MUNDO GUSTT

Postando diretamente de Santa Cruz, Bolivia

Jà em Campo Grande, eu, o Guto e meu irmáo acabamos agregando mais dois mochileiros ao nosso grupo. Dois caras que tavam viajando sozinhos, o Dyego, um malabarista cuspidor de fogo publicitàrio de Piracicaba e o Bernardo, um engenheiro ambiental daimista. Os dois tavam mochilando solo. Nòs cinco chegamos segunda feira as cinco da tarde em Puerto Quijarro. Passar pela fronteira foi moh sussa, nem precisamos ter pego o certificado de vacinacao da Anvisa em SP, era soh dar uma molhadinha na mao do guarda q tava tudo beleza. Soh conseguimos passagens pro Trem da Morte quarta feira. Tem uns cambistas malacos que compram todas as passagens antes soh pra se aproveitarem dos troxas como nòs. Puta Azar. Essa cidadezinha onde agente pega o trem náo tem nada pra se fazer. Na primeira noite, o hotelzinho que ficamos, por menos de sete reais a diària, ainda tinha moh galera mochileira presa esperando o trem. Deu pra perder um tempo tomando umas pacenas, cerveja boliviana, junto com uma turminha de goiàs e um pessoal do Rio. Mas passar o outro dia, foi mais tenso. o Clima la era muito, muito quente, eu q náo sou nenhum gilmar, nao conseguia ficar de camisa. Na falta do que fazer, entáo, antes de ontem, a tarde, eu, meu irmáo e o Bernardo fomos dar um tempo num tipico bar boliviano, botecao mesmo. Tres latas de cerveza, saem por dez bolivianos, menos de tres reais. Sentou ateh um bebado pra bater um papo depois.

O trem da morte foi um desgosto soh. Vinte e uma horas com um trem andando a cinco quilometros por hora. Infestado de mariposas, borboletas, libèlulas e pernilongos. No nosso vagáo tinha atè um cachorro e uns periquitos. Toda hora passam milhares de criancinhas passando vendendo pollo frito, lemonada fria e uns pratos feitos que nem eu, que sou corajoso pra essas coisas, tenho coragem de comer. Mas as empanadas, tipo um pastel de frango com batatas eh firmeza. E muito barato. Soh dois bolivianos, cinquenta centavos. O trem mais para que anda, e de vez em quando ainda da rè. Juro. Parece zuera o tanto que essa merda náo anda...Era uma da manha e ficamos uma meia hora com o trem parado. Parecia que ja tinhamos chegado, mas como o trem tava marcado pra chegar soh nas nove da manha do dia seguinte, o motorista tava enrolando. Uma hora agente tento falar, náo, náo ta tao ruim. Vamos falar de coisas boas. Soh saiu Brasil, carro, minha casa.A paisagem eh bonita, mas tem muita pobreza, muita crianza trabalhando, eh osso...Pra ajudar um pouco mais, com o calor e a lentidáo, o banco q meu irmáo sentou náo abaixava. Ai o Bernardo emprestou a cadeira dele pro meu irmáo dormir um pouco la pelo meio da madrugada e foi dormir no bagageiro...os guardas nem ligaram, a gente ainda tava numa classe melhorzinha do trem, na classe pior o chao tava tomado de gente dormindo...maravilha, maravilha...

Agora tamo aqui dando um tempo, esperando o busáo que sai tres horas, estamos num fuso de duas horas a menos...pro Salar...

Assim que der blogo de novo e vou pondo mais coisas que for me lembrando pelo caminho...hasta la vista...