Olá quarentenados, como vão? Espero que bem, e dentro de casa se possível.
Pois é, esse ano aqui não está sendo um dos melhores, né?
Eu já tinha até desistido de postar semanalmente antes mesmo que essa pandemia surpresa tomasse conta de todo o planeta. Depois então, acabou o meu animo de vez.
Todos os dias agora são iguais.
Entretanto, já que estamos falando de um período que vai entrar pros livros de história, vou tentar fazer pelo menos um post, pra falar um pouco sobre a minha rotina e minha visão do que está acontecendo.
Treze de março, uma sexta-feira 13, foi meu primeiro dia de home office. No dia anterior, minha gestão na agência já tinha sugerido que eu levasse o notebook pra casa, porque poderíamos entrar em quarentena a qualquer minuto.E foi exatamente o que aconteceu. No dia seguinte já trabalhei de casa, e tenho feito o mesmo há mais de 40 dias.
Desde então, essa é minha nova vida:
A Amanda trocou o Food Network pela CNN Brasil.
Comecei a fazer exercícios físicos em casa usando o Youtube e o Xbox Fitness.
O prefeito e o governador começaram a fazer pronunciamentos todo dia na hora do almoço.
Só saio de casa pra ir no mercado, uma vez a cada 15 dias.
A Amanda me ensinou a cozinhar arroz e graças a ela fiz meu primeiro pudim.
A Luna tomou todas as vacinas e seus primeiros banhos sem sair do prédio onde moramos.
Estou a todo esse tempo sem voltar pra Jaú.
Praticamente parei do ouvir podcasts, já que não uso mais transporte público.
Tenho comido tanto em casa que já estou achando caro demais pedir uma pizza ou um hambúrguer pelo iFood (coisa que faço no final de semana, só pra sentir que é um dia diferente).
Meus maiores achados na Netflix foram Tiger King e Midnight Gospel.
Só encontro meus amigos quando estou no Xbox. Matamos zumbis virtuais e tomamos cerveja juntos (cada um na sua casa).
A Luna tem se mostrado uma grande companheira, vai ser estranho quando eu tiver que ir trabalhar sem ela passando pelo meio do meu calcanhar.
No final de semana passada, era pra eu ter ido no show do Metallica. O show foi adiado pra dezembro.
O dólar chegou a quase R$6, ou seja, vou ficar sem fazer compras de quadrinhos nos EUA por um bom tempo.
Meu salário e minha jornada de trabalho foram reduzidos.
Não teve almoço feliz de páscoa. Comemos restos de torta de palmito que a Amanda tinha feito no dia anterior. O ponto alto do dia foi o café da manhã, com café cremoso (que descobri no Twitter e agora não conseguimos mais viver sem) e cookies que a Amanda assou.
Todos os cinemas estão fechados. Todos os lançamentos do período foram postergados pra sabe-se-lá-quando.
A Netflix e a Globo não estão gravando nada novo. Pra preencher a programação, a Globo tem passado jogos antigos (como a final da copa de 94) no domingo a tarde e reprises de novelas.
Enquanto o volume de mortos e infectados só aumenta, tem cada vez menos gente respeitando o isolamento.
Além disso, o bosta do nosso presidente demitiu o ministro da saúde e perdeu o ministro da Justiça. O que talvez seja ótimo, já que tem cada vez mais gente descobrindo o verme que elegeu.
Eu não dirijo há muito tempo.
A Amanda tem trabalhado um ou dois dias por semana, tão protegida com máscaras e capacetes que parece que está indo pra Lua ou pra Chernobyl.
Lancei um novo canal no youtube, chama HQrosene. Se você me segue nas redes sociais, provavelmente já me ouviu falar dele. Tem vídeo novo toda semana e está sendo um jeito bem legal de usar meu tempo extra.
Tenho escrito muito pouco. Apesar de sobrar tempo, falta motivação.
Estrou trabalhando mais do que nunca, já que as marcas estão completamente perdidas ante o novo cenário mundial. Não da pra falar pra alguém sair fazer um test drive ou sugerir que qualquer pessoa faça uma festa e chame os amigos pra tomar cerveja, por exemplo, o que limita bastante o que pode ser anunciado.
Todo mundo hoje em dia só quer saber de assistir lives (principalmente de sertanejo). Assisti só duas. Uma da Sandy Jr, só pra acompanhar a Amanda e uma internacional chamada One World: Together at Home, que me deprimiu bastante. Não tem graça nenhuma ver os Rolling Stones tocando sozinhos, cada um da sua casa, enquanto o baterista faz air drums. A graça de um show desse porte é exatamente a força de ver milhares de pessoas cantando e pulando juntas.
Home office não é tão legal quanto parece.