Sábado passado desisti de uma exposição dos gêmeos (Ópera da Lua),
porque cheguei as 10h, o galpão ainda tava fechado, e já tinha uma fila
virando a esquina. Na boa, isso acaba tirando a graça do passeio, porque
só coisas realmente incríveis passam a valer o tempo da fila. Se eu
tiver que ficar 3h na fila do melhor restaurante do mundo, vou achar a
comida uma merda quando for atendido. Fila gera expectativa. Expectativa
gera decepção.
Acho que a galera paulistana ficou meio obcecada com essas coisas. E
parte da culpa disso são as redes sociais. Temos que mostrar pra todo
mundo o quanto estamos vivendo. As coisas que temos, visitamos ou
comemos. E isso é um pé no saco pra quem sempre esteve ali, vive por
viver e não por postar, e não gosta nem um pouco dessas novas filas.
Essa "moda" cria situações absurdas como, por exemplo, eu passar
1h numa fila pra ter um autógrafo do David Lloyd (de V de Vingança) há
alguns anos atrás, mas ter que ficar quase 3h na fila pra pegar
autógrafos da dupla responsável pela nova MSP do Bidu.
Ou pior, a galera começar a cobrar por fotos e autógrafos, como no
caso da Comic Con Experience, que quer uns R$200 pro "meet & greet"
(nada como um nome bonito pra enfiar a faca) de gente como o Gus de
Breaking Bad ou o Sam de Senhor dos Anéis.
O problema é: não vou deixar de fazer essas coisas só porque agora
tem mais gente fazendo também. Não vou gostar menos de quadrinhos e
derivados porque tem gente que nem sabe o que é OA, nem imagina que
exista um juramento da Tropa, mas gosta de sair por aí com uma camiseta
do Lanterna Verde. Ou seja, o jeito é enfrentar a fila mesmo =/
Só tenho até medo das filas que virão nas Comic Cons do Brasil no final de ano!