernal. Então chegou o dia em que fui conduzido junto com outros três humanóides para um galpão no qual eu nunca tinha estado antes. Eu era o segundo da fila. Um boi branco separou o homem obeso que estava a minha frente do resto de nós e o conduziu até um velho touro marrom. O touro alienígena deu uma pancada com um martelo direto na cabeça dele e ele caiu sem vida no chão. O boi branco passou uma faca de seu peito até sua cintura e eu vi seu estômago, seu fígado e suas tripas escorrerem para o piso. Ele retirou os órgãos restantes com uma pá. Cortou fora sua cabeça, seus braços e suas pernas e dependurou o que sobrou num gancho dependurado no teto. O cheiro me fez vomitar no chão. E o boi branco xingou quando pisou no vômito quando veio me buscar. Eu cai de joelhos diante do touro que já me aguardava com o martelo em punho. Então o chão começou a tremer e ouvi mugidos em desespero vindos do lado de fora. Explosões atingiam os galpões e eu sentia um forte cheiro de churrasco vindo do lado de fora. Fiquei sabendo depois que um dos engenheiros tinha conseguido fugir do seu galpão de confinamento e mandou uma mensagem para o financiador de nossa expedição avisando que tínhamos encontrado um planeta que não possuía metais preciosos mas um estoque enorme de carne bovina que poderíamos vender por um ótimo preço. Isso já aconteceu há algum tempo e as lembranças já começaram a se misturar os pesadelos que as seguiram. Só sei que a cada dia que passa acho carne bovina a coisa mais saborosa do mundo. Somos nós ou eles.
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