Dia 29 de julho chegou ao final "A saga da mudança". Foram meses que eu e a Amanda passamos procurando o apartamento perfeito, só pra chegar a conclusão de que o que a gente queria mesmo era um apartamento antigo de tamanho decente não morar num lançamento de 30m2, que custasse um bilhão de dólares.
Um dia a gente estava no Maraba assistindo ao filme do Super Mario e reclamando do preço do aluguel (que seria muito melhor utilizado no pagamento de um empréstimo) e paramos numa construtora pra visitar mobiliados menores que uma casa da Barbie. Na semana seguinte, já começamos a conhecer corretores e a agendar visitas com o pessoal do quinto andar (apesar de ironicamente, a gente ter parado no quarto andar).
Apartamento encontrado, com móveis que sustentassem minha enorme coleção de quadrinhos e bugigangas, numa localização ideal entre os principais pontos de show da cidade e perto do metrô Barra Funda, começamos a procurar fundos. Passamos por vários bancos e no final foi com a ajuda do gerente da minha mãe, direto da capital do calçado feminino, que conseguimos o financiamento ideal, com os menores juros possíveis.
Então rolou toda a burocracia de assinar contratos, em bancos e cartórios, até que tudo estivesse no jeito, a antiga dona recebesse sua grana e o apartamento finalmente fosse nosso.
Com as chaves na mão (do apartamento 42, que todo bom nerd sabe que basicamente é a resposta pra pergunta "qual o significado da vida, do universo e tudo mais"), começamos a fazer dezenas de viagens de carro do apartamento velho pro antigo, a fim de transportar minha coleção, delicada e valiosa demais pra falta de cuidado dispensada pela equipe da mudança (que detonou vários dos nossos móveis no processo).
Meus pais trouxeram um pintor de paredes alienígena, minha tia trouxe um montador de móveis surdo e algumas semanas depois, chegou o dia de ver nossos móveis serem desmantelados pela equipe da mudança. E então, com a ajuda do meu irmão, terminamos de levar tudo que acumulamos nesses dez anos morando no centro, pra nossa nova residência (curiosamente localizada exatamente na saída oposta do minhocão).
Enfim, agora que tudo já está (mais ou menos) no lugar, começou a parte boa: desbravar o novo bairro, conhecendo seus restaurantes (tem uma Seven Kings a 300m de distância e um Ponto Chic bem na esquina!), shoppings, teatros, cinemas, academias, pet shops, praças (descobrimos ate que meu bisavô costumava participar de campeonatos de exibição de porcos, bem ali no Parque da Agua Branca), casas cenográficas de velho oeste e obviamente, os botecos com os melhores PFs e porções.
A gente gostava muito da Roosevelt (rolaram até umas lágrimas, minhas e da Amanda, quando tivemos que devolver as chaves pro pior zelador do mundo) e do centro (no qual passei vários dias me despedindo de meus bares, padarias e restaurantes favoritos - verdade seja dita, eu cheguei até a me despedir da Avenida Paulista, só porque ela já não estaria mais tão próxima), mas a mudança chegou na hora certa. Mudanças ainda maiores estavam a caminho...
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