No último sábado de abril fui no meu primeiro show internacional pós pandemia. Foi minha primeira vez na pista premium (afinal, não tenho mais idade pra ficar me matando pra chegar perto do palco) e não poderia ser com uma banda melhor, the hottest band in the world: KISS.
E mais, na sua turnê de despedida! É incrível o quanto estar mais perto da banda aprimora a experiência (e ainda bem que não descobri isso antes, senão estaria bem mais pobre). Ok, beleza que de qualquer lugar do estádio você pode sentir o clima maravilhoso de dezenas de milhares de pessoas cantando a mesma música em uníssono, que cria uma energia única que chega a arrepiar. Mas, ver seus ídolos de perto, ocasionalmente te olhando nos olhos, é outra coisa.
Na área premium tinha até maquiadores fazendo as pinturas da banda direto na pele da galera que tivesse saco pra ficar na fila! Ou seja, por muito pouco eu não voltei pra casa pintado como o Paul Stanely! Mas acabei me contentando em levar de lembrança só as máscaras de papel que estavam distribuindo também (peguei uma de cada membro do grupo!), coleção que um dia eu pretendo enquadrar pra exibir no meu porão/biblioteca/sala de jogos.
O KISS tocou as mesmas músicas de sempre, hinos que eu já ouvi tantas vezes que até já saíram das minhas playlists mais recentes por ja ter enjoado de tanto escutá-los, mas caramba, é incrível o quanto os caras são bons no que fazem. É show demais! (por mais que essa palavra esteja mais desgastada do que nunca hoje em dia). Uma baita experiência que renova o espírito e te preenche de ânimo!
Me senti uns 20 anos mais jovem, ao ver aquele quarteto de idoso de cara pintada tocando seus clássicos pra mais de 60 mil pessoas no estádio, cuspindo sangue, passando voando por cima de mim com suas botas de salto alto e soltando labaredas gigantes de fogo, cujo calor dessa vez chegava até a esquentar minha cara!
Teve muita pirotecnia, bolas gigantes voando por cima da galera e chuva de papel picado. Ou seja, tudo aquilo que eu sempre KISS!
E eis que duas semanas depois, numa terça feira já chegava a vez de eu ver, mais uma vez na premium, o Metallica!
Confesso que essa foi uma banda que eu demorei pra começar a gostar (razão inclusive de essa ter sido a primeira vez que eu fui ver a banda ao vivo). Quando eu era mais novo, achava o som pesado demais pro meu gosto. Acontece que enquanto o tempo passava e o rock deixava de ser pop, as músicas novas disponíveis iam acabando, então o que me restava era recorrer a musicas e principalmente bandas antigas que já existiam. E foi assim, através de um gosto adquirido com o tempo, que me tornei parte da Metallica Family.
Greta Van Fleet ser a banda de abertura ajudou no incentivo da comprar o ingresso, e por um tempo eu até cheguei a pensar que talvez eu fosse gostar mais do show deles do que da própria atração principal. Mas eu não podia estar mais enganado! Por mais que Greta seja sensacional, não deu nem pro cheiro (até porque eles se concentraram mais em músicas do último CD, que não me empolgou tanto quanto os dois primeiros e fizeram um show bem mais sem graça do que da última vez que vi a banda em São Paulo, numa Lolla party).
Ver o Metallica ao vivo é coisa de outro mundo, que até fez com que eu me questionasse se eu não curtia tanto a banda simplesmente por nunca tê-los visto e ouvido ao vivo antes. Os caras mandam muito!
E o pior é que som ao vivo nem é tão pesado assim, apesar de o tempo todo, as ondas de mosh ao meu redor tentarem me convencer do contrário. Na verdade, tenho até que agradecer os moshs (as famosas "rodinhas punk"), que mais ajudaram do que atrapalharam. Foi graças a eles que eu e o Gui (meu amigo que tinha vindo de Botucatu pro show) conseguimos chegar praticamente na grade do palco. Aproveitando o embalo do empurra-empurra e das cotoveladas, a cada música que acabava, chegávamos mais perto da banda.
O show começou com uma cena de "O bom, o mau e o feio", um dos meus faroestes favoritos, só fazendo com que eu me identificasse ainda mais com a banda. E depois de uma sequência de "Whiplash", "Ride the lighting" e "fuel" eu só faltava tatuar Metallica na testa. Que experiência foda!
Por um lado, fiquei até feliz de ter "guardado pra depois dos 30" uma banda desse nível. Além disso, sem dúvida alguma o Gustt do colegial que habita em mim pirou quando escutou e viu, ali pertinho do palco, "Enter the sandman" sendo tocada ao vivo.
Setlist do KISS:
Detroit Rock City
Shout It Out Loud
Deuce
War Machine
Heaven's on Fire
I Love It Loud(Gene breathes fire)
Say Yeah
Cold Gin
Guitar Solo (Tommy Thayer)
Lick It Up
Calling Dr. Love
Tears Are Falling
Psycho Circus
100,000 Years
God of Thunder
Love Gun
I Was Made for Lovin' You
Black Diamond
Beth
Do You Love Me
Rock and Roll All Nite
Setlist do Metallica:
Whiplash
Ride the Lightning
Fuel
Seek & Destroy
Holier Than Thou
One
Sad but True
Dirty Window
No Leaf Clover
For Whom the Bell Tolls
Creeping Death
Welcome Home (Sanitarium)
Master of Puppets
Bis:
Spit Out the Bone
Nothing Else Matters
Enter Sandman