Se o carnaval começou em São Paulo, tinha que começar com estresse. As avenidas da cidade já estariam entupidas o suficiente de gente tentando fugir daqui e pra ajudar, la pelas cinco da tarde ainda chove. Boa, São Pedro! Ou seja, transito pra todo lado, metro entupido. Cheguei do trampo e já fui direto pra rodoviária, de malas prontas, buscar a Mandy que supostamente chegava de Jaú as 7 e pouco da noite (tendo saído de Jaú as 2 e meia da tarde). Espero, espero, leio um gibi do aranha, espero, espero, compro uns snacks e nada. Vou ver o que ta rolando e vejo que a entrada da Barra Funda tava entupida de ônibus querendo entrar na rodoviária (a maioria dele pra tirar fugitivos da cidade do caos) e como tudo era perfeitamente organizado, virou uma zona. A manda ficou simplesmente três horas dentro do ônibus a poucos kilometros da rodoviária, sem poder descer do busao. Espero, espero, vou comprar outro gibi e quando menos espero (porque eu mesmo já tava prevendo montar uma barraca e dormir na barra funda mesmo) ela chega. Saímos correndo pra Jabaquara, de onde sairia o busao pra praia. Perdemos aquele pro qual tínhamos passagens compradas, mas ainda conseguimos pegar o ultimo ônibus da noite, que sairia menos de uma hora depois, dando tempo ateh da criança tomar um Toddynho antes de embarcarmos.
Chegamos em Bertioga as 2 da manha (eu dormi praticamente toda a viagem, e quando acordei e olhei pro lado a Manda tava vestindo o capuz do banco do ônibus pra passar o frio - #savidadeloca) e graças a mais um pouco de boa organização e preguiça dos trabalhadores locais, não tinha nenhum taxista trabalhando (ateh em Jaú da pra pegar um táxi saindo da rodoviária as 5 da matina!#Savida.
Apelando pra boa alma duns moleques que tavam esperando o pai busca-los na rodoviária, conseguimos carona com uns desconhecidos que nos deixaram no camping de bom grado.
Chegamos exaustos no nosso moquifo (lugar mais barato possível conseguido uma semana antes do carnaval), que apesar de tosco não era de todo mal, tinha um frigobar pra gelar as cervejas, chuveiro quente, uma tv que pegava ateh Telecine e ar condicionado. Melhor que muito hostel pelos quais já passei, não podia reclamar. E o camping ainda ficava na beira da praia, era soh atravessar a rua que já estávamos na areia, e ficava a um quarteirão do maior supermercado local, ou seja, great success!
Sábado acordamos e fomos abastecer a geladeira de cervejas, amendoins e chocolate. Depois sentamos em um quiosque na praia tomar o cha da tarde (em Bertioga tem uma lei idiota que não permite que sirvam garrafas de cerveja na praia, então os locais tem que colocar as garrafas de cerveja dentro de garrafas térmicas, que sinceramente deixam a cerveja mais gelada e por mais tempo do que elas ficariam em garrafas, e não deixa de ser uma boa idéia que nasceu sem querer). A cerveja pra minha surpresa nem era tão cara, na maioria dos lugares custava seis reais (preço de Jao Guerino) e em alguns ateh menos, tipo 5,50 (ouviu, Jao, a breja ta mais barata na praia!). Almocamos uns hamburguers, depois deixamos as coisas no camping, demos um mergulho no mar, tiramos um cochilo e saímos procurar um restaurante ou balada pra mais tarde. Andamos boa parte da praia, mas não tinha uma balada decente (ou pelo menos com gente dentro) e paramos num restaurante comer uma pizza superfaturada bem da tosca.
Domingo acordamos cedo, passamos a manha tomando as brejas que já tinham gelado na praia, soh sentandos numa kanga mesmo, sem proteção do sol, que isso eh pros fracos! Almoçamos no restaurante do camping (um self-service bem dos sem vontade, onde a dona, que parecia o Fofão, também soh não era mais grossa por falta de oportunidade) e comemos um prato que fingia ser strogonoff e a gente fingia que acreditava. Soneca, voltamos pra praia tomar mais umas cervejas e batidas. Brigamos um certo tanto porque eu me irrito com qualquer coisa, voltamos pro muquifo, dormimos um pouco, fazemos as pazes, saímos jantar um pastel muito bom, mas que tinha ao final um gosto amargo de trapaça (já que como pedimos 2 pasteis de frango com catupiry, nos cobraram o preço integral de dois pasteis de frango e dois de catupiry, ou seja, cada pastel custou mais de 20 conto!), voltamos a brigar mais um pouco e dormimos.
Segunda feira enrolamos pra sair do quarto (dando tempo ateh de assistir um Bob Esponja), pegamos uma praia, demos um mergulho, almoçamos batata frita (super saudável nosso cardápio, como podem notar hehe), tomamos cervejas e batidas no quiosque que tinha a peooor atendente do mundo (que usava aparelho de surdez nos dois ouvidos, esquecia os pedidos e posso jurar que não enxergava direito, que ficava zanzando com as entregas perdida entre as barracas), ficamos bêbados, voltamos pro muquifo, tomamos banho, dormimos e saímos a noite pra tentar achar alguma comida. Paramos num lugar bem legalzinho ateh (cada vez fomos andando pra menos longe e parando mais perto do camping, soh pra constar) e comemos uns lanches deliciosos. Entupidos de gordura, voltamos pro camping, paramos pra tomar mais umas cervejas numas mesinhas da área comum do camping (que tinha tantos trailers quanto barracas, preciso muito de um trailer!) ateh um bêbado chato vir contar da vida dele (ateh demais, ele falou que nem queria ter q comprar barraca e provavelmente ia deixar a dele por lah, lógico que pensamos em rouba-la pra gente qualquer hora se tivéssemos espaço sobrando na mala). Meu novo amigo vai embora e aproveitamos pra fugir antes que ele volte e tente roubar outra cerveja.
Terca o dia acordou com menos cara de praia. Tinha feito um sol muito digno todos os dias anteriores, mas o ultimo dia resolveu começar chuviscando. Esperamos a chuva diminuir e andamos ateh a bancada da empresa de ônibus comprar passagens pra voltar pra SP no dia seguinte. A atendente, numa típica atitude ‘bertioga’ fez de conta que soh tinha um horário de passagem e acabamos comprando pras 7 da manha. Falamos com um taxista pra combinar de ele pegar a gente no dia seguinte, compramos um passeio de escuna e voltamos pro camping. O sol nasceu, almocei uma porção inteira de peixe sozinho porque a Manda não curte nada que nade e depois voltamos no restaurante onde tínhamos comido lanches no dia anterior pra ela comer um pf de frango muito justo e eu começar a trabalhar na cerveja. Pegamos as ultimas cervejas, tomamos uma caipirinha da barraca do pai do Lucas e demos um ultimo mergulho marinho. Juntamos nossas coisas, partimos pro píer pegar a escuna das 18h. Um dos marinheiros da escuna (cara de joselito, três dentes na boca) tava provavelmente bêbado, provando que deve ser muuuito fácil arrumar trampo em Bertioga, hehe. O passeio foi bem legal, deu ateh pra gente mergulhar no mar aberto quando a escuna parou e na volta paramos numa pizzaria bem bacana comer a melhor (de duas) pizzas que provamos por lah. Voltamos pro ape e acabamos dormindo cedo (cerveja, pizza e mar pesam), afinal teríamos de acordar de madrugada no dia seguinte.
Hoje acordamos cinco e meia da manha (bom, eu acordei, a Manda passou a noite brigando com pernilongos, com o ar condicionado, com o frio – calor de 40 graus e ela de blusa de lã, com o torcicolo) e depois de arrumarmos o moquifo tentei ligar pro taxista vir buscar a gente. Mas com toda a boa vontade de Bertioga, eh claro que ele não atendeu. Começamos então a andar arrastando as malas pela cidade, mas antes de sairmos do quarteirão do camping, um cara que trabalhava la decidiu nos dar uma carona ateh o ponto de onde sairia nosso busao. Demos uma gorjeta pro maluco, e pegamos o busao que nos levaria de volta a vida real. Chegamos bem cedo, oito e meia em SP e me despedi da Mandy no metro pq eu ainda tinha que trabalhar e ela pegar o busao de Jaú, chegando assim ao fim a nossa turnê Bertioga da Cia. e um ótimo carnaval...
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