Enquanto voltávamos de Ribeirão Preto, no último dia de 2018, meu irmão contou pra gente no carro uma historinha que é tão legal que vou tentar reproduzi-la por aqui (seria só um link se a internet tivesse colaborado, mas não consegui encontrar o texto pronto por aí). Essa é "A parábola da parábola"...
Certa vez, a Verdade decidiu visitar o rei. Ela era linda, a mulher mais gata que já havia existido e vestia trajes transparentes. Nua e crua, como se diz por aí. Quando ela chegou nos portões da cidade, os guardas perguntaram:
- Quem vem lá?
- Eu sou a verdade - a mulher respondeu.
Um mensageiro foi avisar o rei de sua chegada, e ao saber como ela estava vestida, o monarca respondeu:
- O que? A verdade? Mas ela não pode entrar aqui desse jeito! Poderia causar um enorme tumulto! Não podemos deixá-la andar por aí assim!
Frustrada, a Verdade afastou-se da cidade e caminhou até encontrar um camponês que vestia roupas de couro trançado. Ela emprestou as vestes dele e novamente se dirigiu até a cidade.
- Quem vem lá? - perguntaram os vigias no portão.
- O meu nome é Acusação - a garota respondeu.
Quando o rei foi informado da chegada da mulher, ele respondeu ao mensageiro:
- O que? Uma mulher vestida de modo tão duro e frio não pode entrar! O caos acabaria com a nossa cidade! Não podemos deixar ela entrar aqui desse jeito!
Então, mais uma vez a Verdade caminhou para longe da cidade.
Nas proximidades, ela encontrou uma companhia de teatro. Deles, emprestou fantasias coloridas, uma peruca, plumas, maquiagens e acessórios que a deixaram quase irreconhecível.
Quando ela bateu nos portões da cidade, os guardas perguntaram:
- Quem vem lá?
- Eu sou a Parábola - a mulher respondeu.
Alguns camponeses podem ter ouvido seu nome de outra forma, como por exemplo "Fantasia". Ou então "Ficção". Quem sabe, um mais surdo pode ter até mesmo escutado que o nome dela era "Mentira".
De qualquer forma, ao saber que a mulher, vestida com roupas coloridas e o rosto completamente pintado, chegou na cidade, o rei mandou que os guardas abrissem imediatamente os portões.
E assim, a Verdade entrou na cidade.
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