segunda-feira, março 31, 2014

Um gole de mudança

Eu gosto de fazer e provar sempre coisas diferentes, mas isso não significa que eu gosto de mudanças.  Nas hqs, os personagens não envelhecem. O som de minhas bandas favoritas nunca muda. E talvez graças a isso, sempre que qualquer mudança acontece, eu meio que fico chateado, e torço o nariz antes de qualquer outra coisa. Principalmente talvez, porque isso me lembra, que apesar de no meu “mundo virtual” tudo permanecer igual, eu, pessoa física, ainda obedeço as leis do tempo.
Bom, tudo isso pra falar que  nesse final de semana foi o casamento do Gustinho. E apesar de ele ser o cara careca no altar, fui eu que saí me sentindo velho (por esse mesmo motivo, não consegui postar nada sobre o casamento do Boi, um ripper mais jovem que eu, mas também mais conformado com o envelhecimento e a mudança). Meus amigos estão casando, mudando, tendo filhos! E caramba, eu ainda me sinto tão jovem! Ainda quero ficar acordado bebendo ate de madrugada, gritar, pular, sonhar, ser imprudente, e tudo o mais.
E fora a companhia da Manda, da minha família e de meus novos amigos, também queria que os antigos amigos estivessem presentes (tem sempre algum x-man novo entrando nos X-men, mas os antigos sempre permanecem por lá).  E além de desejar que todo mundo que já foi ripper alguma vez na vida estivesse ali, não quero que ninguém envelheça também. Não quero que engordem, fiquem com barba branca, bebam pouco, parem de fumar e voltem cedo pra casa. Infelizmente essa é a tendência (mesmo quando tem cerveja, caipirinhas e whisky na faixa!).
Obviamente, o próprio Gustinho tava felizasso, e eu fiquei muito feliz por ele, que tava realmente curtindo o fato, a festa e o momento. Na verdade, ele me pareceu mais jovem do que nunca, entrando na igreja ao som do Metallica e tomando whisky enquanto os telões na festa exibiam clipes do Guns. Por um segundo, quando olhei de relance pra ele, o vi cabeludo, de boné virado pra trás, em seu máximo estado de magreza e internamente, sorri. O espírito rock n roll ainda habita aquele corpo, por mais que o terno, o óculos e os papos sobre Direito disfarcem. Talvez até o próprio casamento tenha servido pra despertar esse espírito mais animado dentro dele.
Assim como aconteceu com o Boi, que eu vejo muito mais depois que casou. Sempre fazendo churrascos na casa que divide com a Laís, ou querendo sair pra algum lugar comer ou beber, animado, sem ter tanta hora pra ir embora.
Talvez a mudança seja apenas como bom gole num whisky. Um coice amargo no começo, mas que serve pra te deixar bem mais animado depois.
Um brinde, Gustinho!

quarta-feira, março 26, 2014

Comida africana e visita a Cracolandia

Continuando o role em busca de novos sabores, ontem, 3a feira a noite, fui com a Manda e meu bro no Biyou-z, um restaurante africano próximo ao Bar Brahma. Bom, próximo se você souber o caminho. Eu não sou lá um perito em mapas, então antes de levar a gente pra lá, passamos por duas bocas de fumo, tipo, sério, tensão na veia, rodinha de gente fumando crack, ruas escuras cheias de mendigos do mau dormindo em colchões na rua. Se o rolê tivesse nome seria "Uma boquinha entre uma boca de fumo e outra". No dia seguinte, descobri que se tratava simplesmente da Cracolandia (#tenso). Gostei de ver que a Manda foi bem companheira e nem reclamou tanto quanto qualquer pessoa normal faria, por isso eu amo essa garota =b Já da pra levar ela pra Africa de verdade lol
Ok, beleza,sobrevivemos aos crackeiros e chegamos ao restaurante depois de uma grande volta desnecessária pelo que a cidade tem de mais sujo a oferecer. O restaurante era pequeno, o garçom um africano com sotaque forte mas muito educado e o cardápio estava cheio de coisas diferentes e baratas, a maioria carne servida com molho de amendoim e umas pastas de arroz muito loucas. A Manda comeu pouco, não curtiu tanto o arroz (que realmente tinha um pouco de gosto de peixe) e então ainda sobrou um arroz e umas verduras extra pra mim e pro brotha. 
Saí de lá satisfeito com a comida e com e com a experiência, apesar da localização do lugar ser bem das piores. 

segunda-feira, março 24, 2014

Sugestões da Semana

Um livro: Planeta dos Macacos - muito melhor que qualquer um dos 7 filmes já realizados até hoje, e com um segundo final fantástico, pra surpreender tanto quanto como quando vimos a estátua da liberdade pela primeira vez no filme clássico de 1968.





















Um seriado: Vikings - como é do History Channel, o seriado fica devendo em sangue e nudez, mas ainda assim a história é foda, e as batalhas (a moda moderada dos filmes dos anos 80) convencem o suficiente.

Um filme: HER - No final de semana retrasado assisti muitos filmes junto com a Manda, e esse foi o melhor de todos. Dramático, engraçado e triste ao mesmo tempo, foi o filme mais original que vi ultimamente.


Uma banda: White Buffalo - Conheci essa banda graças aos Sons of Anarchy, e as músicas que eles tocam fora do seriado, são ainda melhores!



Um jogo - 300: Conquiste sua glória - Pela primeira vez listo aqui um jogo pra celular (ou tablet), já que jogar com os espartanos é meu sonho há muito tempo. O único defeito do jogo é ser curto demais.

domingo, março 23, 2014

Final de semana gastronomico com a famiglia em SP

O role de comidas diferentes comecou na quarta feira, quando fui com a Manda no Lolitas, um restaurante (mais ou menosss) alemao perto do metro Republica, que todo dia passamos na frente, mas nunca haviamos experimentados e comi uma bisteca de porco com chucrute (coitada da Manda que teve que sofrer as consequencias pelo resto da noite =b). E na sexta feira, saporra ficou seria. Era o aniversario de 85 anos do Sindicato dos Medicos de SP no Clube Nacional, onde eu fui pra cerimonia com meus pais. A lista de comidas la era sensacionalmente diferente e linda, cheia de coisas que eu nunca tinha visto antes na vida:

  1. pastel de queijo com manjericao e geleia de jaca
  2. rolinho de pato
  3. rolinho de peito de peru com nozes
  4. queijo de cabra na abobrinha
  5. presunto de parma com batata e cheddar
  6. temaki de shimeshi
  7. mini bobo de camarao
  8. gorgonzola quente com banana
  9. sopa de queijo e polvinho apimentada
  10. salada com flor e vidros individuais de molho 
  11. caldo de cana no copo de bambu

E isso soh de entrada, depois ainda teve filet chateaubriand com risoto de gorgonzola, sorvete fresco e bolo de nozes de janta e sobremesa. De terno, e ouvindo meus pais conversarem com um outro medico de Jau, me senti Tony Stark, enquanto tomava whisky ou champagne. O que continua provando que as melhores coisas de SP, ultimamente estão vindo de graça.
Sábado acordei, assisti o episodio de Shield que tem a Lady Sif (e eh realmente divertido) e o ultimo episodio de Walking dead (S0414) que eu tinha abandonado, mas vi por insistência do Guite, e era foda mesmo. No almoço, encontrei toda minha família e fomos aproveitar o restaurant week num restaurante escolhido pela minha irma, que servia pouca comida e na verdade nao valeu muito a pena. Mas a sobremesa foi no Cold stone, uma sorveteria nova supergorda, onde eles abrem sua bola de sorvete, recheiam de guloseimas como pasta de amendoim e brownie e ainda servem num pote de chocolate. Legal, mas desnecessário.
Fui pra casa cochilar, e a noite, a comilança continuava. Fomos pra Rota do Acaraje (restaurante favorito do meu bro, pra ele aproveitar antes de ir pro banco da reserva) curtir umas cervejas boas e uma moqueca (sempre nice) de peixe com camarão (fora a carne seca e a mandioca de entrada). Ainda rolou o bolo de manteiga mais maravilhoso do mundo de sobremesa.
Domingo, acordei e fui correr no minhocão porque ja tava me sentindo arrependido de ter comido tanto (e o Run Keeper, o aplicativo mais lindo de corrida do mundo, ja tava me dando broncas que eu não corria desde terca passada) e para minha surpresa, estavam montando uma piscina em uma parte de uma das faixas do minhocao, ali de boa, no meio dos prédios, poco loco?
No meio da tarde (porque nenhum Picagova tinha mais fome na vida), fomos almojantar no Sujinho, mais peixe e um misto S2 de carnes variadas. E em seguida fomos tomar sorvete na Bacio di Latte, sorveteria mais linda da cidade.
Voltamos pra casa, quando ja era mais de seis horas, e aproveitei para ler um pouco (os Discworld ganhados no sábado retrasado), o ultimo encadernado da Salvat (uma historia do Capitão America assinada pelo criador do Rambo), assistir um pouco de seriado (terminar a primeira temporada de Vikings, que na falta de Spartacus, eh o que tem pra hoje) e esperar a bubulina voltar de Jahu pra que uma nova semana comece.

quinta-feira, março 13, 2014

Ordem no Tribunal (Bar)!

Ontem a noite, fui com a Manda num barzinho que há alguns anos atrás eu sempre tinha vontade de visitar. Ele chama Tribunal e fica na rua do fórum Vila Madalena. Sempre que eu saia do fórum cansado e suado (terno + 40 graus + peso dos processos), pensava em sentar por ali, mas como tinha cara de ser chique e eu sempre estava sozinho, nunca rolou. Como ontem era lá aniversario duma amiga (de Jahu!) da Manda, acabei finalmente conhecendo o lugar, que é realmente muito bom! Cerveja a preço justo, serve amendoins e tem uns lanches (dividi um Bauru com a Manda) no tamanho padrão jauense, muito bons mesmo, lembram um pouco os do Rospinho, só que melhores e ainda vem com batata frita. Mas o melhor mesmo são as pimentas. Junto com o lanche vem um suporte com 5 pimentas, de 5 níveis diferentes pra você escolher. Fiquei no chipotle, o nível intermediário, que deu um sabor ainda melhor pra carne. Voltamos cedo (lugar longe, chuva, taxista que não se calava jamais, mesmo depois de nos deixar em casa) e ainda deu tempo de fazer um cooper no minhocão na volta. Nice!  

quarta-feira, março 12, 2014

Robocop

Ontem fui com a Manda assistir o novo Robocop, do José Padilha. Foi a primeira vez que levei ela no Maraba, meu cinema favorito por ser perto de casa, bom bonito e barato. E eu diria que foi uma boa estreia pra ela. Gostei muito do filme. Tinha a pegada de Tropa de Elite que eu esperava (tiras corruptos, venda de armas, todo mundo tem seu preço, manipulação da mídia, uniforme preto de milícia, atuações nervosas), ótimos atores em atuações incríveis (Comissário Gordon da nova trilogia, Batman do Tim Burton, Rorschach, Nick Fury - só ator foda, principalmente o Gary Oldman), os efeitos ficaram bem legais e fora a musiquinha de abertura ser a original, o que por si só já era lindo, a trilha sonora é do caralho! Rola até a musiquinha do homem de lata do Mágico de Oz! E mesmo que no início eu tenha torcido o nariz pra armadura preta, ela ficou muito foda (e metade do filme ele usa a clássica mesmo). Em resumo, gostei do filme pra caralho!

Musiquinha linda do dia:

)

Desenho clássico pra rever:

segunda-feira, março 10, 2014

Um sábado de Natal em março

Sábado a tarde, fui com meu Bro, o Pirata e o Kev na Feira Plana que tavam organizando na frente do MIS (Museu da Imagem e Som). Montaram diversas barraquinhas pra galera das publicações independentes e fanzines vender sua arte, então fomos lá dar uma volta no sábado a tarde. Tinha um zilhão de pessoas, muito mais do que eu imaginava que teria (tanta gente que nem conseguimos entrar no museu pra ver a exposição do Bowie que tá rolando lá dentro), e os stands ficaram tão cheios da galera alterna da Augusta que mal dava ver direito o que tava exposto, então depois de tomar a cerveja mais cara que já tomei numa fila (pagamos 6 dilmas numa lata de Skol, que terminou antes de chegarmos no caixa, graças ao tamanho da fila na lanchonete do MIS), decidimos ficar lá na frente da feira mesmo, onde tinha malucos vendendo Ser Veja da boa (Heineken) e sem fila por cinco dilmas. E para noooossa alegria, enquanto estávamos de boa lá na frente, um anjo, papai noel ou simplesmente um cara que ia mudar e estava se desfazendo de suas coisas, começou a descarregar malas e sacolas cheias de DVDs, CDs, livros e quadrinhos pelo chão. Achei que era um sebo, obviamente e perguntei quanto custava cada encadernado de hq que já atraía minha atenção. E eis que a mulher do cara (unica coisa que ele não tava dando, para infelicidade dos meus amigos) respondeu: É de graça, pode levar o que quiser.
- Aceitamos brejas e cigarros em troca. Mas não é obrigatório doar nada, pega aí, o que não pegarem, vai ficar pra rua.
E assim começamos uma coleta desenfreada por maravilhas! Só eu levei pra casa os 4 primeiros volumes de Y- The Last man, o 4o volume de Supremo do Alan Moore, os 2 primeiros livros de Discworld, o encadernado capa dura de DMZ e o cd (no plástico) de Flight 666. Meu irmão, o Kev e o pirata saíram de lá igualmente abarrotados de hqs, livros e cds fantásticos. Fomos os primeiros a ver a "anti-loja" (Valva, Broda), então meio que conseguimos literalmente tudo o que queríamos. 
Bom, abarrotados de cultura, pegamos um bus e descemos pra Maria Antonia, onde a Manda já me esperava, recém-chegada de Jahu e partimos pra um boteco nas proximidades fechar a noite com muita cerveja e calabresa. Sempre bom poder reunir na mesma mesa tanta gente que eu gosto, e que geralmente só vejo separados. E que rende pérolas do tipo:
Pirata: Meu, ao invés de beber, vamos todos sentar e ler nossos livros.
Gust: Pelados?
Pirata: Não, quietos.
Ou...
Amanda: O que eu mais tiro dos dentes dos pacientes é frango e pêlos.
Pirata: Frango?
Fora isso, tivemos uma ideia pra feira do ano que vem, na qual venderemos Hímens de geladeira. Tirinhas impressas em imã, pras pessoas colocarem onde quiserem. E planejamos uma forma de roubar as escritas do mendigo da esquina que escreve suas ideias freneticamente num caderninho com sua caneta, como um profeta perdido pelas ruas (e talvez, ele seja autor de músicas tipo..."Não tenho carro, não tenho teto...blblabla...Lepo Lepo").
Mais um belo dia, inesperadamente muito lucrativo, em SP. Tem como não amar uma cidade que me dá hamburger, cinema e agora até encadernados de quadrinhos de graça???


quinta-feira, março 06, 2014

Casaval

É, esse foi um carnaval bem parado. Mas bem que eu tava querendo um tempinho de boa em casa sem fazer nada mesmo (já que durante a semana, em Sp tem sido bem agitado). Ainda assim fiquei acordado até de madrugada, viajei,e bebi até cair. No sábado, depois de ver um filminho do Almodovar muito louco com a Manda ("Os Amores Passageiros"), ficamos acordados até de madrugada jogando video game e banco imobiliário com o Sustinho, domingo viajamos pra Bocaina conhecer o Tradição, barzinho firmeza com Chopp (tome 3, ganhe 1!) e batata frita com catupiry de verdade e bacon generoso. E na segunda, nadamos na edicula da mulher (caralho, agora isso é literal!) do Boi, bebi mais do que devia (eu não lembro, mas talvez a mãe do Boi tenha me visto dançar o Lepo Lepo) e nove da noite eu ja estava caindo de bebado. Fora isso, todos esses dias comi coisas maravilhosas que a Manda fez, como beringelas empanadas recheadas de queijo (que, estranhamente, tem se tornado meu prato favorito), pudim de leite e brigadeirão. Joguei muito video game (terminei Bioshock Infinite, um jogo maravilhoso, com roteiro porra louca e que não te da todas as explicações, tipo Lost e comecei DmC, de gráficos e jogabilidade sensacionais, e com uma pegada pop que é um puta diferencial - grafites, musica pesada rolando nas cenas de ação, história top). E comecei a reler toda "A era do Apocalipse" dos X-Men. Um carnaval passado praticamente em casa, mas com certeza muito bom.

quarta-feira, março 05, 2014

Um reflexo, uma reflexão

Acordei no meio da noite precisando de um copo d´água. Desde que me mudei pro novo apartamento evito levantar no meio da noite, mas ontem estava excepcionalmente quente e como eu havia bebido cerveja algumas horas mais cedo, realmente necessitava daquela água. 
O motivo de eu não gostar de levantar no meio da noite é meio bobo. Eu tenho medo encarar espelhos no escuro. Não é o tipo de coisa que eu saio espalhando por aí. E muito menos o tipo de coisa que alguém repara, porque durante o dia eu estou sempre observando meu reflexo (desconfiadamente, mas acho que todo mundo, quando vê a cena, acredita que seja por vaidade). 
Mas acontece que uma vez, quando eu era criança, fui com meus pais e meus irmãos pra alguma cidade turística brasileira, que ja nem me lembro mais qual era, onde alugamos um chalé. Já faz muito tempo que não viajamos em família, e mais ainda que não ficamos em chalés, então faz realmente muito tempo. 
Naquele chalé havia um espelho maior do que eu (na época), e em mais de uma noite, sonhei que minha família e eu havíamos sido aprisionados no espelho. Em alguns sonhos eramos nós mesmos, em outros representações de nossos signos: um caranguejo, um touro e três escorpiões.
Bom, obviamente, sobrevivemos a viagem e ao chalé e voltamos a viver nossas vidas normalmente.
Só que no meu novo apartamento bem no meio da sala, obstruindo o caminho entre minha cama e a geladeira, colocaram um espelho igualzinho ao que havia no chalé (ou pelo menos é igual a como minha mente hoje se recorda dele). E eu sou obrigado a passar por ele no escuro, todas as noites. 
Como na maioria das vezes passo por ele capengando de sono ou embriagado, geralmente consigo ignorá-lo. Mas ontem, estava sem sono e sóbrio.E ao passar pelo espelho, algo me impeliu a deter-me por um momento e observar a figura triste e peluda que me encarava com grandes olhos negros do outro lado. 
Encostei no vidro gelado e um calafrio percorreu minha espinha. Chovia la fora. Um trovão iluminou a sala. O reflexo, de alguma forma, libertou-se de sua prisão e tomou o meu lugar. Observei minhas mãos e elas haviam se tornado cheias de rugas e calos. Minha barba mudou de cor. Havia algo escuro abaixo de meus olhos. Mas fora isso, todos os objetos, pessoas e cômodos ao meu redor permaneciam  exatamente iguais. De alguma forma eu sabia que agora estava do lado de dentro do espelho. Mas como todo mundo também estava ali, junto comigo, jamais acreditariam em mim. Encostei no reflexo novamente, tentando reverter o processo. Nada. Bati no vidro, usando cada vez mais força. Nada. Não havia o que eu pudesse fazer. E nem algo que precisasse ser feito. Afinal, tudo permanecia igual, apesar de eu estar mudado. Foi assustador. Nada pior do que a ausência de mudança.