Eu gosto de fazer e provar sempre coisas diferentes, mas isso não significa que eu
gosto de mudanças. Nas hqs, os
personagens não envelhecem. O som de minhas bandas favoritas nunca muda. E
talvez graças a isso, sempre que qualquer mudança acontece, eu meio que fico
chateado, e torço o nariz antes de qualquer outra coisa. Principalmente talvez,
porque isso me lembra, que apesar de no meu “mundo virtual” tudo permanecer
igual, eu, pessoa física, ainda obedeço as leis do tempo.
Bom, tudo isso pra falar que
nesse final de semana foi o casamento do Gustinho. E apesar de ele ser o
cara careca no altar, fui eu que saí me sentindo velho (por esse mesmo motivo,
não consegui postar nada sobre o casamento do Boi, um ripper mais jovem que eu,
mas também mais conformado com o envelhecimento e a mudança). Meus amigos estão
casando, mudando, tendo filhos! E caramba, eu ainda me sinto tão jovem! Ainda
quero ficar acordado bebendo ate de madrugada, gritar, pular, sonhar, ser
imprudente, e tudo o mais.
E fora a companhia da Manda, da minha família e de meus novos
amigos, também queria que os antigos amigos estivessem presentes (tem sempre
algum x-man novo entrando nos X-men, mas os antigos sempre permanecem por
lá). E além de desejar que todo mundo
que já foi ripper alguma vez na vida estivesse ali, não quero que ninguém
envelheça também. Não quero que engordem, fiquem com barba branca, bebam pouco,
parem de fumar e voltem cedo pra casa. Infelizmente essa é a tendência (mesmo
quando tem cerveja, caipirinhas e whisky na faixa!).
Obviamente, o próprio Gustinho tava felizasso, e eu fiquei muito
feliz por ele, que tava realmente curtindo o fato, a festa e o momento. Na
verdade, ele me pareceu mais jovem do que nunca, entrando na igreja ao som do
Metallica e tomando whisky enquanto os telões na festa exibiam clipes do Guns.
Por um segundo, quando olhei de relance pra ele, o vi cabeludo, de boné virado
pra trás, em seu máximo estado de magreza e internamente, sorri. O espírito
rock n roll ainda habita aquele corpo, por mais que o terno, o óculos e os
papos sobre Direito disfarcem. Talvez até o próprio casamento tenha servido pra despertar esse espírito mais animado dentro dele.
Assim como aconteceu com o Boi, que eu vejo muito mais depois que casou.
Sempre fazendo churrascos na casa que divide com a Laís, ou querendo sair pra
algum lugar comer ou beber, animado, sem ter tanta hora pra ir embora.
Talvez a mudança seja apenas como bom gole num whisky. Um coice
amargo no começo, mas que serve pra te deixar bem mais animado depois.
Um brinde, Gustinho!